18/04/2013 - Blog do Ralph Giesbrecht
Por IgorEliezer
VLT de Macaé mostra o despreparo e o descaso com o dinheiro público
Boa parte do que está escrito neste blog foi extraído de uma notícia no portal G1 publicada há dois dias atrás. Não é uma simples transcrição, existem comentários meus no meio do texto original, que, aliás, nem está transcrito integralmente. Realmente, quando parece que a coisa vai, volta para trás. E perde-se dinheiro a rodo sem que o projeto do VLT de Macaé sequer tenha começado a operar, embora já tenha composições compradas e trilhos colocados - aliás, trilhos que estão ali faz mais de cem anos.
O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos, no Norte Fluminense, pode não sair do papel. O projeto inicial, orçado em aproximadamente R$ 25 milhões para aquisição das quatro composições, não foi para frente e, como resultado, após um ano da aquisição do primeiro trem, foram acumulados apenas prejuízos. Os trens chegaram a ser testados em 2012. Engenheiros e técnicos fizeram demonstrações, mas, desde então, os dois adquiridos ficaram parados em frente à única e antiga estação da cidade. Nenhuma parada foi construída, ou qualquer obra foi realizada nos trilhos.
Os gastos mensais de R$ 10 mil a R$ 20 mil só para mantê-los parados e em bom estado são uma realidade. Em um ano o valor pode chegar a R$ 240 mil. Uma comissão foi criada para avaliar a viabilidade do serviço e as primeiras análises, segundo afirma o secretário Mauro Figueiredo da Rosa, levam a conclusões preliminares de inviabilidade técnica e econômica, o que pode significar o descarte definitivo das ações para funcionamento do VLT. Eu tenho sérias dúvidas sobre estas análises. A verdade é que a política no sentido contrário, ou seja, o lobby das empresas de ônibus, sempre existe e quase sempre prevalece sobre os dirigentes governamentais.
Além do mais, transportes não se medem somente em ser ou não lucrativos, porque isto mede somente a operação em si e não os benefícios que o transporte mais rápido e mais macio - caso dos VLTs - proporciona a usuários e à própria infraestrutura. Foi baseado em premissas daquele tipo que boa parte da rede ferroviária brasileira foi exterminada. E mais: pela afirmativa dos atuais administradores da cidade - que assumiram há três meses apenas - a preocupação "é apenas em zelar pelo patrimônio público. Colocaram (o governo anterior) o carro na frente dos bois comprando as composições e assim fica difícil trabalhar. Não tem trilho, estação, não tem onde levar e transportar”, argumenta o secretário. Como sempre, tentando colocar a culpa de algo que talvez nem seja verdadeiro na culpa do governo anterior. Típico dos políticos brasileiros. E eu não apoio nem um governo nem outro. Nem sei os nomes deles, lá em Macaé.
Na reportagem do G1, os atuais governantes seguem apresentando provas e mais provas de que o transporte é inviável. Pode até ser, mas nada soa muito sério nesta história. Na verdade, ninguém se preocupa com o conforto dos usuários, mas sim em favorecer (ou desfavorecer) eventuais terceiros.
http://www.advivo.com.br/blog/luisna...o-vlt-de-macae
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