quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Bondes retornam ao Largo dos Guimarães e voltarão à Lapa

29/12/2015 -  O Globo / Folha de SP

Quatro anos após terem parado de circular, devido ao acidente que provocou a morte de seis pessoas e deixou 57 feridas, os bondes de Santa Teresa voltaram a percorrer o trecho entre a Estação Carioca, no Centro, e o Largo dos Guimarães. As viagens foram retomadas ontem pela manhã, e, durante a chamada fase de pré-operação, serão gratuitas e terão intervalos de 20 minutos. Na cerimônia de reabertura da linha, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, informou que, na primeira quinzena de janeiro, planeja reinaugurar uma outra, com parada na Lapa: desativada em 1966, ela poderá ter horários noturnos a partir do carnaval (que começa em 6 de fevereiro), para incrementar o circuito boêmio da região.

— Nossa ideia é interligar os bairros boêmios, principalmente nos fins de semana. Queremos que o frequentador da Lapa possa subir e curtir Santa Teresa à noite e vice-versa. O bonde vai unir dois dos principais polos gastronômicos e de lazer do Rio — disse Osorio. — Isso será possível graças à volta dos bondes ao Largo dos Guimarães. Já estamos olhando para frente, vamos reativar um percurso que não funcionava desde 1966, que ia da esquina das ruas Francisco Muratori e do Riachuelo, na Lapa, até o Largo da Carioca e o alto de Santa Teresa. Esse serviço foi desativado após as enchentes daquele ano e retornará no mês que vem, primeiramente com viagens diurnas.

De acordo com o secretário, a abertura de horários noturnos no trecho entre a Lapa e Santa Teresa depende do aval da Riotur:

— Estaremos prontos para operar à noite no próximo carnaval, mas, como temos uma boa quantidade de blocos em Santa Teresa e um grande movimento de foliões na Lapa, talvez isso não seja viável. Vamos conversar com a Riotur para saber se será adequado inaugurar o serviço no início de fevereiro ou se deixaremos a novidade para depois da festa.

POR ENQUANTO, DAS 11H ÀS 16H

No trecho reinaugurado ontem, que tem aproximadamente 900 metros de extensão, cinco bondes circulam das 11h às 16h entre a Carioca e o Largo dos Guimarães, com parada no Largo do Curvelo. Ainda não há previsão para o fim da fase de pré-operação. Quando todo o sistema estiver pronto — o término das obras está previsto para 2017 —, o horário será ampliado.

— Vamos conversar com os moradores de Santa Teresa para decidir tudo. Como o bonde faz barulho, precisamos saber até que horas querem que circule. Vamos ouvir a população — garantiu Osorio, acrescentando que vem sendo estudada uma integração com outros meios de transportes. — A ideia é que o preço da passagem do bonde seja menor que a dos ônibus. Com uma integração, o usuário pagaria R$ 3,40 e poderia usar os dois.

Sobre medidas de segurança que possam evitar acidentes como o de 2011, o secretário garantiu que todos os cuidados foram tomados antes do início da pré-operação e destacou que os novos bondes têm configuração mecânica de última geração. Mas, no fim da tarde, um bonde enguiçou perto do Largo do Curvelo, devido a um superaquecimento de peças. Após tomar conhecimento do problema, que classificou como "injustificável”, Osorio afirmou que vai cobrar esclarecimentos do fabricante.


Folha de SP  

Novo trecho do bonde de Santa Teresa é reaberto

O bonde de Santa Teresa voltou a circular nesta segunda-feira (28) entre os largos da Carioca e dos Guimarães, região central do Rio, após mais de quatro anos. O trecho estava interrompido desde agosto de 2011, quando um bonde descarrilou. Seis pessoas morreram e outras 57 ficaram feridas.

O sistema, contudo, ainda está em pré-operação. Os bondes vão circular entre 11h e 16h, com embarque gratuito.

Em julho deste ano, o trajeto entre os largos da Carioca e do Curvelo havia sido aberto à circulação dos bondes. A expectativa da Secretaria Estadual de Transportes é de que ainda em janeiro de 2016 outro trecho seja reaberto,

Apesar disso, as obras, orçadas em R$ 110 milhões, estão atrasadas. A última previsão de entrega total dos trilhos era junho deste ano. Agora, o novo prazo é 2017.

"Nossos próximos passos serão os três quilômetros de vias que estão sendo construídos entre a Praça Odylo e o Largo do França. E, na primeira semana de janeiro, entregaremos o serviço da Francisco Muratori, que não funcionava desde 1966, ligando a Lapa com Santa Teresa e com a estação da Carioca", disse o secretário Carlos Roberto Osório.

O bonde de Santa Teresa circula desde 1896. Os trechos até Silvestre e o Largo das Neves, ambos saindo do Largo do Guimarães, ainda não estão em operação.

Em novembro deste ano, a Justiça bloqueou os bens ex-secretário de Transportes Júlio Lopes e de outros três executivos. O bloqueio é de R$ 6,3 milhões e será dividido entre os quatro réus. Todos os acusados ainda podem recorrer.

O processo foi aberto a pedido do Ministério Público estadual para apurar possível omissão na manutenção preventiva dos bondes de Santa Teresa. A ação investiga ainda se houve dano ao erário e improbidade administrativa.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Secretário quer bondes noturnos para ligar Lapa a Santa Teresa

 28/12/2015 - O Globo

Anúncio foi feito pela manhã durante inauguração da linha até o Largo dos Guimarães

Bondes da linha Carioca - Largo dos Guimarães inaugurada nesta segunda-feira em Santa Teresa - Ana Branco / Ana Branco / Agência O Globo


RIO - Com atrasos sistemáticos nas obras de reformulação do sistema de bondes de Santa Teresa, foi inaugurada, nesta segunda-feira, a segunda etapa do projeto ferroviário da região: o trecho que liga do Largo da Carioca até o Largo dos Guimarães com parada no Largo do Curvello. O passeio inaugural foi feito por volta das 11h com a presença do secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, e logo uma multidão de pessoas se aglomerou na Estação Carioca para fazer o trajeto, que é gratuito nessa fase chamada de pré-operação. Como a antiga linha que ia até a Rua Francisco Muratori, na Lapa, está em fase de conclusão, Osório anunciou que pretende unir, à noite, até fevereiro, dois dos locais mais boemios do Rio. A via férrea que liga até a Lapa, destruída nos temporais de 1966, será inaugurada na primeira quinzena de janeiro, segundo o secretário.

— Temos uma novidade. A nossa ideia é reunir essas duas regiões boemias da cidade também à noite nos fins de semana. De forma que o frequentador da Lapa possa subir e curtir Santa Teresa à noite e vice-versa. Com isso, a gente une, com o bonde, os dois principais polos gastronômicos e de lazer do Rio de Janeiro — afirmou o secretário. — Isso será possível após a complementação desta etapa importante da chegada dos bondes ao Largo dos Guimarães, ao coração de Santa Teresa. Já estamos olhando para frente. E a próxima etapa é colocar em circulação os bondes num percurso que não funcionava desde 1966, da Lapa, na Rua Francisco Muratori, esquina com a Rua do Riachuelo, até o alto de Santa Teresa e ao Largo da Carioca. Esse serviço foi descontinuado nas enchentes de 1966 e volta a funcionar agora em janeiro com passageiros no horário normal durante o dia.

Osório informou que tem a intenção de inaugurar o novo serviço no carnaval, mas vai depender do aval da Riotur.

— As novas linhas Francisco Murotoni-Largo dos Guimarães-Carioca será inaugurada, provavelmente, depois do carnaval. Mas vamos estudar. Estaremos prontos para operar à noite no carnaval, mas nossa preocupação é que, como a cidade fica muito cheia nessa época, e temos uma quantidade muito grande de blocos, tanto em Santa Teresa e no movimento da Lapa, isso não seja viável. Vamos conversar com a Riotur para saber se é adequado inaugurar esse serviço no carnaval ou se deixamos a novidade para depois da festa — afirmou o secretário.

Na fase de pré-operação, o sistema funcionará das 11h às 16h. Das 15 composições previstas para todo o sistema, cinco estão sendo usadas para ligar a Carioca ao Largo do Cuverlo e ao Largo dos Guimarães. Quando toda a obra estiver pronta, o que é previsto pela Secretaria estadual de Transportes para 2017, o horário será ampliado.

— Vamos conversar com os moradores para decidir tudo sobre o bairro. Queremos saber a opinião deles sobre o horário de funcionamento. Certamente, precisaremos usar os bondes nos horários de pico. Mas precisamos saber, já que o bonde faz um certo barulho ao se movimentar, se os moradores querem que funcione até às 18h, 19h, 20h. E que horas deverá começar a circular: se às 6h, às 7h. Vamos ouvir a população — garantiu Osório, que anunciou ainda a ideia de fazer a integração dos bondes com o transporte público municipal. — A ideia é que o preço da passagem do bonde seja menor do que a tarifa dos ônibus. Mas estamos vendo a questão de quem queira usar o transporte público municipal integrado aos bondes. Aí, o usuário pagaria R$ 3,40 e poderia usar ônibus também.

