20/03/2011 - O Globo
RIO - O projeto de construção de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Zona Portuária do Rio , previsto no planejamento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, terá uma variante passando pelo coração do Centro Histórico e comercial do Rio. Rebatizado de VLT do Centro, o desenho, que está sendo finalizado na prefeitura, prevê um ramal da rede de bondes modernos que liga a Praça Tiradentes à estação das barcas, na Praça Quinze, atravessando ruas tradicionais e estreitas do bairro, cercadas de igrejas, prédios históricos e lojas comerciais. O circuito terá ainda uma linha partindo do Porto até o Aeroporto Santos Dumont. Mas esse último trajeto ainda está sendo fechado por técnicos municipais.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio, Felipe Góes, as três linhas do VLT do Centro deverão ter um total de 13 quilômetros de extensão. Todo o projeto básico do sistema deve ser concluído em julho. Além do já conhecido trecho que circundará toda a área do Porto - passando por parte da Avenida Rodrigues Alves e ruas subutilizadas da região - e do ramal até o Aeroporto Santos Dumont, a terceira linha cruzará o Centro passando pelas ruas da Constituição e Sete de Setembro. No caminho, atravessará a Rua Primeiro de Março e contornará o Paço Imperial, até chegar à estação da Praça Quinze.
Linhas da Zona Portuária vão contar com integração
Esse trajeto passa perto de construções históricas, como a Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na esquina das ruas Sete de Setembro e Primeiro de Março, e o Paço Imperial. Nas imediações do futuro leito do VLT, ficam ainda prédios tradicionais do Rio, como os teatros Carlos Gomes e João Caetano, na Praça Tiradentes. Outra construção centenária que fica na área é a Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias, transversal à Sete de Setembro.
A linha Praça Tiradentes-Praça Quinze do VLT do Centro terá pelo menos três estações, duas nas extremidades do circuito e uma no cruzamento da Rua Sete de Setembro com a Avenida Rio Branco. Mas não está descartada a possibilidade de haver mais paradas pelo caminho, conhecido pelas suas inúmeras lojas e pelo calçamento ainda em paralelepípedos.
- Essa variante do VLT será circular. O veículo contorna a Praça Tiradentes e pega o caminho para as barcas, retornando de lá pelo mesmo eixo - explica Felipe Góes.
A linha da Zona Portuária, a maior do sistema de VLT, terá estações de integração com o metrô, na Cidade Nova; com os trens, na Central do Brasil; com o futuro teleférico do Morro da Providência, na altura da Cidade do Samba; com a estação da Leopoldina, hoje desativada, mas planejada para receber a estação final do Trem Bala Rio-São Paulo; e com o terminal marítimo da Praça Mauá.
- Os detalhes finais estão sendo acertados. Há um desejo grande do BNDES de fazer o projeto. Estamos terminando até julho não só o traçado, mas a modelagem econômica da implantação e da concessão - complementa o secretário.
A implantação do VLT do Centro será alvo de uma licitação separada da operação da Parceria Público-Privada (PPP) já contratada para a Zona Portuária. O consórcio Porto Novo, vencedor da PPP de R$ 7,3 bilhões por um prazo de concessão de 15 anos, terá que deixar pronta a calha por onde passará o VLT, mas sua implantação e operação será alvo de outra concorrência, cuja modelagem econômica está sendo fechada.
O início da operação da PPP do Porto está prevista para abril, logo após o primeiro leilão dos chamados Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), títulos que serão emitidos pela prefeitura para arrecadar recursos para o projeto Porto Maravilha, de revitalização da Zona Portuária. De acordo com Felipe Góes, o contrato com o consórcio Porto Novo já foi assinado e a operação será iniciada pela execução de serviços, como troca de lâmpadas de iluminação pública, tapa-buracos, limpeza e coleta de lixo.
As obras previstas no contrato da PPP, que incluem a derrubada de parte do Elevado da Perimetral, a construção de um túnel sob a Avenida Rodrigues Alves, a abertura de uma nova avenida na região e a implantação de toda a infraestrutura de água, luz, esgoto e telefonia, será iniciada em três meses a partir da ordem de início das obras.
- Estamos no período de silêncio exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) antes do leilão. Mas podemos dizer que a ordem de início do contrato será dada tão logo aconteça o leilão - explica o secretário de Desenvolvimento Econômico.
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