terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Bonde de Santa Teresa passa a exigir apresentação de ticket ao longo do trajeto


05/01/2018 - Governo do Estado do Rio de Janeiro

A partir desta quinta-feira (04/01), a apresentação do ticket de ingresso do Bonde de Santa Teresa, que era exigida apenas no Largo da Carioca, passará a ser necessária ao longo de todo o trajeto. A tarifa de R$ 20 não será reajustada e os moradores do bairro (previamente cadastrados) permanecerão acessando gratuitamente o transporte. 

Para fazer jus ao benefício, eles deverão apresentar a carteirinha no embarque. Aqueles que ainda não a possuem poderão solicitá-la na bilheteria da estação Carioca. A gratuidade também vale para estudantes da rede pública uniformizados e com o cartão escolar, pessoas acima de 65 anos e portadores do Vale Social. 

O ticket garante as viagens de ida e volta e deverá ser utilizado apenas no dia em que for comprado. Aqueles que embarcarem durante o percurso e desejarem comprá-lo poderão efetuar o pagamento com cartão (crédito ou débito) aos agentes de operação. Já na estação Carioca do Bonde, a quantia também poderá ser paga em dinheiro.

- A apresentação do ticket ao longo do percurso foi a opção para mantermos o preço da tarifa inalterado. Durante este primeiro ano de operação, percebemos uma mudança no perfil de viagens, com muitos visitantes optando por acessar o bairro por outros meios de transporte e apenas utilizando o Bonde para retorno ao Centro do Rio. Essa prática gerou um desequilíbrio no sistema, já que não havia cobrança ao longo do trajeto de descida - afirmou o secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira. 

Além disso, ele ainda ressaltou que todos os recursos obtidos com a venda de passagens são revertidos para manutenção e investimentos no próprio sistema de bondes de Santa Teresa. 

Ampliação do trajeto - A gestão eficiente dos recursos obtidos com a cobrança da tarifa tem permitido a implantação de uma série de mudanças no sistema. Ainda em janeiro será realizada a ampliação do percurso até a Praça Odylo Costa Neto (atualmente a operação ocorre entre os largos da Carioca e dos Guimarães). 

Já foram realizadas intervenções na Estação Carioca (incluindo obras nos banheiros e pintura completa) e adquiridas ferramentas e equipamentos de manutenção. Houve, ainda, treinamento de funcionários e o início da implantação de uma nova campanha de comunicação visual. 

Além disso, foi concluída a nova iluminação do trecho dos Arcos da Lapa, que não funcionava desde 2008. Foram instaladas luminárias com o design original nessa extensão, preservando o aspecto histórico do sistema, mas com lâmpadas de LED.










sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

VLT supera marca de 15 milhões de passageiros transportados em 18 meses de operação no Rio

15/12/2017 - Via Trólebus

Caio Lobo

O fim de 2017 se aproxima com números positivos para o VLT Carioca. O sistema atingiu a marca de 15 milhões de passageiros transportados (sendo mais de 10 milhões neste ano) em quase 150 mil viagens. Entraram em operação nove paradas/estações e a operação passou a contar com 2 linhas, em um total de 26 pontos de embarque e desembarque. Em 1 ano e meio de circulação nas ruas do Centro, não foi registrado nenhum atropelamento de pedestres. 

No início do ano, o VLT transportava em média 28 mil pessoas diariamente, com intervalos sempre acima de 10 minutos na maior parte do percurso. O sistema chega em dezembro com o dobro da média de passageiros (56 mil/dia útil) e intervalos reduzidos em mais de 30% nas duas linhas em operação (7 minutos nos horários de pico). 

O número de viagens diárias mais que dobrou desde janeiro, passando de pouco mais de 200 para cerca de 500 por dia. Com isso, os VLTs também aumentaram a quilometragem, e agora rodam cerca de 60 mil km por mês. 

Ao longo do ano a linha 2 iniciou a operação com as paradas Saara, Tiradentes, Colombo e Praça XV e a linha 1 também ganhou os novos locais de embarque Providência e Harmonia. Mais recentemente, o VLT chegou à Central, junto com a parada Vila Olímpica e, por último, entrou em circulação a Praia Formosa, que atende às duas linhas. Hoje, já são mais de 20 km de trilhos espalhados pelo Centro e Região Portuária.