Uma das primeiras passageiras a embarcar no bonde que reinaugurou a linha Carioca - Largo dos Guimarães, a administradora de empresas Loyse Soares, de 40 anos, festejou.


— Para a gente é a volta de uma cultura para o Rio de Janeiro. Por que isso aqui é um marco de Santa Teresa. Turistas vêm aqui, as pessoas de todos os lugares vêm aqui e querem conhecer o bonde. Ele traz vida para o bairro. É isso que é importante. É fazer o bairro respirar novamente. O bonde faz parte do marco cultural da cidade.

Outro que estava eufórico era o analista jurídico Diego Santana, de 29 anos.

— Convoco todos os moradores, todos os amigos e familiares que vivem aqui no bairro a prestigiar o retorno (do bonde) para que possamos ficar mais tranquilos depois de tanto tempo de ausência. E vamos comemorar.

Emidio Dandrea, presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa, viu a festa na chegada do bonde ao Largo dos Guimarães, mas disse que é preciso fazer mais.

— Essa é a segunda etapa. Com certeza é uma melhoria para o bairro, mas o ideal é chegar ao final, pois não está atendendo as comunidades. Quem usa hoje os bondes são moradores das comunidades. Oitenta por centos dos usuários dos bondes vêm delas. Mas está chegando lá. Precisamos de mais agilidade.

Maria Edileuza Batista da Silva, de 57 anos, dono do Bazar da Edileuza, bem em frente à estação do Largo dos Guimarães, disse que pretende recuperar a freguesia perdida.

— Muito bom! Espero que seja sempre assim. Nos deixou muito felizes. As pessoas precisavam desse bondinho de volta. Moro aqui há 37 anos e tenho esse comércio há 23. A falta dos bondes afetou muito o meu negócio. Pode botar 85% de vendas deixaram de ser feitas. Sempre usei muito os bondes. Meus filhos iam para o colégio, voltavam para casa de bonde. É muito bom ter o bondinho de volta —

Antes do embarque para a viagem inaugural, Carlos Roberto Osório celebrou:


— Hoje é um dia marcante para o serviço de bondes de Santa Teresa. Com passageiros, retomamos o serviço ao coração do bairro, que é o Largo dos Guimarães, e isso significa que nós estamos avançando. Temos, agora, em nosso cronograma três quilômetros de vias sendo construídas entre a Praça Odylo e o Largo do França. E a entrega completa do projeto será em 2017. Tivemos dificuldades , mas o bonde está de volta e agora ele chega ao coração do bairro de Santa Teresa e acho que isso é um motivo de comemoração para o Rio de Janeiro.

Sobre as medidas de segurança para evitar acidentes como o de 2011, quando cinco pessoas morreram e 57 ficaram feridas, o secretário garantiu que os bondes novos são muito seguros.

— Todo o cuidado nesse projeto foi tomado. Primeiro na construção dos bondes, que guardam características históricas dos bondes do passado, mas eles têm uma configuração mecânica e, principalmente de freios, de última geração. Nós temos nesses novos bondes quatro sistemas de freio, inclusive o quarto freio, que é o de emergência, é magnético e funciona sob qualquer condição. Nossa maior preocupação é segurança. Por isso, antes de colocar qualquer bonde em circulação são feitos testes exaustivos. Não apenas nos bondes como também na via permanente, nos trilhos. Estamos avançando paulatinamente. O serviço que hoje volta a ser entregue à população é seguro, testado, e pode garantir a tranquilidade a qualquer usuário — afirmou.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/secretario-quer-bondes-noturnos-para-ligar-lapa-santa-teresa-18376588#ixzz3vjlAg39H 
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Bondes chegarão ao Largo dos Guimarães na segunda-feira

Novo trecho de 500 metros, a partir do Curvelo, é aprovado em teste e entrará em pré-operação gratuita para passageiros
   
POR SELMA SCHMIDT

 24/12/2015 - O Globo

Teste com bonde de Santa Teresa - Divulgação


RIO - A partir da próxima segunda-feira, dia 28 de dezembro, os bondes de Santa Teresa, ainda em pré-operação, circularão com passageiros até o Largo dos Guimarães, saindo do Largo da Carioca e com parada no Largo do Curvelo. Nessa fase, o serviço será gratuito e das 11h às 16h, de segunda à sábado.

Nesta quinta-feira, técnicos da Secretaria estadual de Transportes, da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) e do consórcio construtor realizaram testes operacionais, sem passageiros, entre os largos do Curvelo e dos Guimarães. Com 500 metros, o trecho recebeu novos trilhos e rede aérea.

— Deu tudo certo. Rodamos com os cinco bondes no trecho entre os Largos do Curvelo e dos Guimarães. Está tudo pronto para segunda-feira — diz o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, que acompanhou o teste.— O retorno dos bondes de Santa Teresa ao Largo dos Guimarães é um marco importante para o restabelecimento desse tradicional serviço de transporte. O Largo dos Guimarães é o coração do bairro de Santa Teresa.

Segundo Osorio, ainda na primeira quinzena de janeiro a pré-operação com passageiros deve começar na Rua Francisco Muratori. Nessa ladeira, com cerca de 900 metros, estão sendo feitos testes entre 9h e 11h.

O serviço de bondes de Santa Teresa foi suspenso em agosto de 2011, quando aconteceu um acidente, que matou seis pessoas (incluindo o motorneiro) e deixou 50 passageiros feridos. Na ocasião, um bonde descarrilou e tombou quando descia a Rua Joaquim Murtinho, na altura do número 273, perto do Largo do Curvelo.

Em julho último, a pré-operação começou no trecho de 900 metros entre os largos da Carioca e do Curvelo. Cada bonde tem capacidade para 32 passageiros sentados. O trajeto completo dos bondes terá dez quilômetros de extensão. As obras deveriam ter sido concluídas antes da Copa do Mundo de 2014, mas sofreram diversos atrasos e adiamentos.

Agora, a previsão é a de que todo o sistema esteja concluído em 2017. No momento, as obras se concentram no trecho de três quilômetros entre a Praça Odilo Costa Neto e o Largo do França.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/bondes-chegarao-ao-largo-dos-guimaraes-na-segunda-feira-18362623#ixzz3vGR5803S 
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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Treinamento dos condutores do VLT inclui até curso em Paris

Os VLTs que começam a circular em 2016 pelas ruas do Centro do Rio
   
POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES 

29/11/2015 - O Globo

Condutores selecionados para trabalhar na primeira linha de VLT da cidade - O Globo / Marcelo Carnaval

RIO - Como na música de Zeca Pagodinho, Anicetto de Oliveira Costa, de 51 anos, é daqueles que deixam a vida o levar. O goiano de Pontalina (a 126 quilômetros da capital) começou a trabalhar na roça aos 13 anos. Tocou gado, foi contínuo, comerciário, motorista, microempresário e operador de tráfego. Este ano treina para uma nova função. O ex-peão boiadeiro faz parte da primeira equipe dos “motorneiros modernos”— futuros condutores dos VLTs que começam a circular em 2016 pelas ruas do Centro.

A turma de Annicetto conta com 16 pessoas. Ao todo, o VLT terá 50 condutores na primeira linha, prevista para ser inaugurada em abril do ano que vem. O serviço inicial vai ligar a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont e terá nove veículos e 17 pontos de parada. O segundo itinerário, entre a Central e a Praça Quinze, só deve entrar em operação após os Jogos.

Todos os motorneiros selecionados tinham experiência anterior, seja como condutor de trens, operador de tráfego ou na logística de transportes. Fazem parte da equipe ex-funcionários do metrô, da empresa de logística MRS e da Ponte Rio-Niterói. Como a ideia é que esses pioneiros sejam instrutores dos futuros colegas, eles passam por um treinamento intensivo. Isso incluiu até mesmo um estágio em Paris. Durante um mês, acompanharam a operação e pilotaram composições pelos dez quilômetros da linha de VLT T3B (Porte de Vincennes-Porte de la Chapelle).

No Brasil, o treinamento prosseguiu na fábrica dos trens em Taubaté (SP) e agora em cursos teóricos no Rio. Um segundo grupo de 16 profissionais também passou por treinamento na França.

Aos 54 anos, Renato Gomes, ex-supervisor do Centro de Controle do metrô do Rio, trocou 22 anos de experiência nas linhas 1 e 2 pela oportunidade de ser um dos primeiros condutores do VLT carioca. Segundo ele, a experiência no metrô ajuda, mas a realidade de trafegar nos trilhos de um VLT é bastante diferente.

