31/10/2011 - Agência Rio
Da Redação
O governador Sérgio Cabral assina na terça-feira (01), na capital portuguesa, com a Carris de Ferro Lisboa a modernização dos bondes de Santa Teresa. A empresa, que administra os bondes de Lisboa, vai aplicar o sistema português ao carioca. A iniciativa ocorre após o acidente com o bondinho de Santa teresa, que deixou seis mortos e mais de 50 feridos.
"Vamos oficializar esta parceria. Os bondes de Santa Teresa são um patrimônio do Rio e voltarão a funcionar modernizados, com a tecnologia dos elétricos de Lisboa, dando à nossa população e também aos milhões de turistas que nos visitam todos os anos a dignidade e o conforto que eles merecem", afirma Cabral.
O governador firmará o acordo com a Carris de Ferro Lisboa na tarde de quarta-feira (02), em audiência com o presidente da companhia, José Manuel Silva Rodrigues. Ele estará acompanhado do secretário de Estado da Casa Civil do Rio, Regis Fichtner, e do presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), Eduardo Macedo.
Relação bilateral
Em compromissos que incluem palestra a empresários e jornalistas e encontro com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, Cabral destacará as oportunidades de negócios e investimentos no Rio, principalmente com o calendário de grandes eventos internacionais dos próximos anos, como a conferência ambiental Rio +20, em 2012; a Jornada Mundial da Juventude e o Mundial de Judô, ambos em 2013; a Copa do Mundo de Futebol, em 2014; e os Jogos Olímpicos de 2016.
Este novo momento que o Rio de Janeiro vive é um dos motivos da premiação que o governador receberá em Portugal. Como reconhecimento dos avanços econômicos e sociais que o seu governo trouxe para estado, Cabral é o vencedor da edição 2011 do prêmio Política e Responsabilidade Social, da Fundação Luso Brasileira, em solenidade no Cassino de Estoril, na noite desta terça-feira (01/11).
No dia seguinte, além da audiência na Carris, o governador será o orador principal de encontro promovido pelo Grupo EJESA – Empresa Jornalística Econômico. Ele falará a empresários portugueses sobre as oportunidades de se investir no Rio de Janeiro. Dados do último estudo Decisão Rio, da Firjan, mostram que o estado receberá, nos próximos três anos, US$ 102 bilhões em investimentos públicos e privados.
Além dos bons indicadores econômicos, Sérgio Cabral vai destacar os resultados positivos das políticas de Segurança Pública após a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e de Saúde, com a implantação das Unidades de Pronto-Atendimento 24h.
Fazem parte da comitiva do governador os secretários de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner; de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso; o presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), Eduardo Macedo; e a diretora de Planejamento da Central, Ana Carolina Vasconcelos.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Bondes reformados receberam suspensão de trem
31/10/2011 - Veja
Empresa que levou 9 milhões para modernizar sete carros usou truques inadequados para bondes, que trazem desconforto e risco de descarrilamento
Por João Marcello Erthal
A garagem dos bondes de Santa Teresa guarda uma bomba cujo custo para ser desarmada ainda não se conhece. A certeza, por enquanto, é de que não sai barato. No meio do caminho dos estudos para escolher entre a recuperação dos bondes ou a compra de novas unidades, técnicos contratados pela Central descobriram que os sete bondes reformados pela empresa T’Trans foram equipados com truques de trem, inadequados para bondes. Os truques são a suspensão do bonde, que liga os carros propriamente ditos às rodas. “Os engenheiros portugueses da Carris, que opera um sistema muito parecido em Lisboa, bateram o olho nos nossos bondes e disseram na hora: esses truques são para trens, não servem para bonde”, explica o presidente da Central, Eduardo Macedo.
Trem e trem. Bonde é bonde. Mas para resumir a questão, a principal basicamente está na rigidez dos truques. O truque para trem é mais rígido, menos flexível e inadequado para o trajeto irregular e sinuoso de Santa Teresa. “Os moradores do bairro reclamavam do barulho dos bondes reformados. Estavam certos. Eles são mais rígidos, vinham provocando uma vibração em todas as ruas, nos prédios”, conta Macedo.