O crescimento da malha ajudou também a identificar comportamentos diferentes do usuário. Enquanto a linha 1 (Praia Formosa-Santos Dumont) mantém seu horário de pico no almoço, entre 11h e 15h, a linha 2 já apresenta maior fluxo no início da manhã (entre 7h e 9h) e no fim da tarde (entre 17h e 19h). As paradas de maior movimento são aquelas em que é possível realizar alguma conexão. Cinelândia (metrô), Central (metrô, trem e ônibus) e Colombo (integração VLT+VLT) mantém um fluxo de oito a dez mil pessoas por dia.   

terça-feira, 28 de novembro de 2017

VLT: agência francesa realizará estudo de viabilidade

28/11/2017 - O Fluminense

Prefeitura de Niterói fecha acordo e financiamento será feito pela empresa, sem a necessidade de gastos por parte do Executivo

Acordo foi assinado pelo prefeito Rodrigo Neves e pelo gerente de projetos da AFD, Guillermo Madrid. Foto: Divulgação

A Prefeitura de Niterói fechou na segunda-feira (27) um acordo de cooperação com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para um estudo de viabilidade visando a implantação de uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e melhorias na mobilidade urbana. Os cerca de R$ 500 mil necessários para o estudo serão totalmente financiados pela AFD, sem a necessidade de gastos por parte da Prefeitura de Niterói.

O acordo foi assinado pelo prefeito Rodrigo Neves e pelo gerente de projetos da AFD, Guillermo Madrid. A diretora responsável pela equipe de projetos de transportes da AFD, Priscille de Coninck, veio da França exclusivamente para participar da solenidade. Os secretários municipais Axel Grael (Secretaria Executiva) e Renato Barandier (Urbanismo e Mobilidade) também acompanharam a assinatura do acordo.

O estudo de viabilidade será desenvolvido nos próximos meses e estará concluído no segundo semestre de 2018. Rodrigo Neves explica que o VLT é um projeto muito complexo e de longo prazo, mas conta que pretende, até o fim de seu mandato, concluir o estudo de viabilidade e o projeto técnico.

“Nos últimos anos, tiramos obras e projetos importantes do papel, como a conclusão do mergulhão da Marquês do Paraná, o mergulhão da Praça Renascença, o Túnel Charitas-Cafubá, a implantação de 40 quilômetros de ciclovias, o bicicletário, entre outras iniciativas. Para além dos investimentos em infraestrutura urbana, acredito que seja necessário cada vez mais melhorar a qualidade do transporte público e apostar numa mobilidade mais saudável com a ampliação da malha cicloviária. Não é possível mais sustentar a mobilidade das cidades como Niterói priorizando o transporte individual”, disse o prefeito.

O secretário municipal de Urbanismo, Renato Barandier, destacou que o VLT é um meio de transporte com grande potencial de requalificação urbana. “Cidades europeias que implantaram o VLT tiveram vantagens que vão além da mobilidade urbana. Tiveram ganhos com a revitalização de centros históricos degradados, com a requalificação de vias, com melhorias da condição urbana e da qualidade de vida das pessoas, incluindo aquelas que não utilizam diretamente esse transporte”, disse o secretário.

Priscille de Coninck disse que a AFD está financiando o estudo de viabilidade do VLT porque Niterói tem se destacado nos seus projetos de mobilidade urbana e na busca pelo desenvolvimento sustentável. “A AFD acompanha a trajetórias de cidades em desenvolvimento e procura ajudar sempre que possível. Grandes cidades metropolitanas, como Niterói, têm um impacto significativo sobre o clima. Escolhemos Niterói para ajudarmos nos projetos de mobilidade por causa do dinamismo municipal e porque a cidade estava com esse projeto de mobilidade. Através dele, Niterói poderá promover uma importante requalificação urbana”, disse.

Guillermo Madrid afirmou que a AFD também colabora com projeto de mobilidade em outras cidades. “Temos uma parceria muito forte com a cidade de Curitiba, onde financiamos um corredor de BRT linha verde, e projetos urbanísticos sustentáveis. Também apoiamos o município de Toledo, no Paraná, além de outras parcerias com cidades de São Paulo e Minas Gerais. A AFD visa a apoiar as cidades porque elas são os atores globais que têm as chaves não mão para solucionar os problemas ligados às mudanças climáticas e ordenamento urbano mais sustentável”, disse.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Elevador de Paula Mattos em 1884


Revista de Engenharia, 1884, janeiro, 14
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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Com abertura de estação na Central, número de usuários do VLT deve crescer 40%