— Uma coisa é operar o metrô, que corre numa via segregada. Outra é um VLT, numa área extremamente urbanizada, tendo de estar atento aos pedestres que ainda não estão familiarizados com o serviço — contou Renato.

O coordenador da equipe, Rodrigo Feitoza, destaca que, no processo de seleção, foram recrutados candidatos com algo em comum:

— Procuramos pessoas com experiência na área. E que fossem extremamente calmas, já que o VLT é uma novidade para passageiros e pedestres.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/treinamento-dos-condutores-do-vlt-inclui-ate-curso-em-paris-18174325#ixzz3t76jT9oz 
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Santa Teresa recebe nova etapa de instalação de trilhos definitivos

Obra não provocará alterações viárias nem de itinerários de ônibus na região
  
POR ADALBERTO NETO

22/11/2015 - O Globo

Os primeiros testes do bonde que ligará Santa Teresa à Lapa começaram no mês passado - Agência O Globo / Pablo Jacob/8-11-2013

RIO - A nova fase de instalação dos trilhos definitivos dos bondes de Santa Teresa começou neste domingo. Os trabalhos são feitos entre a Praça Odilo Neto e o Largo do França, numa extensão de cerca de três mil metros. Para minimizar o impacto na vida dos moradores do bairro, a obra será feita por etapas.

Para não prejudicar a rotina de pedestres e motoristas, as intervenções não vão interditar as vias totalmente e, com isso, não haverá alteração nos itinerários dos ônibus. Nos locais de obras, haverá técnicos da Secretaria estadual de Transporte e operadores de trânsito para orientar as pessoas.

Neste domingo, também começou a fase final da instalação da rede aérea do sistema de bondes entre os largos do Curvelo e dos Guimarães. A previsão é de que o trabalho seja concluído na segunda quinzena de dezembro. Em seguida, começará a etapa de testes no trecho, sem passageiros.

Os primeiros testes do bondes de Santa Teresa, que ligará o bairro à esquina da Rua do Riachuelo, na Lapa, começaram no mês passado. O trecho, de aproximadamente 500 metros, que estava fora de operação desde a década de 1960, após uma série de alagamentos na região, deve ser inaugurado para o público nas próximas semanas e será integrado ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, fazendo a ligação entre os largos da Carioca e do Curvelo.

OBRAS ATRASADAS

As obras em Santa Teresa começaram em 2013, quase dois anos depois de um bonde descarrilar e tombar na Rua Joaquim Murtinho. O acidente deixou seis mortos e 57 feridos, paralisando o serviço. A linha de bondes deveria ter sido entregue há mais de um ano, durante a Copa. A lentidão da obra chegou a afetar a fabricação de 14 bondes encomendados pelo estado.

No início deste mês, a Justiça determinou o bloqueio de bens do ex-secretário estadual de Transportes Julio Lopes e de três executivos da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) pelo prejuízo causado ao estado com as indenizações do acidente com um bonde em Santa Teresa, em agosto de 2011.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/santa-teresa-recebe-nova-etapa-de-instalacao-de-trilhos-definitivos-18111933#ixzz3sJxrxzXd 
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Governo inicia nova etapa das obras do bondinho de Santa Teresa

Trecho tem cerca de 3km de extensão e trabalho contará sinalização especial
  
23/11/2015 - O Globo

RIO - Tem início nesta segunda-feira a nova etapa das obras de instalação da via permanente dos bondes de Santa Teresa, entre a Praça Odilo Costa Neto e o Largo do França, informou em nota a Secretaria estadual de Transportes. O trecho tem cerca de três quilômetros de extensão, e será concluído por etapas para minimizar o impacto na vida dos moradores.

O órgão informou que não serão necessárias alterações viárias nem de itinerários de ônibus, mas sinalizará as obras para evitar problemas aos pedestres e motoristas. Técnicos da secretaria e operadores de trânsito serão enviados ao local para orientar os motoristas.

Também nesta segunda-feira entra em fase final a instalação da rede aérea entre os largos do Curvelo e dos Guimarães. A previsão é que seja concluído na segunda quinzena de dezembro. Em seguida, o trecho entrará em fase de testes sem passageiros.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/governo-inicia-nova-etapa-das-obras-do-bondinho-de-santa-teresa-18116401#ixzz3sJtlFzuA 

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sábado, 21 de novembro de 2015

VLT faz o primeiro teste com trem energizado na Praça Mauá

Eduardo Paes disse que pretende aplicar uma multa para quem não pagar passagem
  
POR GUILHERME RAMALHO 

21/11/2015 - O Globo

RIO — Uma garoa fina começava a cair na Praça Mauá, na manhã deste sábado, quando, pela primeira vez, uma composição do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) passeou pela estrutura montada naquele trecho da Zona Portuária. Chamada de João do Rio, um dos principais cronistas da vida carioca no início do século passado, a composição de oito módulos percorreu em baixa velocidade cerca de 150 metros. Despojado e brincalhão, o prefeito Eduardo Paes acompanhou o teste e chegou a dirigir o trem, orientado por um maquinista francês, ao lado do filho Bernardo. Ele garantiu que as obras estão dentro do prazo.

— Daqui a pouco, as pessoas vão ver o VLT passando pela Rio Branco. É uma supertransformação numa cidade que sempre apostou muito no carro e esqueceu o transporte público de qualidade. A gente sabe que ainda há muito a se fazer, mas é importante ver o Rio avançando — disse o prefeito, que chegou na praça fazendo uma transmissão ao vivo pelo celular.

Das 32 estações do sistema, apenas três (rodoviária, Central e estação das barcas) terão catracas para o controle de entrada e saída de passageiros. Portanto, na maioria das estações, o pagamento será feito de forma voluntária, algo inédito no país e que vai depender da boa-fé das pessoas. De acordo com Paes, além de fiscalização, haverá uma multa para os “espertinhos”, cujo valor ainda será definido. A medida requer, no entanto, uma mudança na legislação.

— É óbvio que não será “liberou geral”, com as pessoas fazendo o que querem. É uma mudança cultural. Em outros países, já é assim. A gente quer apostar no respeito do cidadão. Essa experiência de civilidade será muito importante — destacou Paes, que se esquivou de perguntas sobre os casos de agressões a mulheres por parte de assessores e do secretário Pedro Paulo.

Caso o passageiro se recuse a pagar, a Guarda Municipal ou a Polícia Militar poderão ser acionadas para retirá-lo do veículo. Também haverá fiscais que, munidos de máquinas, vão poder verificar, pelo cartão de embarque, se o usuário validou a viagem.

INTEGRAÇÃO COM OUTROS MODAIS

O plano do VLT também prevê a integração do sistema aos ônibus urbanos, BRTs, trens, metrô e barcas, com utilização do Bilhete Único. A tarifa ainda será definida, mas o prefeito garantiu que haverá uma terceira integração. Pelas regras atuais, os passageiros só podem fazer duas integrações pagando uma mesma tarifa.

— No caso do VLT, a prefeitura vai subsidiar. Terá sempre a possibilidade de se fazer uma terceira viagem. A gente ainda está ajustando alguns detalhes, mas o VLT é o integrador de todos os modais — afirmou Paes.

Pela primeira vez, a composição do VLT passeou pelos trilhos já instalados - Fábio Guimarães / Agência O Globo

Responsável pelas obras na Zona Portuária, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Alberto Silva, afirma que 95% dos trilhos do VLT estão em obras. Ao todo, o sistema terá 28 quilômetros de extensão e 32 estações — dez a menos do que foi previsto inicialmente na licitação.

— No fundo, tivemos hoje (sábado) um teste real. Agora, o resultado será analisado para vermos se precisará de algum reajuste. À medida que os trilhos forem sendo ampliados, os testes serão realizados para garantir que os trens entrem em operação assim que todo o trajeto for concluído — afirmou o presidente da Cdurp.

INAUGURAÇÃO ESTÁ PREVISTA PARA ABRIL

Pelo cronograma, o primeiro trecho do VLT começa a funcionar em abril, com 18 estações. A linha ligará a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Avenida Rodrigues Alves, Praça Mauá e Avenida Rio Branco. O tempo estimado para o percurso é de 30 minutos.

Entre agosto e setembro, está prevista a inauguração de outras 11 estações, entre a Central e a Praça Quinze. Já o trecho da Avenida Marechal Floriano, entre Central e Rio Branco, com três estações, só deve entrar em operação em 2017. Quatro estações (Rodoviária Novo Rio, Central do Brasil, Aeroporto Santos Dumont e Praça Quinze) serão cobertas, assim como as do BRT Transcarioca e Transoeste.

O projeto está custando R$ 1,156 bilhão. Desse total, R$ 624 milhões são da iniciativa privada. O restante vem de recursos repassados pela União. Ao todo, são 25 anos de concessão, sendo 22 de operação e três de obras.

