terça-feira, 7 de abril de 2015

Paes afirma que repasse para verba do VLT está atrasado

03/04/2015 - O Dia

Empreiteira do Complexo de Deodoro demite operários, alegando falta de pagamento

ANGÉLICA FERNANDES

Rio - Durante a entrevista sobre o Complexo de Deodoro, nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes voltou a falar que o repasse de verba federal para a construção do VLT está atrasado. Segundo ele, mais de R$ 200 milhões já saíram do caixa da prefeitura para bancar a obra.

"O governo federal optou pelo que é prioritário para a Olimpíada, que é o complexo esportivo. Eu é que não vou fazer uma Olimpíada sem o VLT. E como sou organizado, já consegui colocar verba municipal. Não sei quando vou receber, mas a presidenta Dilma já me ajudou tanto que eu entendo os problemas que passa hoje", declarou Paes. O VLT está orçado em R$ 1,1 bilhão.

O Complexo de Deodoro vai abrigar 11 modalidades olímpicas e terá seu primeiro evento teste em setembro. A área de responsabilidade da empreiteira Queiroz Galvão compreende um espaço de 500 mil metros metros quadrados, onde serão construídos, principalmente, o Parque Radical, com circuito de canoagem e pista de ciclismo.

Prefeito garante estar em dia com obra olímpica

Durante visita às obras do Complexo Esportivo de Deodoro nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes garantiu que não há atrasos nos pagamentos à construtora Queiroz Galvão, responsável pelo empreendimento. Desde quarta-feira, a empreiteira está demitindo funcionários sob alegação de não ter recebido verba do município. Paes afirmou que não vai ceder à pressão da construtora e classificou a postura da empresa como "estratégia burra". O prefeito também reafirmou que as obras estão no prazo e o cronograma está mantido. 
 
A área do Parque Radical, que terá provas de canoagem e ciclismo: construtora diz que está dentro do prazo

Foto:  Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Desde o início da construção, em agosto de 2014, a Prefeitura do Rio já repassou R$ 110 milhões, do total de R$ 640 milhões, ao consórcio Construtor — formado pela Queiroz Galvão (99%) e pela OAS (1%). Segundo Paes, os prazos de pagamento estão sendo rigorosamente cumpridos: "Todos os recursos do governo federal já estão liberados e disponíveis para a prefeitura, mas não vamos deixar de cumprir prazos e de fiscalizar. O que a empreiteira quer é fazer pressão, receber mais rápido. Mas não vai conseguir." 

A Queiroz Galvão informou através de nota, que "as obras encontram-se rigorosamente dentro do cronograma e que o consórcio acredita na regularização dos pagamentos das etapas já concluídas de forma a garantir o entrega do projeto no prazo estipulado em contrato". A construtora é uma das empresas investigadas pela Lava Jato, que apura irregularidades em contratos de construtoras com a Petrobras. 

A empresa admitiu que está colocando funcionários em aviso prévio como uma "medida preventiva que certamente será revertida com a regularização dos pagamentos relativos às etapas construtivas executadas". A empreiteira não se pronunciou sobre a quantidade de demissões, mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada acredita que foram mais de 70 pessoas.

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