20/10/2017 - O Globo

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) terá seu teste de fogo a partir deste sábado, quando será inaugurada a Estação Central, que completa o traçado previsto para a Linha 2 do bonde moderno. Última estação aberta no trajeto entre a Rodoviária e a Praça Quinze, ela é considerada estratégica para o sistema. Vizinha da Central do Brasil e do Terminal Américo Fontenelle, por onde passam 54 linhas de ônibus intermunicipais, a estação deve ser responsável pelo aumento no número de usuários do sistema. A previsão é que cerca de 20 mil novos passageiros embarquem por dia no local, elevando em 40% o movimento das Linhas 1 e 2, que hoje transportam, juntas, entre 45 mil e 50 mil pessoas por dia.

A concessionária que administra o bonde — cuja primeira linha, ligando o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio, foi inaugurada em junho de 2016 — garante estar preparada para o aumento da demanda. A frota de 32 trens, com capacidade para 420 passageiros, cada, foi projetada para receber até 200 mil pessoas por dia, quando o serviço estiver a pleno vapor. Ainda falta entrar em operação a Linha 3, que ligará a Central ao Aeroporto Santos Dumont por um trajeto alternativo, e cujas obras estão previstas para começar em março do ano que vem. Enquanto isso não acontece, estarão em operação a partir de amanhã nove trens na Linha 1 e outros nove na Linha 2.

FALTA ACERTO COM MODAIS

Hoje, a concessionária VLT Carioca diz que não sabe se alcançará o número de passageiros projetado inicialmente. Novos estudos de demanda estão em elaboração. Mas, para os usuários, o que vem preocupando é outro assunto: a falta de integração do VLT com outros modais. O sistema ainda não opera em conjunto com trens, metrô e ônibus intermunicipais — e a Central do Brasil é justamente o local onde há grande oferta dos três. Atualmente, a integração só é possível com linhas de ônibus municipais, através do Bilhete Único Carioca. O usuário, quando utiliza os dois meios de transporte, paga R$ 3,80 — R$ 3,60 pelo ônibus e R$ 0,20 pela viagem no VLT. Se o bonde for usado sozinho, custa R$ 3,80.

— Ainda estamos negociando com o Estado a integração com os outros meios de transporte, mas ainda não temos um prazo — diz Paulo Fernando Mainenti Ferreira, diretor de operações da concessionária VLT Carioca.

Enquanto a integração do VLT com os trens não sai do papel, o comerciário Alexandre de Souza Cavalcanti, de 32 anos, faz cálculos de como economizar tempo e dinheiro. Morador do Méier, ele utiliza o trem diariamente até a Central, pagando R$ 4,20 pela passagem. De lá, ele costuma ir a pé até o trabalho, numa lanchonete na Avenida Rio Branco. Agora, com o novo trajeto do VLT, ele está na dúvida se é mais vantajoso continuar pegando o trem e ir andando até o serviço, ou se é melhor usar a integração ônibus-VLT, por R$ 3,80. Apesar de custar menos, essa opção pode significar, segundo ele, mais tempo de deslocamento por conta do trânsito.

— De trem, eu pago R$ 4,20. A integração do ônibus com o VLT vai me permitir economizar algum dinheiro no fim do mês. Minha única dúvida é se vai valer a pena poupar e ficar mais tempo no trânsito. Mas, como entro no trabalho cedo, pode ser que não esteja tão engarrafado assim — diz Alexandre.

Os passageiros que pegam a Linha 2 são hoje obrigados a saltar na Saara. Com a abertura da Estação Central, vão conseguir chegar até a Rodoviária. Ontem, uma equipe do GLOBO acompanhou os preparativos finais para a abertura do novo ponto de embarque e desembarque e percorreu o trecho com os técnicos do VLT. Da Praça da República (Estação Saara), a composição atravessa a Avenida Presidente Vargas e passa nas imediações do Comando Militar do Leste (CML). Da Central, o trem segue por um antigo túnel ferroviário que, no passado, era usado para levar carga até o Porto do Rio, e que há anos estava desativado. Em seguida, atravessa Rua da América (um dos principais acessos ao Morro da Providência) até chegar à estação da Vila Olímpica da Gamboa. A partir daí, o trecho é compartilhado com os trens da Linha 1 até chegar à Rodoviária. A previsão é que a volta completa na Linha 2 seja feita entre 27 e 30 minutos. Hoje, os deslocamentos na Linha 1 levam 24 minutos.