A T’Trans venceu uma licitação para reformar os 14 bondes de Santa Teresa. Entregou sete reformados, e recebeu 9 milhões, dos 14 milhões previstos. O contrato está suspenso, segundo Macedo, por falta de planilhas apresentando o detalhamento dos gastos e dos serviços. Mas pode ser reabilitado a qualquer momento. “Se o contrato for reconsiderado, teremos que decidir o que fazer. Como estão, os bondes reformados não podem rodar, não é seguro, não podemos ser irresponsáveis”, adverte.
Irresponsabilidade foi o problema para a situação dos bondes chegar à penúria de agora – e para a tragédia. “Para uma instituição com orçamento de 800 milhões, o sistema de bondes, que tem 17 quilômetros e transportava 40 mil pessoas por mês, é muito pouco. Muito pequeno para dar o problema que deu”, avalia Macedo, criticando a negligência que levou o sistema a ser canibalizado para manter os bondes circulando, à custa de empenho de funcionários que chegavam a comprar ferramentas com dinheiro do próprio bolso. “Uma gente aguerrida, mas que precisa ser reciclada, retreinada”, afirma.
Sem estribos – Trazer os bondes de Santa Teresa para padrões atuais de segurança vai implicar em mudanças de comportamento para os usuários. Ainda não está decidido, mas é provável que as viagens no estribo, e até o tráfego de passageiros em pé, sejam proibidas. “Sabemos que 30% dos acidentes ocorrem com gente que viaja nos estribos. Por mim, pessoalmente, os bondes têm que ter as laterais fechadas. Mas isso só saberemos depois de mais estudo”, explica Macedo.
Fonte: Revista Veja
Empresa que levou 9 milhões para modernizar sete carros usou truques inadequados para bondes, que trazem desconforto e risco de descarrilamento
Por João Marcello Erthal
A garagem dos bondes de Santa Teresa guarda uma bomba cujo custo para ser desarmada ainda não se conhece. A certeza, por enquanto, é de que não sai barato. No meio do caminho dos estudos para escolher entre a recuperação dos bondes ou a compra de novas unidades, técnicos contratados pela Central descobriram que os sete bondes reformados pela empresa T’Trans foram equipados com truques de trem, inadequados para bondes. Os truques são a suspensão do bonde, que liga os carros propriamente ditos às rodas. “Os engenheiros portugueses da Carris, que opera um sistema muito parecido em Lisboa, bateram o olho nos nossos bondes e disseram na hora: esses truques são para trens, não servem para bonde”, explica o presidente da Central, Eduardo Macedo.
Trem e trem. Bonde é bonde. Mas para resumir a questão, a principal basicamente está na rigidez dos truques. O truque para trem é mais rígido, menos flexível e inadequado para o trajeto irregular e sinuoso de Santa Teresa. “Os moradores do bairro reclamavam do barulho dos bondes reformados. Estavam certos. Eles são mais rígidos, vinham provocando uma vibração em todas as ruas, nos prédios”, conta Macedo.
A T’Trans venceu uma licitação para reformar os 14 bondes de Santa Teresa. Entregou sete reformados, e recebeu 9 milhões, dos 14 milhões previstos. O contrato está suspenso, segundo Macedo, por falta de planilhas apresentando o detalhamento dos gastos e dos serviços. Mas pode ser reabilitado a qualquer momento. “Se o contrato for reconsiderado, teremos que decidir o que fazer. Como estão, os bondes reformados não podem rodar, não é seguro, não podemos ser irresponsáveis”, adverte.
