quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Um ano sem bonde: placa com nomes de vítimas é inaugurada

27/08/2012 - O Globo

Associação de Moradores Santa Teresa reclama de falta de diálogo com o governo estadual

Membros da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) inauguram uma placa com os nomes dos mortos em acidentes com bodinhos no Largo do Curvelo Marcos Tristão / O Globo

RIO - Cerca de 30 moradores de Santa Teresa fizeram ato na manhã desta segunda-feira em homenagem às vítimas da tragédia do bondinho, que está completando um ano. Às 11h, membros da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) inauguraram uma placa com os nomes dos mortos em acidentes com bondinhos no Largo do Curvelo. Em seguida, uma placa foi afixada no local da tragédia, na Rua Joaquim Murtinho, com a mensagem: Perdemos vidas. Não perderemos o bonde, nem a esperança. O candidato à prefeitura do Rio Marcelo Freixo e o deputado federal Chico Alencar, ambos do PSOL, participaram da manifestação. Nenhum parente de vítimas esteve presente.

A presidente da Amast, Elzbieta Mitkiewicz, afirmou que o movimento defende a volta do bonde o quanto antes e a preservação dos antigos modelos dos veículos. Conforme O GLOBO mostrou no sábado, a empresa TTrans S/A venceu a licitação para fabricar novos 14 bondes do sistema. É a mesma empresa que em 2005 assumiu contratos de reformas dos veículos agora parados.

A Amast sempre denunciou as más condições do sistema, o sucateamento. Oficiamos o governo do estado duas vezes em abril, em tentativas de nos reunirmos com a Casa Civil e com a Secretaria de Transportes. Nunca nos deram retorno relamou.

Autor da imagem do bondinho chorando, o artista Luiz de França, conhecido como Zod, escreveu SOS Santa Teresa... Até quando sem bonde? num trecho de 40 metros entre os trilhos da Rua Almirante Alexandrino, próximo ao Curvelo.

Indenização para vítimas do acidente

Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, afirmou que já garantiu indenizações a 51 pessoas, entre familiares e vítimas. Das famílias que perderam seus parentes no acidente, cinco foram indenizadas. As indenizações foram acertadas em acordo extrajudicial com o Governo do Estado e a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central). Para 46 pessoas, já foram pagas as indenizações. Entre as pessoas beneficiadas, estão moradores de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Os familiares e passageiros do bonde que ainda não contam com assistência jurídica podem procurar o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública, na Avenida Marechal Câmara, 271, 7° andar, Centro do Rio, ou pelos telefones 2332-6345 e 2332-6346 e 129.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um ano depois da tragédia do bonde, Santa Teresa dá a volta por cima

23/08/2012 - O Globo

Novos cafés, bares, galerias, casas noturnas e festas agitam o bairro.

Turistas e visitantes movimentam Santa Teresa Paula Giolito / Agência O GLOBO
RIO Cravados sobre as ladeiras de Santa Teresa, os trilhos do bonde são uma saudosa lembrança do mais charmoso meio de trasporte da cidade, que, sucateado, parou de circular em 27 de agosto de 2011, quando um acidente deixou seis mortos e mais de 50 feridos. Apesar da falta que o tranvia faz, um ano depois da tragédia o bairro deu a volta por cima, com uma leva de novos cafés, bares, festas e casas noturnas. Nas tardes de fim de semana, o vaivém de gente nas calçadas não deixa mentir: Santa Teresa vai muito bem, obrigada.

Um bom exemplo é o aconchegante Café das Ruínas, que funciona desde maio ao lado do casarão principal e tem uma vista de cartão-postal, de cara para o Pão de Açúcar. Antes, o lugar só tinha brunchs de vez em quando. Mas, desde que Natacha Fink (dona também do Espírito Santa) assumiu o comando, o café vem servindo desde petiscos, como empadas de bobó de camarão (R$ 3) e bolinhos caseiros (R$ 3), a opções mais incrementadas, como banana-da-terra levemente tostada com pesto de manjericão e gorgonzola (R$ 15). A ideia de reabrir o café surgiu da própria Natacha, que, durante os sete anos em que morou no bairro, passeava sempre por ali.

Além do café, do visual e do jardim em si, o programa tem uma pegada cultural: estão em cartaz ali a conhecida e elogiada montagem de A alma imoral (com Clarisse Neskier, até 16 setembro) e a exposição Géza Heller: um carioca sonhador, com desenhos do arquiteto húngaro que retratam a história da cidade.

O Parque das Ruínas é um lugar de que sempre gostei. Queremos oferecer um serviço de conveniência para as pessoas que o visitam. Procurei fazer uma coisa que unisse quem vem visitar o lugar aos sabores brasileiros conta Natacha, acrescentando que, depois do acidente, o movimento do seu outro restaurante, o Espírito Santa, baixou, mas agora vai de vento em popa.