O novo trecho já vem sendo percorrido pelos bondes em testes operacionais, sem passageiros, desde o fim de agosto. Agora, como ocorreu quando outras estações foram abertas, a entrada será gratuita para usuários que embarcarem na Central. A previsão é que a passagem comece a ser cobrada somente no fim do ano. Mas é preciso ficar atento: embora o valor não seja cobrado, é preciso validar o bilhete dentro do VLT ao entrar na estação Central.

Durante os primeiros meses de funcionamento, a operação do VLT ocorrerá em horário diferenciado no percurso Central-Rodoviária: será das 6h às 20 h. O trecho entre a Central e a Praça 15 terá o mesmo horário do resto do sistema: vai funcionar das 6 h à meia-noite.

Paulo Fernando Mainenti Ferreira acrescentou que a concessionária VLT Carioca não está preocupada com um possível aumento no número de calotes nas viagens com a entrada de novos usuários no sistema. Segundo ele, o percentual de passageiros que viajam sem pagar chega a no máximo 10% no Rio de Janeiro enquanto que em algumas cidades da Europa passa dos 40%. A Guarda Municipal, por sua vez, mantém agentes trabalhando na fiscalização do sistema. Entre setembro do ano passado e o mesmo mês deste ano, já foram aplicadas 8.970 multas, uma média de 690 por mês. O recorde ocorreu em fevereiro deste ano, quando 950 usuários foram notificados O valor da multa é de R$ 170. O total arrecadado até o fim da primeira quinzena de outubro chegou a R$ 337.522,70. Muitos usuários recorreram da punição ou estão inadimplentes.

LINHA 3 PREVISTA PARA OPERAR EM 2018

As obras da Linha 3 do VLT, devem sair do papel e serem concluídas no ano que vem. Com 8,1 quilômetros, e dez estações, o projeto prevê a abertura de três novas estações ao longo da Rua Visconde de Inhaúma e é considerado uma obra complexa porque exigirá uma série de mudanças no trânsito do Centro do Rio durante as intervenções. As outras sete estações ficarão em percursos coincidentes com as Linhas 1 e 2. Em 2012, quando o projeto foi lançado, a prefeitura previa que todos os serviços estariam em operação até junho de 2016. Ao longo do tempo, o cronograma, no entanto, passou por várias revisões. O traçado original sofreu modificações e foi preciso reduzir o ritmo das obras para remanejar tubulações de prestadoras de serviço, como Cedae e Light, e até mesmo por conta de achados de interesse arqueológico, nas imediações da Sete de Setembro.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Tractebel negocia fornecimento de energia renovável para o VLT do Rio de Janeiro

06/10/2017 - Canal Energia

A Tractebel Energia está negociando o fornecimento de energia renovável para o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos – do Rio de Janeiro. A ideia, segundo Mauricio Bähr, presidente da Engie no Brasil, controladora da Tractebel Energia, é finalizar as negociações nas próximas semanas e iniciar o fornecimento de energia em novembro deste ano.

"A gente está negociando com a empresa do VLT o fornecimento de energia renovável para que seja realmente uma transformação, não só de mobilidade urbana, mas de sustentabilidade", afirmou o executivo, durante o Engie Brasil Innovation Day 2016, que aconteceu nesta segunda-feira, 6 de junho, no Rio de Janeiro.

A venda da energia se daria através da comercializadora da Tractebel, visto que o VLT é um consumidor livre. O contrato seria de 4 a 5 anos, de acordo com Bärh. "A gente tá fazendo uma parceria com eles para fornecer energia renovável a preços interessantes para manter as tarifas do VLT módicas", comentou o executivo.

Ele contou ainda que em breve a Tractebel Energia passará a se chamar Engie Tractebel Energia. "Estamos num movimento global de transformar as empresas na marca global Engie", explicou.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Devagar, quase parando, assim segue o bonde de Santa Teresa

02/08/2017 - O Globo

Com manutenção precária, só dois veículos operam ao longo do dia

 Não dá para perder o bonde. Intervalo de viagens chega a uma hora: na segunda-feira, serviço foi suspenso após único bonde enguiçar Foto: Guilherme Pinto / Guilherme Pinto
Não dá para perder o bonde. Intervalo de viagens chega a uma hora: na segunda-feira, serviço foi suspenso após único bonde enguiçar Foto: Guilherme Pinto / Guilherme Pinto

POR RENAN RODRIGUES 

RIO - “Táxi ou mototáxi?”. A pergunta, feita em alto e bom som por um mototaxista, rompe o silêncio na chegada ao Largo dos Guimarães, no ponto de bonde. Por causa da demora para o único bondinho em operação passar — o outro está encostado à espera de manutenção, que não acontece por falta de dinheiro, segundo funcionários no local —, o vaivém de pessoas oferecendo outras alternativas de transporte virou uma cena comum nas ladeiras históricas de Santa Teresa. Moradores do bairro criticam o aumento do intervalo das viagens, que pode chegar a uma hora.