Irresponsabilidade foi o problema para a situação dos bondes chegar à penúria de agora – e para a tragédia. “Para uma instituição com orçamento de 800 milhões, o sistema de bondes, que tem 17 quilômetros e transportava 40 mil pessoas por mês, é muito pouco. Muito pequeno para dar o problema que deu”, avalia Macedo, criticando a negligência que levou o sistema a ser canibalizado para manter os bondes circulando, à custa de empenho de funcionários que chegavam a comprar ferramentas com dinheiro do próprio bolso. “Uma gente aguerrida, mas que precisa ser reciclada, retreinada”, afirma.
Sem estribos – Trazer os bondes de Santa Teresa para padrões atuais de segurança vai implicar em mudanças de comportamento para os usuários. Ainda não está decidido, mas é provável que as viagens no estribo, e até o tráfego de passageiros em pé, sejam proibidas. “Sabemos que 30% dos acidentes ocorrem com gente que viaja nos estribos. Por mim, pessoalmente, os bondes têm que ter as laterais fechadas. Mas isso só saberemos depois de mais estudo”, explica Macedo.
Fonte: Revista Veja
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Trilho é prioridade na recuperação do bonde de Santa Teresa
27/10/2011 - R7
Projeto de R$ 70 milhões vai demorar dois anos para ser concluído
Os bondes de Santa Teresa só voltarão a operar em pelo menos dois anos. Os trens estão parados há dois meses, desde o acidente que matou seis pessoas e feriu 56.
O presidente da empresa responsável pela recuperação dos trens, a Central Logística, Eduardo Macedo, explicou que o sistema está todo comprometido.
- Todo o sistema, dos trilhos, a linha aérea, a eletricidade, a parte elétrica, e também os bondes e a garagem. Na verdade não se aproveita nada.
Ele esclareceu que a prioridade é a trocar dos trilhos e que a licitação para compra do material começará na próxima semana. Parte das peças será comprada de empresas da Alemanha.
Macedo informou ainda que as despesas com a recuperação do bondinho serão de R$ 70 milhões. O Detro (Departamento de Trânsito do Estado do Rio) já repassou R$ 20 milhões e liberará mais R$ 30 milhões. O restante vai ser negociado com o governo do Estado.
Projeto de R$ 70 milhões vai demorar dois anos para ser concluído
Os bondes de Santa Teresa só voltarão a operar em pelo menos dois anos. Os trens estão parados há dois meses, desde o acidente que matou seis pessoas e feriu 56.
O presidente da empresa responsável pela recuperação dos trens, a Central Logística, Eduardo Macedo, explicou que o sistema está todo comprometido.
- Todo o sistema, dos trilhos, a linha aérea, a eletricidade, a parte elétrica, e também os bondes e a garagem. Na verdade não se aproveita nada.
Ele esclareceu que a prioridade é a trocar dos trilhos e que a licitação para compra do material começará na próxima semana. Parte das peças será comprada de empresas da Alemanha.
Macedo informou ainda que as despesas com a recuperação do bondinho serão de R$ 70 milhões. O Detro (Departamento de Trânsito do Estado do Rio) já repassou R$ 20 milhões e liberará mais R$ 30 milhões. O restante vai ser negociado com o governo do Estado.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Deputados querem explicações sobre tragédia de bonde de Santa Teresa
12/10/2011 - R7
Júlio Lopes deve comparecer no fim de outubro na Comissão de Transportes da Alerj
A Comissão de Transportes da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) conseguiu aprovar nesta terça-feira (11), a convocação do secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, para dar explicações sobre o acidente com o bonde de Santa Teresa, na região central do Rio, que deixou seis pessoas mortas e outras 56 feridas em agosto passado.
O encontro deve acontecer no fim do mês de outubro. O secretário já havia sido convidado a participar de uma audiência pública sobre a tragédia com o bonde no último dia 15 de setembro, mas faltou ao encontro, o que irritou os moradores do bairro de Santa Teresa.
Diretor é demitido
Nesta terça, o presidente da Central, empresa que administra os bondes de Santa Teresa, Eduardo Macedo, confirmou a exoneração do diretor de operações, Fábio Tepedino, do cargo. A demissão do diretor foi decidida após a perícia revelar que o bonde que sofreu o acidente tinha 23 falhas.