PASSEIO INESPERADO

Neste sábado, a professora de literatura Catarina Schumann, de 65 anos, levou seus alunos para o Museu de Arte do Rio (MAR). O que não estava programado é que, depois do prefeito, ela, nove alunos e duas mães seriam os primeiros passageiros a testar o VLT. A professora conseguiu autorização para embarcar, percorreu o mesmo trajeto que Eduardo Paes e aprovou o novo transporte.

— Estou bastante feliz. Foi uma experiência bastante positiva pelo conforto, pela tranquilidade. O passar sobre os trilhos é bastante suave. Foi muito bom. Todos os transportes poderiam ser assim no Rio. Pena que não é — opinou.

BONDE DO FUTURO

O VLT tem capacidade para 420 passageiros e percorrerá o trajeto em uma velocidade média de 15 km/h. Dependendo do trecho, como a Praça Mauá, onde há muitos pedestres, não passará de 5 km/h.

Segundo a prefeitura, o VLT funcionará 24 horas por dia, todos os dias da semana. O tempo de espera poderão variar entre 3 e 15 minutos, dependendo do horário e local. De madrugada, os veículos circularão de 30 em 30 minutos. Quando estiverem em operação, as seis linhas terão capacidade para transportar até 300 mil passageiros por dia.

Eduardo Paes acompanhou o teste e chegou a dirigir VLT - Fábio Guimarães / Agência O Globo

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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O bonde do Paes

30/10/2015 0 O Globo

POR ANCELMO GOIS

Bonde
Bonde | Ricardo Cassiano

Será no dia 17 de dezembro (uma quinta-feira), uma semana antes do Natal, que o prefeito Eduardo Paes vai inaugurar o Museu do Amanhã, esse nobre espaço do Rio dedicado às ciências, na Praça Mauá. Ele chegará ao local a bordo — veja só — do bonde João do Rio (1881-1921), que fará parte do VLT.

É isso mesmo. O autor de “A alma encantadora das ruas" será um dos 32 cariocas — de coração ou nascidos na cidade; veja a lista abaixo — que terão bondes batizados com seus nomes. Mas o VLT só será inaugurado no ano que vem: na data da entrega do museu, Paes viajará por um pequeno trecho já concluído na Região Portuária.

1. Tia Ciata

2. Donga

3. Pixinguinha

4. João da Baiana

5. Ismael Silva

6. Machado de Assis

7. Clementina de Jesus

8. Cartola

9. Mestre Valentim

10. Dona Zica

11. João Cândido

12. Silas de Oliveira

13. Ary Barroso

14. Dolores Duran

15. Noel Rosa

16. Dona Dodô

17. Chiquinha Gonzaga

18. Di Cavalcanti

19. Procópio Ferreira

20. Augusto Malta

21. Marc Ferrez

22. Nair de Teffé

23. Grande Othelo

24. Roberto Burle Marx

25. Lota de Macedo Soares

26. João do Rio

27. Tom Jobim

28. Vinicius de Moraes

29. Braguinha

30. Carlos Drummond de Andrade

31. Manuel Bandeira

32. Cazuza

domingo, 25 de outubro de 2015

Prefeitura do Rio apresenta o primeiro trem do VLT produzido no Brasil

21/10/2015 - Agência Rio de Notícias

A Prefeitura do Rio apresentou hoje (21), em Taubaté (SP), o primeiro dos 27 trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) fabricados no Brasil. Em produção na fábrica do interior paulista, o veículo integra frota de 32 composições do sistema que circulará pelo Centro do Rio a partir do primeiro semestre de 2016. Após a apresentação, o trem inaugurou a primeira pista de testes da América Latina, também na fábrica de Taubaté.

Os primeiros cinco trens do VLT foram produzidos na França, em La Rochelle. Acordo de transferência de tecnologia viabilizado pelo regime de parceria público-privada (PPP) entre a Prefeitura do Rio e a Concessionaria do VLT Carioca garante 60% de conteúdo local aos trens. As unidades em construção no Brasil são do modelo Citadis, operado sem catenárias (cabos aéreos para a alimentação por energia elétrica). No modelo carioca, a alimentação se dá por duas fontes de energia: um terceiro trilho energizado e supercapacitores.

A fábrica de Taubaté da Alstom ? que traz conhecimento técnico das unidades da Europa, condicionante contratual para o fornecimento dos trens ao projeto ? é a única produtora de VLT na América Latina equipada com via de testes.  Com cerca de 400 metros de comprimento, a via construída na unidade do interior de São Paulo é expansível. Futuramente, poderá chegar a 750 metros, tendo nesse formato tensão aumentada de 750 volts para até 3.000 volts. Na fase de testes, os trens podem transitar pela via na velocidade de até 40 km/h. Com a expansão da pista, a velocidade limite será ampliada para até 80 km/h.

Quando atingir o pico de produção, na operação plena, o processo de fabricação dos trens será responsável pela geração de 150 empregos diretos e 450 indiretos. Para contratação de mão de obra local, a capacitação dos candidatos foi por meio do programa de formação profissional voltado à área de montagens de Veículos Leves sobre Trilhos. O projeto foi concebido em parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Taubaté, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e a Alstom. Ao fim do processo, 50 funcionários foram contratados, e em plena atividade operacional, a expectativa é treinar 400 candidatos.

O VLT Carioca 

Um dos símbolos da mudança na dinâmica social e econômica vivida pela cidade do Rio de Janeiro, o VLT Carioca é um projeto da Prefeitura do Rio que permitirá a interligação da Região Portuária ao centro financeiro de forma mais rápida, segura e sustentável. Parte fundamental do plano de mobilidade urbana do Porto Maravilha, o VLT Carioca fortalece o conceito de transporte público integrado. Em 32 paradas e 28 quilômetros de trilhos, conectará todos os meios de transporte disponíveis na área central da cidade: metrô, trens, barcas, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos, Aeroporto Santos Dumont, rodoviária, BRT e redes de ônibus convencionais.

Cronograma de entrega 

Todos os cinco primeiros trens fabricados na França serão entregues até o fim do mês de novembro. Os VLTs nacionais começarão a chegar ao Rio de Janeiro a partir de janeiro de 2016.

Operação

Quando as linhas estiverem em operação, a capacidade do sistema chegará a 300 mil passageiros por dia. Cada veículo do VLT Carioca trafegará com velocidade média de 15 km/h e transportará até 420 passageiros. O pagamento poderá ser com Bilhete Único e bilhetes unitários adquiridos nos terminais de autoatendimento (ATM) presentes nas paradas e postos de venda do RioCard. Intervalos entre um trem e outro poderão variar de três a 15 minutos, de acordo com a linha, a demanda e o horário.

A Fábrica 

Inaugurada em março, a fábrica da Alstom em Taubaté (SP) ocupa 16 mil metros quadrados e tem capacidade para produzir de sete a oito trens por mês, disponibilizando espaço para testes estáticos e dinâmicos (com trens em movimento). O investimento no complexo industrial é de R$ 50 milhões. De maneira a assegurar as melhores práticas ambientais, a fábrica utiliza água coletada das chuvas para os testes.

FA

VLT: Possível reembolso da prefeitura para concessionária gera indignação

24/10/2015 - O Dia

Prefeitura admitiu que vai assumir o prejuízo financeiro dos possíveis calotes em estações sem catracas

GUSTAVO RIBEIRO

Rio - A pouco menos de seis meses da inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), os cariocas se animam ao ver os primeiros trens em teste na região portuária. Mas também já duvidam que os passageiros se adaptem ao modelo europeu de pagamento voluntário do transporte, que não terá roletas em 29 de suas 32 estações.

Contribuintes e especialistas ficaram indignados porque a prefeitura admitiu, na última semana, que vai assumir o prejuízo financeiro dos possíveis calotes, com dinheiro público. “Nossa cultura não é de respeitar esse tipo de coisa. O contribuinte vai pagar pelas bandalhas”, lamenta o técnico Robson Santos, de 60 anos.

Um agravante é que ninguém poderá ser multado por deixar de pagar a tarifa, já que a legislação brasileira não prevê esse tipo de punição, ao contrário de outras cidades no mundo. “A educação no país é ruim, e a fiscalização, muitas vezes, é falha. Então, não é justo pagar pela falta de consciência dos outros”, diz a estudante de Enfermagem Marie Grossmann, 22.

Marie Grossmann: 'Não é justo pagar pela falta de consciência dos outros'
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia

Há controvérsias. A prefeitura acredita que a maioria vai seguir a norma de passar voluntariamente o bilhete eletrônico nos 28 validadores dentro dos vagões, apesar de garantir que haverá fiscalização com apoio da Guarda Municipal e que será retirado do VLT quem se recusar a pagar a passagem.

O secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, afirma que não faz sentido, para o custo-benefício da operação, ter catraca e cobrador. “No mundo todo, os VLTs são parecidos com o nosso. Não podemos duvidar da boa-fé do carioca.”