‘Além da praticidade, o bonde é a alma de Santa Teresa. Trabalho no Centro e, quando saio mais tarde do trabalho, não consigo voltar de bondinho’- CRISTINA PAIM, Moradora de Santa Teresa

Apesar de garantir que o intervalo é menor, de 15 a 30 minutos o secretário estadual de Transporte, Rodrigo Vieira, reconhece que a pasta não tem recursos para a expansão e compra de novos bondes, devido à crise do estado. Ele negou que apenas um bonde operasse na segunda-feira. Vieira assegurou que há cinco veículos: dois se revezam na linha, um fica parado na Estação Carioca para alguma emergência e dois estão sempre em manutenção preventiva. A reportagem esteve na oficina, no Largo dos Guimarães, onde um funcionário afirmou que havia apenas um bonde passando por reparos.

No dia em que a reportagem do GLOBO acompanhou a operação, o trajeto foi interrompido, na parte da manhã, por 50 minutos porque um veículo estava enguiçado e não havia outro para substituí-lo. A secretaria, depois, confirmou a informação. Atualmente, de acordo com o secretário, o tíquete de R$ 20 — valor que só não é cobrado de moradores do bairro credenciados, estudantes da rede pública uniformizados e idosos — é a única fonte para manter o sistema operando. A arrecadação, segundo ele, gira em torno de R$ 130 mil por mês e cobre despesas com conta de luz, troca de peças e manutenção.

— No momento em que o estado tem prioridades, o fato de o bonde funcionar já é uma superação da equipe — defende Rodrigo Vieira.

BILHETERIA DO CURVELO ESTÁ FECHADA

Após o acidente de 2011, que tirou o bondinho de circulação, o veículo voltou a funcionar com intervalo de 20 minutos em 2015, durante a fase de teste. Na prática, a espera pelo bonde, atualmente, é de cerca de 40 minutos de manhã, entre 8h e 12h, e de até uma hora à tarde, segundo um funcionário da Estação Carioca. O transporte está disponível de segunda a sexta, das 8h às 17h45m. Aos sábados, o horário de funcionamento é das 10h às 18h. Segundo a secretaria, o sistema circulará excepcionalmente no próximo domingo, das 11h às 17h, porque a pasta realiza testes para, no futuro, oferecer o serviço todos os dias da semana. Vieira explicou também por que apenas cinco bondes foram entregues, apesar de o governo do estado ter licitado 15 veículos para pôr o sistema em operação. Ele negou que o problema tivesse a ver com dívidas do estado com a fornecedora. O secretário garantiu que o número de bondes está relacionado ao tamanho da rede:

— A gente faz o cálculo da necessidade de bondes pelo tamanho da via. Hoje, o intervalo é de 15 minutos a 30 minutos. A nossa ocupação média, de manhã, é de 20% a 25% dos assentos. À tarde, chega a 80%. A oferta de lugares e a demanda são compatíveis com o que praticamos. É um equilíbrio entre despesas e receitas.

Outro sinal de que os bondes circulam de forma precária é a bilheteria da Estação Largo do Curvelo, que está fechada. Rodrigo Vieira diz que, no passado, havia cobrança no local que, hoje, funciona apenas como uma parada. Segundo ele, na reabertura do sistema, foi decidido que a bilheteria no local não seria reaberta para “otimização de recursos”. Moradores de Santa Teresa reclamam. E mototaxistas se aproveitam do “apagão” dos bondes.

— Todos os mototáxis que trabalham em pontos próximos, como Centro e Glória, sobem as ladeiras — disse um deles, que cobra de R$ 4 e R$ 7, dependendo do trajeto.

A psicóloga Cristina Paim, de 35 anos, lamenta:

— Além da praticidade, o bonde é a alma de Santa Teresa. Trabalho no Centro e, quando saio mais tarde do trabalho, não consigo voltar de bondinho. O último sai da Carioca às 17h. Não é um horário que atenda aos moradores.