sábado, 18 de maio de 2013

Bondes serão operados por ônibus, trens, metrô e barcas no Rio


26/04/2013 - Extra, Marcelo Dias

Ônibus, trens, metrô e barcas. Todos juntos e a bordo dos novos bondes do Rio. Pois foi este o cenário que se confirmou hoje à tarde, com todos os operadores de transporte público da cidade reunidos no consórcio VLT Carioca, que venceu a concorrência aberta pela prefeitura para construção e operação das seis linhas que ligarão a Região Portuária ao Centro a partir de 2015. A passagem custará R$ 3,10.

O consórcio é liderado pelo Grupo CCR (CCR Barcas, Ponte S/A e Via Lagos), com a participação da Invepar (Metrô Rio), da Odebrecht Transports (SuperVia), pela Rio Par (Fetranspor) e por duas operadoras estrangeiras: a francesa RATP e a argentina Benito Roggio Transportes. Único participante da disputa, o grupo ofereceu R$ 1,601 bilhão pelo contrato, que terá duração de 25 anos.

A estimativa é que os novos bondes sirvam a 250 mil passageiros por dia. A obra está orçada em R$ 1,2 bilhão, com R$ 532 milhões bancados pelo governo federal.

— Essa composição do consórcio é interessante porque o nosso propósito é promover a integração de todos os meios de transporte nesta região e acabou que os operadores se integraram ao processo — disse o presidente da Companhia de Desenvolvimento da Região Portuária, Alberto Silva.

Os bondes terão intervalos entre três e 15 minutos, dependendo da linha. Cada composição terá capacidade para 415 passageiros. A estimativa é a de atender a 250 mil pessoas por dia.

Líder do VLT Carioca, o Grupo CCR financiou o estudo de viabilidade técnica e econômica do projeto, por R$ 1,5 milhão, em outra concorrência vencida em 2012. Uma das estações, a da Praça XV, ficará em frente à das barcas. As linhas também passarão na porta do metrô e na Central do Brasil.

A Fetranspor, através da holding Rio Par, irá operar o sistema de bilhetagem e trouxe para o negócio a RATP — uma das maiores companhias de transportes públicos da Europa, com operações em trens, metrô, bondes e até ônibus em cidades como Paris, Manchester (Inglaterra) e Florença (Itália). Ao todo, a RATP atua em 12 países. Já a Benito Roggio opera em Buenos Aires e no metrô de São Paulo.

A primeira fase das obras está prevista para ser inaugurada em 2015, da Rodoviária Novo Rio à Cinelândia, passando pelo Santo Cristo, pela Praça Mauá e pela Avenida Rio Branco — a tempo das comemorações pelos 450 anos da cidade.

A segunda etapa abrangue os trechos da Central do Brasil até o Aeroporto Santos Dumont, devendo ser concluída no primeiro semestre de 2016, conforme o cronograma de obras estabelecido pela prefeitura.
Todo o trajeto terá 28 quilômetros e 42 estações. As passagens serão pagas nos validadores eletrônicos. Não haverá roletas nos bondes.

— Este projeto tem a característica de ser o integrador de todos os transportes públicos do Rio e nada mais adequado que todos os operadores estarem juntos. A gente precisava de um operador com essa expertise e os dois (RATP e Benito Roggio) a têm. O grande gargalo do projeto é a data final de entrega, imutável, que são as Olimpíadas. Houve problemas jurídicos que atrasaram a licitação, mas esse tempo é recuperável. O edital previa 90 dias para início das obras a partir da assinatura. Vamos tentar fazer isso em 30, 45 dias, antecipando esse prazo — conta o diretor de novos negócios do Grupo CCR, Leonardo Vianna.

De acordo com Vianna, o Grupo CCR já tem um acordo com a Alstom para fornecimento dos bondes. As quatro empresas brasileiras detêm 24,4375% de participação, cada uma, no controle acionário do consórcio. A Benito Roggio tem 2% e a RATP, 0,25%.

http://extra.globo.com/noticias/rio/...o-8226579.html

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