16/05/2015 - O Globo
Obra será reconstruída a 4,5 metros dos trilhos do futuro sistema de transportes do Centro
POR ELENILCE BOTTARI
Restos mortais da escultura de Waltercio Caldas no cruzamento da Avenida Antônio Carlos com Beira Mar - Fábio Seixo / Agência O Globo
RIO - A "Escultura para o Rio", parte integrante do conjunto de obras de arte contemporâneas instaladas no Centro da Cidade na década de 90, foi demolida na madrugada de ontem. Conforme antecipou a coluna Gente Boa, ela foi derrubada na madrugada deste sábado para dar passagem aos trilhos do futuro VLT do Rio. Mas, pelo acordo fechado entre a Prefeitura do Rio, A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), responsável pela obra; e o artista plástico Waltércio Caldas, a escultura será reerguida no mesmo local — a Avenida Antonio Carlos — a exatos 4,5 metros do local onde existiu por mais de 15 anos. Segundo o autor, serão preservadas as características que fizeram da obra, parte integrante da paisagem daquele trecho da cidade.
— A notícia da demolição foi um susto, afinal a obra é parte do calçamento de pedras portuguesas e não teria sentido em outro lugar. Mas pelo acordo fechado, a obra será reconstruída sob a minha supervisão respeitando o cálculo estrutural e as características, principalmente a localização. Ela irá ficar no mesmo lugar, deslocada 4,5 metros dos trilhos do VLT — explicou o autor.
Segundo ele, o projeto do VLT irá manter até mesmo o calçamento de pedras portuguesas no local.
A notícia de que a obra seria demolida para dar passagem ao VLT provocou protestos de artistas, críticos de arte e frequentadores da Região. A prefeitura chegou a estudar um novo traçado, mas acabou voltando atrás e negociou com o artista a sua reconstrução:
— Não haveria como remover a estrutura, por isto ela foi demolida — explicou Waltércio, dizendo-se aliviado pelo acordo que garantiu a permanência da escultura no local.
A obra de Caldas foi realizada dentro do projeto Esculturas Urbanas, promovido pela Secretaria municipal de Cultura em 1997. Um comitê liderado pelo crítico e ex-curador do MAM Reynaldo Roels Jr., morto em 2009, convidou cinco artistas reconhecidos internacionalmente para criarem obras para o Centro do Rio. Além de Caldas, esculturas de Franz Weissmann, José Resende, Ivens Machado e Amílcar de Castro foram instaladas. Porém, tanto a escultura de Ivens Machado, que estava na Rua da Carioca, como a de Amílcar de Castro, que ficava na Praça Tiradentes, já foram removidas de seus cenários originais.
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