Antônio Lima, garçom do tradicional Bar do Mineiro, confirma: a movimentação está intensa.

Durante a semana caiu um pouco (a frequência), mas nos finais de semana os clientes vêm, seja de ônibus, carro ou táxi afirma.

No Largo dos Guimarães, outro restaurante novinho em folha valoriza os sabores da culinária brasileira. Inaugurado no último sábado, o Café do Alto segue a linha da matriz, há dez anos no Alto Leblon, e oferece um cardápio nordestino. Além de almoço e ceia da tarde, a casa terá bufê de café da manhã (R$ 40) com bolo de fubá, aipim e queijo de coalho. Na decoração, elementos que remetem à cultura do Nordeste, com chita no forro das cadeiras e bonequinhas formando uma cortina.

O bairro tem tudo a ver com a nossa proposta diz Mariana Villas-Bôas, dona do café que ocupa o lugar onde funcionava o restaurante Jasmim Manga.

Também tem cheiro de tinta fresca na Casa do Barista, que reabriu em junho depois de sete meses em reforma, já que foi parcialmente destruída por um incêndio. Por enquanto, o espaço, repleto de maquinários e grãos de cafés, tem recebido grupos apenas por agendamento. Emilio Rodrigues, dono do casarão, também organiza oficinas e encontros que misturam conhecimentos sobre café e música. A proposta do evento Cafés, Sons e Outros Sentidos é experimentar novas formas de tomar a bebida.

A cidade está num bom momento, e o público está de volta ao bairro. Recebo muitos turistas em busca de um café de qualidade conta Rodrigues.

Logo embaixo da Casa do Barista funciona o charmoso restaurante Santè. No casarão com varanda de onde, para variar, tem-se uma vista daquelas! , os chefe Marcelo Castiglia e Bruna Percu também sofreram com o incêndio do vizinho. Com pouco mais de três meses de aberto, o lugar foi atingido pelo acidente e precisou voltar às obras. Reaberto em abril, tem esquema low profile: abre aos domingos para um brunch caprichado, com preços de variam de R$ 36 a R$ 49. Nos outros dias, funciona mediante reserva para menus fechados (de R$ 110 a R$ 140).

A novidade desta segunda fase de funcionamento são as Quintas com Jazz, com show ao vivo e menu fechado. A primeira edição aconteceu na semana passada e deu supercerto. Semana que vem tem mais.

Noite em Santa Teresa

Quer mais jazz? Então a boa é rumar para Santa Teresa no fim da tarde de domingo. A cada 15 dias, o Bellas Artes Guest House recebe a banda Jazz na Escada para levar um som. Os shows, que acontecem desde maio, têm atraído cada vez mais gente. A próxima edição acontecerá no dia 2 de setembro.

Já no simpático Cafecito, o som que domina é o da MPB. Aberto há pouco mais de dois anos, o lugar é ideal para encontros e reuniões menos agitadas. O casarão rústico abriga no primeiro andar uma loja com objetos de decoração e compotas. Na área externa, sob uma enorme amendoeira e uma sacada com vista para a rua, há uma cozinha com paredes de vidro, onde são preparados cafés, drinques, sucos e sanduíches. Um dos mais pedidos é o Campos de Carvalho (R$ 19,50), com gorgonzola, geleia de pimenta e cebola roxa.

Muitas pessoas ainda estão descobrindo a cafeteria. Havia uma pizzaria no segundo andar, mas agora está em obras. Deve voltar até o fim do ano explica a gerente da casa, Carolina French.

O cardápio tem também uma boa variedade de cervejas artesanais, o que faz com que muitos frequentadores queiram ficar noite adentro. Mas a regra é clara: às 23h é hora de pedir a saideira.

Outro que já abriu há um tempinho, no ano passado, mas que só recentemente conquistou seu lugar no roteiro do local é o Bar do Bonde, na Rua Almirante Alexandrino. No menu, a grande variedade de petiscos e cachaças é o ponto forte. Ali, a festa também termina cedo: a casa fecha à meia-noite.

Mas existe vida após as 12 badaladas em Santa Teresa. Um lugar que está bombando é a Casa do Barão, que há um ano abriga festas variadas todo fim de semana. Segundo os proprietários, o belo casarão pertenceu ao Barão de Mauá daí o nome, claro. Na parte de baixo, fica a pista de dança, que também abriga shows, e, em cima, um terraço a céu aberto e o bar, que vende cervejas, cachaças e Xiboquinha (R$ 3), uma bebida típica nordestina com cachaça, cravo, canela, limão, gengibre e ervas. Para comer, as opções são os caldos de feijão e ervilha (R$ 5) e cachorro-quente (R$ 3,50) .