Por contrato, o prejuízo terá de ser dividido com o consórcio operador do VLT se a evasão ultrapassar 10% dos passageiros — a discrepância será medida por sensores dentro dos veículos. Caso mais de 20% dos passageiros não paguem, a prefeitura arcará sozinha com os calotes a partir dessa margem.

“O cerne de uma concessão é que 100% dos riscos sejam da concessionária”, critica o engenheiro de Transportes Fernando Mac Dowell. “Não há chance de uma empresa ter todo o risco em qualquer concessão”, discorda o secretário. Alguns até admitem que não pagariam. “Se eu tivesse o cartão, pagaria. Se estivesse no aperto, iria de graça”, confessa o estudante Denis Araújo, 19.

Só ANTT pode criar multa para caloteiro

Só a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) poderia regulamentar a aplicação de multas nos transportes, por resolução, segundo o especialista em Direito Administrativo Leandro Mello Frota, sócio do escritório Gomes & Mello Frota Advogados. Ele também critica o contrato. “É ilegal, um desvio de finalidade, e certamente será anulado, porque causa dano ao erário público, ainda mais em período de crise econômica.”

“No mundo todo esse tipo de cobrança funciona porque tem fiscalização e multa. É melhor a prefeitura instituir logo a passagem gratuita, porque não haverá controle algum sem a multa”, avalia Eva Vider, engenheira de Transportes da Coppe/UFRJ. Para Fernando Mac Dowell, da PUC, os calotes podem pesar na tarifa.

O secretário Jorge Arraes lembra que o contrato também prevê à prefeitura o recebimento de parte da arrecadação do consórcio se o número de passageiros ultrapassar 10% da demanda mínima, que será definida em estudo.

Gerente de Arrecadação do VLT Carioca, João Carlos Santos adiantou, semana passada, que a hipótese de equipar as estações com estruturas fechadas e roletas, apesar de remota, não está descartada para o futuro. Arraes disse que a prefeitura não tem intenção de permitir esse tipo de intervenção e, se isso porventura acontecer, o custo de obras será do consórcio.

Nova fábrica de VLTs da Alstom no Brasil agora está equipada com uma via de testes

23/10/2015 - Blog Meu Transporte

A mais nova fábrica de VLTs Citadis da Alstom, localizada em Taubaté, São Paulo, agora está equipada com uma via para conduzir testes dinâmicos nos VLTs antes da entrega ao cliente, quando são feitos os testes finais. Essa é a primeira fábrica de VLTs na América Latina a ser equipada com uma via de testes dinâmicos. Os primeiros VLTs testados são destinados à cidade do Rio de Janeiro, que encomendou 32 Citadis para a Alstom em 2013, os quais devem entrar em operação comercial a partir de 2016.

O trilho de testes – que tem aproximadamente 400 metros de comprimento – é abastecido por catenárias[1], permitindo que os VLTs Citadis rodem a velocidades de 40 km/h. Os elementos dos VLTs sendo testados são tração e freio, sistema ecopack (supercapacitores), ar condicionado e conforto acústico para garantir que o VLT seja seguro, confiável, eficiente e capaz de ser inserido suavemente no ambiente urbano. Os VLTs testados rodarão cerca de 10 quilômetros por um período de quatro dias. Seis funcionários da Alstom estão totalmente dedicados a essa tarefa.

“Com os testes agora sendo realizados onde os VLTs são produzidos, podemos garantir uma entrega mais rápida ao cliente, além de reduzir a fase de testes na linha do cliente,” afirma Michel Boccaccio, Vice-Presidente Sênior da Alstom Transporte na América Latina. 

A Alstom investiu cerca de 50 milhões de Reais na unidade de Taubaté, que foi construída para atender melhor as necessidades de mobilidade brasileiras e, no futuro próximo, as da América Latina. O VLT é uma solução relevante para cidades de médio e grande porte que enfrentam aumentos populacionais, congestionamentos e poluição. Um VLT usa quatro vezes menos energia que um ônibus e 10 vezes menos energia que um carro[2], além de se interconectar facilmente com outros meios de transporte.

Sobre a Alstom Transporte

Promovendo a mobilidade sustentável, a Alstom Transporte desenvolve e comercializa a mais completa gama de sistemas, equipamentos e serviços do setor ferroviário. A Alstom Transporte administra sistemas inteiros de transporte, incluindo trens, sinalização, manutenção e modernização e infraestrutura, além de oferecer soluções integradas. A Alstom Transporte registrou vendas de €6,2 bilhões de euros e registrou €10 bilhões em pedidos no ano fiscal 2014/15. Está presente em mais de 60 países, e emprega cerca de 28.000 pessoas.

Informações: Blog Meu Transporte

Prefeitura de Niterói inicia captação de recursos para projeto do VLT

25/10/2015 - O Globo


A soma dos empréstimos feitos pelo prefeito Rodrigo Neves (PT) para executar projetos de infraestrutura pode chegar R$ 1,5 bilhão; sendo que R$ 1,2 bilhão corresponde a financiamentos internacionais. O valor — elevado devido à alta do dólar — chegará a esse patamar se o município conseguir os US$ 170 milhões pleiteados pelo prefeito, quinta-feira, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, nos Estados Unidos. Os recursos serão usados para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ligando o Centro a Charitas. Hoje, o teto de endividamento público é de R$ 2,27 bilhões. Para Paulo Corval, professor de Direito Tributário e Financeiro da UFF, o volume de dívidas, que equivale a quase 100% da receita líquida do município (R$ 1,9 bilhão), é perigoso. "Ainda mais num momento em que as receitas no país estão chegando a um limite”, critica o especialista. O prefeito, entretanto, diz que a cidade tem trocado dívidas ruins por outras menos prejudiciais. "A realização de investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e segurança é uma dívida positiva, porque agrega valor e melhora a qualidade de vida da população”. Sem espaço no orçamento para fazer investimentos, o prefeito Rodrigo Neves fez a opção de usar empréstimos para viabilizar grandes obras públicas, como a construção do Túnel Charitas-Cafubá e do corredor de ônibus (BHLS) da TransOceânica. Na quinta-feira, o petista viajou a Washington, nos Estados Unidos, para pleitear junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mais recursos para a cidade, dessa vez com o intuito de custear, entre outros projetos, a construção de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando o Centro a Charitas. A escolha, entretanto, vai deixar uma conta salgada para as próximas administrações: R$ 1,5 bilhão em novos financiamentos, pressionando o teto de endividamento público, que hoje é de R$ 2,27 bilhões.
O principal risco são os empréstimos em dólar. Caso seja autorizado, o financiamento pleiteado junto ao BID será de US$ 170 milhões, e se somará a outros dois. Já foram liberados pela mesma instituição US$ 26,4 milhões para contenção de encostas, operação de trânsito e monitoramento da cidade com câmeras, entre outros projetos. Outros US$ 100 milhões, da Corporação Andina de Fomento (CAF), são para o Programa Região Oceânica Sustentável, que prevê, entre outras intervenções, a construção de um parque, com ciclovia, no entorno da Lagoa de Piratininga.

ENDIVIDAMENTO PERIGOSO NUM CENÁRIO DE CRISE

Atualmente, as três operações financeiras representam, somadas, uma dívida de R$ 1,2 bilhão, com o dólar na faixa dos R$ 4. Isso porque os contratos são feitos com câmbio flutuante e têm uma carência (prazo para início do pagamento) entre dois e quatro anos. Além desses recursos internacionais, a atual gestão recebeu crédito de R$ 292 milhões da Caixa Econômica Federal (CEF) para a construção da TransOceânica, e outros dois empréstimos menores, que somam cerca de R$ 40 milhões.

Para Paulo Corval, professor de Direito Tributário e Financeiro da Universidade Federal Fluminense (UFF), o endividamento da prefeitura é perigoso, especialmente num cenário de crise econômica.

— Esse volume de dívidas, que equivale a quase 100% da receita líquida do município (R$ 1,9 bilhão), é muito perigoso. É preciso fundamentar uma escolha dessas. Isso não pode ser feito sem um estudo adequado e um debate democrático, ainda mais num momento em que as receitas no país estão chegando a um limite — critica o especialista.

O prefeito Rodrigo Neves, entretanto, nega que o aumento repentino da dívida seja um problema. Segundo ele, a cidade tem trocado dívidas ruins por outras menos prejudiciais.

— A dívida que eu herdei, e que nós pagamos, era muito ruim porque era para custeio e terceirização de serviços. A realização de investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e segurança é uma dívida positiva, porque agrega valor e melhora a qualidade de vida da população — argumenta.

Entretanto, o próprio governo trabalha com a possibilidade de o envidamento se tornar ainda maior. De acordo com Giovanna Victer, secretária de Planejamento, a prefeitura projetou, durante a elaboração do Orçamento de 2016, o cenário com dólar cotado a R$ 4,50. No último Boletim Focus, do Banco Central, os economistas ouvidos também têm visão pessimista, com a moeda americana fechando o ano que vem acima dos valores atuais.