- O relatório deixou claro que houve omissão e desprezo por parte das pessoas que estavam à frente da manutenção dos bondes.
Um dos problemas mais grosseiros foi identificado antes mesmo da perícia, quando técnicos e engenheiros apontaram arames substituindo parafusos embaixo do bonde. Além disso, o veículo tinha presença de água e óleo no sistema de ar comprimido, o que pode ter impedido o funcionamento correto dos freios e indica falta de manutenção periódica.
A Arquiteta Ana Carolina Vasconcelos, diretora de Planejamento da Central, assume o cargo interinamente. Macedo disse que outros funcionários devem ser afastados por conta do resultado da perícia. Ele informou ainda que um plano baseado em ações indicadas pelo interventor dos bondes, Rogério Onofre, já foi elaborado. O documento com as melhorias será encaminhado para a Secretaria Estadual da Casa Civil.
Júlio Lopes deve comparecer no fim de outubro na Comissão de Transportes da Alerj
A Comissão de Transportes da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) conseguiu aprovar nesta terça-feira (11), a convocação do secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, para dar explicações sobre o acidente com o bonde de Santa Teresa, na região central do Rio, que deixou seis pessoas mortas e outras 56 feridas em agosto passado.
O encontro deve acontecer no fim do mês de outubro. O secretário já havia sido convidado a participar de uma audiência pública sobre a tragédia com o bonde no último dia 15 de setembro, mas faltou ao encontro, o que irritou os moradores do bairro de Santa Teresa.
Diretor é demitido
Nesta terça, o presidente da Central, empresa que administra os bondes de Santa Teresa, Eduardo Macedo, confirmou a exoneração do diretor de operações, Fábio Tepedino, do cargo. A demissão do diretor foi decidida após a perícia revelar que o bonde que sofreu o acidente tinha 23 falhas.
- O relatório deixou claro que houve omissão e desprezo por parte das pessoas que estavam à frente da manutenção dos bondes.
Um dos problemas mais grosseiros foi identificado antes mesmo da perícia, quando técnicos e engenheiros apontaram arames substituindo parafusos embaixo do bonde. Além disso, o veículo tinha presença de água e óleo no sistema de ar comprimido, o que pode ter impedido o funcionamento correto dos freios e indica falta de manutenção periódica.
A Arquiteta Ana Carolina Vasconcelos, diretora de Planejamento da Central, assume o cargo interinamente. Macedo disse que outros funcionários devem ser afastados por conta do resultado da perícia. Ele informou ainda que um plano baseado em ações indicadas pelo interventor dos bondes, Rogério Onofre, já foi elaborado. O documento com as melhorias será encaminhado para a Secretaria Estadual da Casa Civil.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Diretores de empresa dos bondes de Santa Teresa serão exonerados
09/10/2011 - O Globo, Paulo Roberto Araújo (pra@oglobo.com.br)
RIO - Eduardo Macedo, novo presidente da Central, empresa responsável pelos bondes de Santa Teresa, anunciou que vai exonerar diretores e técnicos que estiverem ligados diretamente com a manutenção do sistema dos veículos. Ele tomou a decisão depois da divulgação do resultado da perícia do bonde envolvido com o acidente de 27 de agosto, na sexta-feira . O primeiro a ser afastado será Fábio Tepedino, diretor de operações da empresa.
- Eu não recebi oficialmente o laudo técnico do Carlos Éboli, mas, diante do que já foi publicado pela imprensa, tomei a decisão de afastar aqueles que tenham responsabilidade direta com o funcionamento do sistema de bondes - afirmou o presidente da Central.
Macedo afirmou ter encontrado dificuldades para formar uma equipe de confiança. Apesar disso, ele disse que já montou um Plano de Ações e Investimentos que será encaminhado a Secretaria da Casa Civil para apreciação. O plano teve como base as ações indicadas pela Comissão Interventora, presidida por Rogério Onofre.
