Os VLTs que começam a circular em 2016 pelas ruas do Centro do Rio
POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
29/11/2015 - O Globo
Condutores selecionados para trabalhar na primeira linha de VLT da cidade - O Globo / Marcelo Carnaval
RIO - Como na música de Zeca Pagodinho, Anicetto de Oliveira Costa, de 51 anos, é daqueles que deixam a vida o levar. O goiano de Pontalina (a 126 quilômetros da capital) começou a trabalhar na roça aos 13 anos. Tocou gado, foi contínuo, comerciário, motorista, microempresário e operador de tráfego. Este ano treina para uma nova função. O ex-peão boiadeiro faz parte da primeira equipe dos “motorneiros modernos”— futuros condutores dos VLTs que começam a circular em 2016 pelas ruas do Centro.
A turma de Annicetto conta com 16 pessoas. Ao todo, o VLT terá 50 condutores na primeira linha, prevista para ser inaugurada em abril do ano que vem. O serviço inicial vai ligar a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont e terá nove veículos e 17 pontos de parada. O segundo itinerário, entre a Central e a Praça Quinze, só deve entrar em operação após os Jogos.
Todos os motorneiros selecionados tinham experiência anterior, seja como condutor de trens, operador de tráfego ou na logística de transportes. Fazem parte da equipe ex-funcionários do metrô, da empresa de logística MRS e da Ponte Rio-Niterói. Como a ideia é que esses pioneiros sejam instrutores dos futuros colegas, eles passam por um treinamento intensivo. Isso incluiu até mesmo um estágio em Paris. Durante um mês, acompanharam a operação e pilotaram composições pelos dez quilômetros da linha de VLT T3B (Porte de Vincennes-Porte de la Chapelle).
No Brasil, o treinamento prosseguiu na fábrica dos trens em Taubaté (SP) e agora em cursos teóricos no Rio. Um segundo grupo de 16 profissionais também passou por treinamento na França.
Aos 54 anos, Renato Gomes, ex-supervisor do Centro de Controle do metrô do Rio, trocou 22 anos de experiência nas linhas 1 e 2 pela oportunidade de ser um dos primeiros condutores do VLT carioca. Segundo ele, a experiência no metrô ajuda, mas a realidade de trafegar nos trilhos de um VLT é bastante diferente.
— Uma coisa é operar o metrô, que corre numa via segregada. Outra é um VLT, numa área extremamente urbanizada, tendo de estar atento aos pedestres que ainda não estão familiarizados com o serviço — contou Renato.
O coordenador da equipe, Rodrigo Feitoza, destaca que, no processo de seleção, foram recrutados candidatos com algo em comum:
— Procuramos pessoas com experiência na área. E que fossem extremamente calmas, já que o VLT é uma novidade para passageiros e pedestres.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/treinamento-dos-condutores-do-vlt-inclui-ate-curso-em-paris-18174325#ixzz3t76jT9oz
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