Em junho do ano passado, durante a discussão do empréstimo da CAF na Câmara, a oposição defendeu a realização de uma consulta pública antes de a casa tomar uma decisão. A bancada do PSOL chegou a apresentar um requerimento para realizar uma audiência pública, mas foi derrotada pela base do governo. O vereador Bruno Lessa (PSDB), também da oposição, lembra o custo que esses financiamentos terão no futuro da cidade.

— É um absurdo que um governo esgote 70% da capacidade de investimento de um município em quatro anos. Atualmente, a cidade gasta muito pouco com isso, mas daqui a cinco anos o valor pago de amortização e juros com empréstimos vai aumentar bruscamente. A cidade vai estar pronta para isso? — questiona.

O secretário de Fazenda, Cesar Barbieiro, afirma, entretanto, que a prefeitura ainda tem uma boa margem para as despesas com juros e amortização da dívida — o valor gasto com o pagamento das prestações dos empréstimos.

— Pela legislação federal, os gastos com a amortização da dívida não podem passar de 11% da receita corrente líquida. Hoje, gastamos cerca de 3% — explica o secretário. O prefeito Rodrigo Neves apresentou a dirigentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando Charitas ao Centro, com 20 estações para embarque e desembarque de passageiros em 11 quilômetros de percurso. Também integrou a comitiva o secretário municipal de Fazenda, Cesar Barbieiro.

Segundo Rodrigo, o empréstimo deve ser de US$ 170 milhões, que em valores correntes representariam R$ 661 milhões. Parte dos recursos vai custear 50% da implantação do VLT, orçada em R$ 750 milhões. A outra metade será captada através de uma parceria público-privada (PPP). Para o prefeito, o investimento colocará Niterói na vanguarda em termos de modais de transporte coletivo:

— Com esse projeto, Niterói será a primeira cidade do Brasil a contar com um BHLS (um BRT mais moderno) e VLT. Isso muda completamente o paradigma de transportes do município. Só o VLT tem demanda de 200 mil passageiros por dia.

O processo de liberação dos recursos deve levar cerca de um ano e meio, segundo ele. O primeiro passo do processo é o envio de uma carta-consulta ao BID e à Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, o que deve ser feito até o fim do ano. Em seguida, iniciam-se outras etapas para a obtenção do financiamento internacional.

Além do VLT, os recursos do BID devem ser usados em outros dois projetos de infraestrutura: a urbanização do Morro do Estado — com obras de contenção de encostas e construção de equipamentos culturais e de lazer —e a macrodrenagem da bacia do Rio Icaraí, que é responsável pelos constantes alagamentos em ruas do bairro, de Santa Rosa e no entorno do Caio Martins.

sábado, 24 de outubro de 2015

Rodrigo apresenta projeto de VLT ao BID

23/10/2015 - O São Gonçalo

Rodrigo Neves apresentou proposta de financiamento para a implantação do VLT
Foto: Divulgação

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, acompanhado do secretário de Fazenda do município, Cesar Barbiero, apresentou em Washington, Estados Unidos, ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, e ao vice-presidente da entidade, Alexandre Meira da Rosa, a proposta de financiamento para a implantação do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando Charitas ao Centro da cidade. No mesmo projeto, estão previstas obras de infraestrutura e urbanização do Morro do Estado e macrodrenagem do Rio Icaraí nas proximidades do estádio Caio Martins, entre outras melhorias em outras áreas da cidade.

No encontro, Neves evidenciou a saúde financeira de Niterói como fator preponderante para a concessão do financiamento, uma vez que a cidade, mesmo num cenário de crise nacional e estadual, realiza investimentos em diversas áreas, cumprindo metas fiscais e aumentando, inclusive, sua arrecadação.

“O encontro superou nossas expectativas, pois mostrou a confiança que uma instituição tão importante no cenário mundial deposita em Niterói, além de reconhecer o trabalho que nós desenvolvemos na cidade desde 2013. Hoje, demos o primeiro passo para um novo acordo, que permitirá mais investimentos capazes de transformar nossa cidade, proporcionando melhores condições de vida, infraestrutura e mobilidade para os niteroienses”, afirmou Neves.

Moreno mostrou-se favorável à iniciativa e determinou agilidade das equipes do BID ao pedido da prefeitura, assim que ele for formalizado, o que deve ocorrer até o fim do ano. “Nós já temos um projeto em andamento em Niterói, negociado em 2013, e que está caminhando muito bem, com a cidade cumprindo suas metas. É importante premiar aqueles que cumprem essas metas, pois, além de reconhecer o esforço do município, sinaliza para os demais essa necessidade”, disse Moreno.

O projeto do VLT é a segunda etapa do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social de Niterói (Produis) e prevê uma linha de 11 quilômetros ligando a estação de Charitas ao Centro e conectado ao BHLS da TransOceânica.

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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bonde: começam os testes para integrar a Lapa a Santa Teresa

21/10/2015 - O Globo

Trecho da década de 1960 foi reformado para ligar ruas Francisco Muratori e do Riachuelo
  
POR SIMONE CANDIDA 

RIO — Moradores da Rua Francisco Muratori, em Santa Teresa, assistiram, na manhã de ontem, aos primeiros testes do bonde que ligará o bairro à Lapa, chegando à esquina da Rua do Riachuelo. O trecho, de aproximadamente 500 metros, estava fora de operação desde a década de 1960, após uma série de alagamentos na região. O veículo ficará em observação por 30 dias, período em que serão avaliados, por exemplo, o sistema de freios e a parte elétrica da rede aérea.

Como haverá mudanças no trânsito da região, agentes da prefeitura distribuíram panfletos, informando que não é mais permitido estacionar na rua, que teve o limite de velocidade reduzido para 30 km/h. Além disso, foram instaladas faixas e uma nova sinalização, avisando que o bonde pode passar a qualquer hora.

TESTES EM DIAS ÚTEIS

Por enquanto, os testes na Francisco Muratori serão realizados em dias úteis, das 9h às 11h, sem passageiros. Segundo o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, no fim de novembro, as viagens serão abertas ao público. Depois de inaugurado, o trecho será integrado ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo.

— Hoje foi uma viagem histórica, já que este trecho não operava há 49 anos. A última viagem do Francisco Muratori, chegando até a Rua Riachuelo, foi em 1966. Este serviço foi interrompido após as cheias ocorridas na época, que danificaram a linha. Nunca mais foi retomado. Quando o sistema de bondes parou, em 2011, o trecho já não funcionava — conta Osorio.

Bonde em teste passa pela Rua Francisco Muratori, em Santa Teresa: operários ainda trabalham na recuperação da via - Pablo Jacob / Agência O Globo

Na avaliação do secretário, a linha trará vantagens não apenas para os moradores, mas para os turistas:

— São duas regiões turísticas importantes do Rio, que voltam a ser conectadas pelo serviço de bondes.

A linha tem menos de 500 metros e, quando estiver operando plenamente, o passageiro gastará cerca de dez minutos para subir da Lapa até a altura do Convento de Santa Teresa. Nesse ponto, o usuário embarcará em outro bondinho.

— Em novembro, vamos montar a integração deste ramal com o do Largo da Carioca ao Curvelo — diz Osorio.

Na Rua Francisco Muratori, ainda estão sendo realizadas obras. A faixa que será usada pelo bonde está pronta, mas no local ainda há operários fazendo a recuperação dos paralelepípedos na área usada pelos carros. Segundo a Secretaria de Transportes, o trecho do Curvelo até o Largo dos Guimarães vai entrar em fase de testes com passageiros no fim de novembro. Em seguida, a obra do bonde de Santa Teresa chegará a mais dois trechos: Praça Odylo Costa Neves, por meio da instalação de trilhos, e avançará para a oficina, na Rua Carlos Brandt. A previsão é que todo o sistema esteja operando em 2017.

— Terminada esta obra física aqui na Muratori, abriremos uma nova frente de trabalho para a construção da via permanente (instalação de trilhos) da Praça Odylo Costa Neves em direção ao Silvestre, também previsto para novembro — completou Osorio.

Na viagem inaugural, moradores tiraram fotos do bondinho.

— Para mim é uma novidade, pois moro aqui há quase 20 anos e só tinha ouvido falar sobre esse bonde. Só espero que o serviço seja bom — disse a aposentada Rose Santos, de 60 anos, que fez questão de registrar a primeira viagem com o celular.