- A Central tem engenheiros capacitados, mas o bondinho envolve cifras menores e foi deixado de lado - disse Macedo.
Onofre disse que decidiu antecipar a segunda parcela de R$ 10 milhões para recuperação dos bondes. Convocado pelo governador Sérgio Cabral para intervir na Central, ele já concluiu o trabalho de diagnóstico dos problemas do sistema. O acidente, que deixou seis mortos e 57 feridos, aconteceu na Rua Joaquim Murtinho, em 27 de agosto. O laudo do ICCE detectou 23 falhas no bonde, que não apresentava condições de circulação.
RIO - Eduardo Macedo, novo presidente da Central, empresa responsável pelos bondes de Santa Teresa, anunciou que vai exonerar diretores e técnicos que estiverem ligados diretamente com a manutenção do sistema dos veículos. Ele tomou a decisão depois da divulgação do resultado da perícia do bonde envolvido com o acidente de 27 de agosto, na sexta-feira . O primeiro a ser afastado será Fábio Tepedino, diretor de operações da empresa.
- Eu não recebi oficialmente o laudo técnico do Carlos Éboli, mas, diante do que já foi publicado pela imprensa, tomei a decisão de afastar aqueles que tenham responsabilidade direta com o funcionamento do sistema de bondes - afirmou o presidente da Central.
Macedo afirmou ter encontrado dificuldades para formar uma equipe de confiança. Apesar disso, ele disse que já montou um Plano de Ações e Investimentos que será encaminhado a Secretaria da Casa Civil para apreciação. O plano teve como base as ações indicadas pela Comissão Interventora, presidida por Rogério Onofre.
- A Central tem engenheiros capacitados, mas o bondinho envolve cifras menores e foi deixado de lado - disse Macedo.
Onofre disse que decidiu antecipar a segunda parcela de R$ 10 milhões para recuperação dos bondes. Convocado pelo governador Sérgio Cabral para intervir na Central, ele já concluiu o trabalho de diagnóstico dos problemas do sistema. O acidente, que deixou seis mortos e 57 feridos, aconteceu na Rua Joaquim Murtinho, em 27 de agosto. O laudo do ICCE detectou 23 falhas no bonde, que não apresentava condições de circulação.
sábado, 8 de outubro de 2011
Peritos encontram mais de 20 falhas em bonde que descarrilou em Santa Teresa
08/10/2011 - O Globo (granderio@oglobo.com.br)
RIO - O laudo final do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil, mostra que o bondinho de Santa Teresa que bateu num muro, matando seis pessoas e ferindo 56, no dia 27 de agosto, apresentava 23 problemas. Depois de analisarem o local do acidente, a oficina de manutenção, a rede elétrica e fazerem testes em laboratório das peças do veículo, os peritos concluíram, como mostrou o "Jornal Nacional", da Rede Globo, que o bonde número 10 não tinha condições de circular. E confirmaram o que testemunhas disseram após a tragédia: o motorneiro Nelson Correa da Silva tentou frear o veículo.
As irregularidades encontradas no bondinho vão muito além do remendo feito com arame em uma peça próxima a uma sapata do freio, descoberto logo após o acidente. Dentro do sistema de ar comprimido, responsável pelo acionamento dos freios, foram encontrados óleo e água - o que, segundo o laudo, evidencia falta de manutenção preventiva. O documento revela ainda que peças do eixo do bonde foram fabricadas artesanalmente ou estavam soldadas ao chassi de forma grosseira.
RELEMBRE: Confira fotos do acidente
Estopa usada como tampa de caixa de lubrificação
De acordo com o ICCE, o bonde tombou por falha no sistema de freios, causado por falta de manutenção adequada. Havia até uma estopa sendo usada como tampa da caixa de lubrificação. A superlotação do bonde também ficou comprovada: no momento do acidente, o bonde estava com excesso de passageiros: 62, enquanto o máximo permitido é de 40 pessoas.