OBRAS ATRASADAS

As obras em Santa Teresa começaram em 2013, quase dois anos depois de um bonde descarrilar e tombar na Rua Joaquim Murtinho. O acidente deixou seis mortos e 57 feridos, paralisando o serviço. A linha de bondes deveria ter sido entregue há mais de um ano, durante a Copa. A lentidão da obra chegou a afetar a fabricação de 14 bondes encomendados pelo estado.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/bonde-comecam-os-testes-para-integrar-lapa-santa-teresa-17835774#ixzz3pIGGbpxC 

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Prefeitura poderá subsidiar operação do VLT do Centro

22/10/2015 - O Globo

Município entrará com recursos se número de passageiros ficar abaixo do esperado
  
POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES* 

O primeiro VLT nacional, fabricado na unidade da Alstom em Taubaté (SP), é testado numa linha de manobras: previsão é que o número de passageiros do sistema, a ser inaugurado em 2016, chegue no máximo a 300 mil por dia - Ricardo Cassiano / Divulgação

RIO — A prefeitura terá que subsidiar financeiramente a operação do veículo leve sobre trilhos (VLT), que entrará em operação ano que vem na região central do Rio, caso o número mínimo de passageiros para tornar o sistema economicamente viável não seja alcançado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, durante visita à fábrica brasileira de VLTs da multinacional francesa Alstom, em Taubaté (SP), responsável por fornecer os 32 trens a serem usados no serviço.

— A Secretaria municipal de Transportes contratou uma consultoria para fazer os estudos de demanda e viabilidade, que ficarão prontos em novembro. Eles é que indicarão a demanda mínima, bem como a tarifa a ser aplicada, tanto para quem usar o VLT exclusivamente, como para quem fizer integrações — disse Jorge Arraes.

Quando foi feita a concessão, a estimativa era que a tarifa ideal ficasse em R$ 3,10, mas esse valor não levava em conta mudanças que ocorreram no trânsito do Rio e no itinerário dos ônibus, por exemplo.

O aparelho de validação do bilhete no trem - Ricardo Cassiano / Divulgação
A possibilidade de subsídio consta do contrato de concessão público-privada firmado entre a prefeitura e a concessionária. Segundo o documento, a demanda máxima estimada para o serviço é de 300 mil usuários por dia. Ao ser fixada a demanda mínima, o município não terá que dar subsídios se o total de pagantes ficar até 10% abaixo do previsto. Acima de 10% e até 20%, o prejuízo será dividido entre concessionária e poder público. Caso seja superior, o que passar de 20% será arcado pela prefeitura.

CUSTO DA OBRA CHEGA A R$ 1,15 BILHÃO

Se a demanda de usuários for maior que a prevista em no mínimo 10%, a empresa repassará parte da receita extra ao município. Ao todo, são 25 anos de concessão, sendo 22 de operação e três de obras. O projeto está custando R$ 1,156 bilhão. Desse total, R$ 624 milhões são da iniciativa privada. O restante vem de recursos repassados pela União.

— Quando fizemos estudos para a concessão, havia uma estimativa inicial de demanda. Mas, cinco anos depois, com as intervenções do Porto Maravilha e o plano de racionalização dos ônibus, a dinâmica de circulação na área mudou — explicou o secretário de Concessões.

Os novos estudos de viabilidade também vão apontar se as mudanças no trânsito provocadas pela implantação do VLT exigirão alterações nas regras de uso do Bilhete Único Carioca (BUC). Pelas atuais, o usuário pode fazer duas integrações pagando a mesma tarifa. O que ainda não se sabe é se, no caso dos passageiros do VLT, haverá a necessidade de uma terceira integração.

Já no caso do Bilhete Único estadual, a Alerj precisará aprovar um projeto, ainda não apresentado, prevendo seu uso no novo sistema de transporte.

Entre as empresas que controlam o VLT, estão CCR, Invepar, Odebrecht e Riopar, com 24,875% cada. A BRT, que opera o VLT de Buenos Aires, e a RATP, que presta o serviço em Paris e em cidades do interior da França, participam com 0,25% cada. A CCR está atualmente no centro de uma polêmica, pois quer devolver ao governo do estado a concessão das barcas e pede uma indenização.

Caso a prefeitura passe a subsidiar a tarifa, haverá uma mudança na estratégia do município em relação ao transporte público. Em 2010, quando os ônibus foram licitados, a prefeitura adotou uma fórmula que não prevê subsídios diretos. Mas os repasses indiretos existem. As empresas que integram os consórcios pagam ISS simbólico. E, a partir deste ano, os usuários passaram a arcar com as gratuidades dos alunos da rede municipal. Entre 2011 e 2014, a conta foi paga com recursos da área de educação.

Uma das maneiras para se tentar alcançar a demanda mínima será combater a evasão de receita provocada por quem viaja sem pagar a passagem. Para efeito do cálculo da demanda mínima, leva-se em conta não o total de passageiros embarcados, mas aqueles que efetivamente desembolsam o valor da tarifa. Ao contrário do que o consórcio chegou a informar, haverá fiscais nos trens para verificar se o usuário validou a viagem. Os agentes terão, inclusive, máquinas para fazer o débito imediato referente à passagem.

DEZOITO ESTAÇÕES SERÃO ABERTAS EM ABRIL

Caso o passageiro se recuse a pagar, a Guarda Municipal poderá ser acionada para retirá-lo do veículo. Das 32 estações do sistema, apenas três — rodoviária, Central e estação das barcas — terão um sistema de controle prévio de acesso.

— Nós teremos pontos para a compra de cartões de embarque, inclusive nas estações. Outras medidas podem ser implantadas para evitar a evasão. Não está descartado, em último caso, fecharmos os acessos e adotarmos o controle prévio em todas as estações — disse João Carlos Santos, gerente de Arrecadação do VLT Carioca .

Das 32 estações, 18 serão inauguradas em abril e fazem parte do compromisso do Rio para os Jogos Olímpicos. A linha ligará a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, via Avenida Rio Branco, em cerca de 30 minutos. Outras 11, do itinerário da Central à Praça Quinze, ficarão prontas entre agosto e setembro. Já as três estações restantes estarão na linha que passará pela Marechal Floriano (entre Central e Rio Branco) e só será concluída em 2017.

Em relação aos trens, cinco estão sendo construídos na fábrica da Alstom em La Rochelle, na França. Desses, dois já chegaram ao Rio. Os outros 27 estão sendo produzidos na fábrica de Taubaté (SP), aberta para atender a encomendas na América Latina. O primeiro trem nacional do VLT entrou em teste nesta quarta-feira, numa linha de manobras na Alstom. A previsão é que os primeiros veículos fabricados em Taubaté sejam entregues a partir de janeiro de 2016.

*O repórter viajou a convite do consórcio VLT Carioca

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-podera-subsidiar-operacao-do-vlt-do-centro-17844618#ixzz3pIEJlFM1 

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Primeiro trecho do VLT será inaugurado no primeiro semestre de 2016

Os 27 VLTs que vão circular pelo Rio de Janeiro serão fabricados em Taubaté

21/10/2015 - O Dia

São Paulo - O secretário de parcerias público privadas do Rio, Jorge Arraes, apresentaram nesta quarta-feira, com representantes da Alston, o primeiro VLT fabricado no Brasil para o Rio de Janeiro. A via de testes para o VLT na filial da fábrica no Brasil em Taubaté, em São Paulo, também foi inaugurada nesta quarta.

O VLT é composto por sete módulos, com a capacidade total de 420 passageiros, sendo 86 sentados. A temperatura no interior dos veículos poderá ser regulado pelo operador, chegando até 13 graus abaixo da temperatura externa.

Os 27 VLTs que vão circular pelo Rio de Janeiro serão fabricados em Taubaté. Cinco foram fabricados na fábrica da Alston, na cidade de La Rochelle, na França. A velocidade média será de 15 km/h, contando o tempo de parada nas estações que deve ser de 20 segundos.

O primeiro trecho do VLT será inaugurado no primeiro semestre de 2016 entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. Já o segundo trecho será entre a Central e a Praça XV e deverá começar a funcionar no segundo semestre de 2016. 

O secretário informou que se a quantidade de passageiros que validarem o bilhete único no VLT for menor do que a demanda mínima prevista para a operação, a prefeitura deverá ressarcir o consórcio operador. 

Para comparar o número de passageiros efetivamente transportados com a quantidade daqueles que vão validar a passagem no validador, haverá sensores no interior dos trens capazes de indicar o número real de passageiros.

A prefeitura contratou um estudo, que ficará pronto em novembro, para apontar qual é a demanda mínima. Se o "calote" for entre 10% e 20%, o prejuízo será dividido entre a prefeitura e o consórcio. O que ultrapassar esses 20% sairá unicamente do tesouro da prefeitura. A regra também valerá no sentido inverso.

Se a quantidade de passageiros transportados for superior à demanda mínima, a prefeitura deverá receber a diferença do consórcio VLT. A partir de 20% a prefeitura recebe o excedente integral. Se o excedente for entre 10% e 20% será dividido entre as partes. A implantação de um terceiro transporte também está sendo estudado para ser incluído no benefício tarifário do Bilhete Único só para quem usar o VLT. Ou seja, o passageiro poderia usar três transportes pagando apenas uma passagem. 