A confirmação de que Nélson tentou parar a composição antes da tragédia, na Rua Joaquim Murtinho, foi possível através da análise do freio mecânico de estacionamento, sistema complementar que pode ser usado em emergências. O laudo, de 34 páginas, indicou que o sistema foi acionado, mas acabou falhando.
LEIA MAIS: Comissão havia verificado precariedade do sistema de bondes seis meses antes de acidente em Santa Teresa
No dia seguinte ao acidente, o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, disse que o motorneiro deveria ter conduzido a composição, que colidira levemente num ônibus horas antes do acidente, à oficina, o que, segundo ele, evitaria a tragédia. A declaração foi recebida com indignação por familiares de Nélson, que acusaram Lopes de culpar o motorneiro pela tragédia.
O relatório está nas mãos do delegado Tarcísio Andreas Jansen, da 7ª DP (Santa Teresa), responsável pelo caso. Ele deverá chamar para prestar esclarecimentos os responsáveis pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), empresa que administra os bondes do bairro.
Modernização teve 7% do orçamento previsto
A maior tragédia da história do bondinho de Santa Teresa expôs a fragilidade do sistema de transporte que atraía milhares de turistas. O laudo final do ICCE comprova o que representantes da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) costumavam repetir: o desastre foi mais do que anunciado. Conforme mostrou O GLOBO em 30 de agosto, o governo empenhou (reservou para pagamento), em 2007 e 2008, apenas 7% do previsto no programa de "revitalização, modernização e integração de bondes".
Depois do acidente, moradores de Santa Teresa fizeram uma série de protestos. Desgastado no episódio, o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, acabou saindo de cena com a nomeação do presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, como interventor do sistema de transporte sobre trilhos.
Os bondinhos estão parados desde o acidente. Onofre ressaltou que as composições só voltarão a circular quando houver "total segurança". Ele deverá anunciar medidas necessárias para garantir a volta de operação dos bondes. Será avaliada a possibilidade de municipalizar ou mesmo privatizar o sistema.
Imagens fortes foram postadas na internet em setembro monstrando pessoas sendo socorridas logo após o acidente . O vídeo, disponível no YouTube , mostra feridos sendo retirados das ferragens do bonde descarrilhado mesmo antes da chegada do Corpo de Bombeiros. As imagens, fortes, mostram o nervosismo de vítimas, de voluntários e mesmo de autoridades.
Na mesma semana, o governador Sérgio Cabral havia admitido que os bondes de Santa Teresa precisam passar por um processo de renovação. Segundo ele, não é possível entregar a administração dos bondes para a prefeitura do jeito que está.
- Eu assumo o erro. Vamos responder com algo que a população merece. Os dados mostram que os bondes representavam apenas 3% do volume do uso coletivo e ainda sim era muito desorganizado, com baixo número de funcionários e sem manutenção. É uma questão de honra - disse Cabral durante a manhã, ao participar de um encontro com empresários da Alemanha.
O acidente ocorreu na Rua Joaquim Murtinho, na altura do número 273, perto do Largo do Curvelo. Segundo o comandante do Destacamento de Bombeiros do bairro, Fábio Couri, quatro morreram na hora. Uma das vítimas chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Já a sexta vítima morreu dias depois no hospital.
RIO - O laudo final do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil, mostra que o bondinho de Santa Teresa que bateu num muro, matando seis pessoas e ferindo 56, no dia 27 de agosto, apresentava 23 problemas. Depois de analisarem o local do acidente, a oficina de manutenção, a rede elétrica e fazerem testes em laboratório das peças do veículo, os peritos concluíram, como mostrou o "Jornal Nacional", da Rede Globo, que o bonde número 10 não tinha condições de circular. E confirmaram o que testemunhas disseram após a tragédia: o motorneiro Nelson Correa da Silva tentou frear o veículo.
As irregularidades encontradas no bondinho vão muito além do remendo feito com arame em uma peça próxima a uma sapata do freio, descoberto logo após o acidente. Dentro do sistema de ar comprimido, responsável pelo acionamento dos freios, foram encontrados óleo e água - o que, segundo o laudo, evidencia falta de manutenção preventiva. O documento revela ainda que peças do eixo do bonde foram fabricadas artesanalmente ou estavam soldadas ao chassi de forma grosseira.
RELEMBRE: Confira fotos do acidente
Estopa usada como tampa de caixa de lubrificação
De acordo com o ICCE, o bonde tombou por falha no sistema de freios, causado por falta de manutenção adequada. Havia até uma estopa sendo usada como tampa da caixa de lubrificação. A superlotação do bonde também ficou comprovada: no momento do acidente, o bonde estava com excesso de passageiros: 62, enquanto o máximo permitido é de 40 pessoas.
A confirmação de que Nélson tentou parar a composição antes da tragédia, na Rua Joaquim Murtinho, foi possível através da análise do freio mecânico de estacionamento, sistema complementar que pode ser usado em emergências. O laudo, de 34 páginas, indicou que o sistema foi acionado, mas acabou falhando.
LEIA MAIS: Comissão havia verificado precariedade do sistema de bondes seis meses antes de acidente em Santa Teresa
No dia seguinte ao acidente, o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, disse que o motorneiro deveria ter conduzido a composição, que colidira levemente num ônibus horas antes do acidente, à oficina, o que, segundo ele, evitaria a tragédia. A declaração foi recebida com indignação por familiares de Nélson, que acusaram Lopes de culpar o motorneiro pela tragédia.
O relatório está nas mãos do delegado Tarcísio Andreas Jansen, da 7ª DP (Santa Teresa), responsável pelo caso. Ele deverá chamar para prestar esclarecimentos os responsáveis pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), empresa que administra os bondes do bairro.
Modernização teve 7% do orçamento previsto
A maior tragédia da história do bondinho de Santa Teresa expôs a fragilidade do sistema de transporte que atraía milhares de turistas. O laudo final do ICCE comprova o que representantes da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) costumavam repetir: o desastre foi mais do que anunciado. Conforme mostrou O GLOBO em 30 de agosto, o governo empenhou (reservou para pagamento), em 2007 e 2008, apenas 7% do previsto no programa de "revitalização, modernização e integração de bondes".
Depois do acidente, moradores de Santa Teresa fizeram uma série de protestos. Desgastado no episódio, o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, acabou saindo de cena com a nomeação do presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, como interventor do sistema de transporte sobre trilhos.
Os bondinhos estão parados desde o acidente. Onofre ressaltou que as composições só voltarão a circular quando houver "total segurança". Ele deverá anunciar medidas necessárias para garantir a volta de operação dos bondes. Será avaliada a possibilidade de municipalizar ou mesmo privatizar o sistema.
Imagens fortes foram postadas na internet em setembro monstrando pessoas sendo socorridas logo após o acidente . O vídeo, disponível no YouTube , mostra feridos sendo retirados das ferragens do bonde descarrilhado mesmo antes da chegada do Corpo de Bombeiros. As imagens, fortes, mostram o nervosismo de vítimas, de voluntários e mesmo de autoridades.
Na mesma semana, o governador Sérgio Cabral havia admitido que os bondes de Santa Teresa precisam passar por um processo de renovação. Segundo ele, não é possível entregar a administração dos bondes para a prefeitura do jeito que está.
- Eu assumo o erro. Vamos responder com algo que a população merece. Os dados mostram que os bondes representavam apenas 3% do volume do uso coletivo e ainda sim era muito desorganizado, com baixo número de funcionários e sem manutenção. É uma questão de honra - disse Cabral durante a manhã, ao participar de um encontro com empresários da Alemanha.
O acidente ocorreu na Rua Joaquim Murtinho, na altura do número 273, perto do Largo do Curvelo. Segundo o comandante do Destacamento de Bombeiros do bairro, Fábio Couri, quatro morreram na hora. Uma das vítimas chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Já a sexta vítima morreu dias depois no hospital.
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