Primeira fase do VLT no Rio entra em operação em abril com 17 paradas

21/10/2015 - G1

Primeiro dos 27 veículos produzidos no Brasil foi apresentado em Taubaté.

Tarifa, ainda em análise, deve custar aproximadamente R$ 3,10.

Nicole Melhado

Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Pista de teste do VLT  na Alstom, em Taubaté (Foto: Nicole Melhado/G1)

O primeiro dos 27 VLTs, sistema de veículos leves sobre trilhos, produzido no Brasil para o Rio de Janeiro foi apresentado e submetido a teste nesta quarta-feira (21) na fabricante Alstom, em Taubaté (SP). Na ocasião, o início da operação da primeira fase, com 17 pontos de parada, foi confirmada para abril de 2016 - a quatro meses das Olimpíadas. A tarifa é estimada em R$ 3,10.

O valor da passagem é previsto no contrato entre a prefeitura e concessionária VLT Carioca, segundo o governo. Para o uso do transporte, a prefeitura estuda além da venda das passagens em terminais de autoatendimento, a integração com o transporte coletivo por meio do Bilhete Único Carioca e estadual. O VLT, quando for concluído, vai ligar vai ligar o Centro à região portuária.

“Ainda está em estudo a ampliação da integração para que o usuário possa usar meios de transporte distintos pagando apenas uma passagem”, disse Luiz Carlos Lobo, diretor de operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp).

Demanda

De acordo com o Secretário especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Rio de Janeiro, Jorge Arraes, simultâneamente está sendo feito um estudo de demanda para o VLT para definir o preço exato da passagem, a ser concluído em novembro.

"O preço estimado em contrato é de R$ 3,10, mas essa é apenas uma referência. Para saber o valor real a ser pago pelo usuário está sendo feito um estudo de demanda", disse. Com isso, a tarifa pode ser maior ou menor que R$ 3,10, dependendo da projeção de usuários e eventuais subsídios do governo.
Sem catracas e cobradores, o sistema vai depender da validação voluntária do usuário. A fiscalização deve conferir se o pagamento foi feito - modelo semelhante é adotado em VLTs na Europa.

Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Outros seis VLTs estão em produção em Taubaté,
além do apresentado nesta quarta (Foto:Nicole Melhado/G1)

Itinerários

A primeira etapa do VLT, inaugurada no próximo mês de abril vai ligar a rodoviária ao aeroporto Santos Dummont e terá nove veículos operando com 17 pontos de parada. O percurso deve ser feito em 25 minutos.

A segunda etapa do VLT vai ligar a Central do Brasil até a Praça 15 de Novembro e será inaugurada no mês de agosto. Ao todo o sistema terá 28 quilômetros e 32 paradas - dez a menos que as previstas inicialmente na licitação.

O VLT apresentado nesta quarta-feira em Taubaté deve ser entregue no Rio de Janeiro em dezembro. Outros dois, dos cinco produzidos pela Alstom na França,  foram entregues e estão passando por testes no Rio. A previsão é que os outros três cheguem da Europa na próxima semana.

Em Taubaté, além do veículo testado, outros seis estão em produção. Ao todo, serão entregues 32 veículos pela Alstom ao consórcio.

Cada unidade tem sete vagões, totalizando 44 metros de comprimento, e capacidade para 420 passageiros. As composições funcionarão 24 horas por dia, todos os dias da semana. “O VLT terá prioridade no semáforo, mas como a passagem é rápida, não causará grande impacto no trânsito de automóveis”, garante o gerente de Operações Paulo Ferreira.

BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 746,5 milhões, 42% do valor total do projeto orçado em R$ 1,77 bilhão. O financiamento foi concedido à Concessionária do VLT Carioca que vai explorar o sistema por 25 anos.

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/10/primeira-fase-do-vlt-no-rio-entra-em-operacao-em-abril-com-17-paradas.html

Bondinho de Santa Teresa retorna à Lapa após quase 50 anos

21/10/2015 - O Dia

Trecho na Rua Francisco Muratori entrou em fase de testes nesta quarta-feira. Mês que vem será entregue novo trecho

O DIA

Rio - Desde 1966, o bondinho de Santa Teresa não cruzava a Rua Francisco Muratori em direção a Lapa. Nesta quarta-feira, quase 50 anos depois, o bonde voltou ao trecho, iniciando uma fase de testes que deve durar 30 dias.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), os testes serão realizados sempre no período da manhã e sem passageiros.  Durante este período, quem passa no trecho deve ficar atento à sinalização e proibições de estacionamento.

"A volta dos bondes à Lapa é um marco histórico para o serviço de bondes de Santa Teresa. Após 49 anos de paralisação, teremos novamente a ligação por bondes de dois centros culturais, gastronômicos e históricos da cidade", disse o secretário de Transportes, Carlos Roberto Osorio.

Bondinho entra em fase de testes na Rua Francisco Muratori, no trecho que liga Santa Teresa à Lapa
Foto: Divulgação

Para orientar moradores e visitantes da região, foram instaladas novas placas de sinalização e de proibição de estacionamento ao longo da Rua Francisco Muratori, que teve seu limite de velocidade reduzido para 30 km/h. Agentes da CET-Rio apoiam na organização e orientação do trânsito enquanto funcionários da Setrans fazem a orientação através da distribuição de panfletos informativos.

Novo trecho será entregue em em novembro

Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, a próxima ligação a ser entregue será entre os largos do Curvelo e do Guimarães, onde a instalação da via permanente está concluída e a rede aérea em fase final de implantação, com previsão de início de operação no próximo mês. Depois, a obra do bonde avançará mais dois trechos: Praça Odilo, por meio da instalação de via permanente e para o acesso à oficina, na Rua Carlos Brandt.

Bonde de Santa Teresa vai voltar a descer a Rua Francisco Muratori em direção à Lapa
Foto: Divulgação

Começam testes com bonde da Rua Francisco Muratóri

21/10/2015 - O Globo

Linha de cerca de 500 metros, que faz ligação entre a Lapa e Santa Teresa, volta a operar depois 49 anos
  
POR SIMONE CANDIDA

RIO — Moradores da Rua Francisco Muratóri e das vias próximas assistiram, na manhã desta quarta-feira, aos primeiros testes do bonde naquele trecho. A linha, de cerca de 500 metros, faz a ligação da Lapa com Santa Teresa. Ela estava fora de operação desde a década de 60, quando, por causa de uma série de alagamentos na região, foi interrompida. O bondinho ficará em testes por 30 dias, período em que serão avaliados principalmente o sistema de freios e a eletrificação da rede aérea. Nesta manhã, operadores de trânsito fizeram uma panfletagem na região, informando que a partir de hoje não é mais permitido estacionar carros na rua. Além disso, foram instaladas faixas e uma nova sinalização, alertando que o bonde pode passar a qualquer hora.

Neste primeiro mês, os testes serão feitos nos dias úteis das 9h às 11h. E, por enquanto, as viagens serão feitas sem passageiros. Segundo o Secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto Osorio, o teste com público será iniciado no final de novembro.

— Hoje foi uma viagem histórica, já que este trecho não operava há 49 anos. A última viagem do Fransciso Muratóri, chegando na Rua Riachuelo, foi em 1966. Este serviço foi interrompido nas cheias desta época, que danificaram a linha, e não foi mais retomado. Quando o sistema de bondes parou, em 2011,o serviço já não funcionava — conta Osório.

Na avaliação de Osório, a linha trará vantagens não apenas para os moradores, mas para os turistas.

— São duas regiões turísticas importantes do Rio de Janeiro que voltam a ser conectadas pelo serviço de bondes.

Moradores assistem a testes com bonde de Santa Teresa na linha Franscico Muratóri - Pablo Jacob / Agência O Globo

Depois de inaugurado, o trecho se somará ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo. Ambos, no entanto, representam menos de 25% da extensão total dos trilhos do bonde, que é de 10,5 quilômetros. Segundo a secretaria de transportes, o trecho do Curvelo até o Largo dos Guimarães vai entrar em fase de testes em 16 de novembro. De acordo com a Secretaria de Transportes, um mês depois será entregue o trecho que liga o Largo dos Guimarães à oficina dos bondes.

Ainda estão sendo realizada obras de pavimentação da na Rua Francisco Muratóri. A pista do bonde está pronta, mas está sendo feira a recuperação dos paralelepípedos, ao lado dos bondes.

Na viagem desta manhã, muitos moradores tiraram fotos do bondinho.

— Para mim é uma novidade, pois moro aqui há quase 20 anos e só tinha escutado falar que aqui passou o bonde no passado. Só espero que o serviço seja bom — disse a aposentada Rose Santos, de 60 anos, que fez questão de registrar a primeira viagem teste com a câmera do celular.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/comecam-testes-com-bonde-da-rua-francisco-muratori-17835774#ixzz3pE4UxGy4 
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