Entre a programação fixa da casa, há duas festas mensais e o forró aos domingos, chamado Forró de Teresa, Q de Santa Só Tem o Nome. A festa Soul de Santa rola toda segunda sexta-feira do mês, e traz um repertório de black music. Na terceira sexta, é a vez da Vinil é Arte. A partir do mês que vem, mais uma festa entra no calendário fixo da casa: a Santa Pernambucana, com música de Pernambuco (claro!), que vai rolar no último sábado de cada mês.

A nossa programação é voltada principalmente para a música brasileira, o que atrai muitos turistas estrangeiros. Mesmo assim, cada vez mais cariocas têm aparecido diz Paulo Roberto Marburg, organizador de eventos do espaço.

Uma delas é a advogada Luciana Lima, moradora de Botafogo, que levou suas amigas de Belo Horizonte para conhecer o espaço.

Já tinha vindo em três festas aqui. Minhas amigas queriam conhecer um espaço alternativo da noite carioca e me perguntaram sobre a Lapa. Eu acho que lá está saturado, então resolvi trazê-las para cá, que ainda é um lugar que muita gente não conhece diz Luciana.

Outra opção noturna que tem feito sucesso é o Portella Bar, que funciona há oito meses numa das esquinas do Largo dos Guimarães. Filial de uma tradicional casa paulistana, com 45 anos de funcionamento, o bar é especializado em culinária nordestina, com opções famosas como o portadella, um pastel de massa folheada recheado com mortadela, pistache e Catupiry (a porção com oito unidades sai a R$ 32); e o delícia da Lelê, um bolinho de siri com queijo coalho (a porção com seis custa R$ 26).

Nossos pratos e petiscos são conhecidos em São Paulo por gerações orgulha-se a consultora gastronômica do bar, Andreia Leal.

A decoração é um atrativo a parte, com garrafas penduradas sob o teto e quadros que remetem à cultura nordestina (olha ela aí de novo!). Às sextas-feiras, rolam shows de música ao vivo. Nos fins de semana, a casa também abre para almoço.

O Portella é um bar único e uma opção bem em conta diz a artista plástica Rosana Medeiros, que mora no Catete e frequenta o bar.

Do outro lado da rua, o Cine Santa também tem lugar cativo na programação cultural local. Depois de seis meses fechado para obras, o casarão reabriu no fim de junho. Toda a estrutura foi mudada, e o cinema ganhou uma tela maior, mais lugares e nova decoração. Os frequentadores aprovaram o conforto.

Antes, as cadeiras eram de madeira. Depois de uma sessão, a gente ficava dolorido. Com a reforma, o espaço ficou mais agradável conta Ellen Jou, que mora em Santa há mais de 30 anos.

Às vezes chamado de Montmartre carioca por conta tanto das ladeiras, quanto da grande quantidade de ateliês que abrigas, o bairro também vê sua cena artística se fortalecer. O tradicional Arte de Portas Abertas, que teve a última edição em julho, já conta com mais de 60 artistas participantes, além de várias apresentações musicais pelas ruas. No mesmo clima, o Circuito Oriente é um evento mensal que reúne quatro ateliês da Rua Oriente, o Estúdio Dezenove, o Ateliê Oriente, o EuVira e o Espaço Carambola. A cada 40 dias, as casas abrem suas portas para exposições e mostras fotográficas entre outras opções culturais. O próximo encontro acontece no dia 15 de setembro.

Antes disso, no dia 2, haverá mais um motivo para subir as ladeiras. É quando o charmoso Hotel Santa Teresa estreia o projeto Sunset Party, que vai rolar num novo deque à beira da piscina do hotel cinco estrelas. É cedo, das 17h às 22h. No som, músicas eletrônicas escolhidas pelo DJ Junior Machado.

Está tudo muito bom, está tudo muito bem. Mas o movimento intenso somado à falta do bonde gera um problema: nó no trânsito. Aos sábados e domingos, o sobe-e-desce nas ladeiras fica ainda mais complicado. Para o diretor da Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast), Abaeté Mesquita, o tráfego no bairro está cada vez mais complicado.

O primeiro grande problema é a sensação de desordem, que é péssima tanto para o morador quanto para o vistante. O segundo, é a proliferação dos flanelinhas, que nos fins de semana chegam a cobrar R$ 10 reclama.

Para que as coisas melhorem, eles torcem pela volta do bonde. Mas precisarão de paciência: segundo a secretaria Estadual de Transporte, o novo sistema de bondes só ficará pronto no primeiro trimestre de 2014.

Para marcar um ano sem o bonde e reclamar da demora na sua volta, moradores e artistas do bairro fazem um ato público, neste domingo, das 18h às 22h. E, na segunda-feira, no Largo do Curvelo, a partir das 18h, há show com Saisse e os Bois, Sérgio Pascolato e Balança Teresa, entre outros. Tomara que, assim, as coisas entrem no trilho.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Edital do VLT sai até outubro, diz Cdurp

22/08/2012 - Jornal do Commercio, Wanilson Oliveira

Contrato prevê investimentos de R$ 1,1 bilhão no projeto. Recursos serão divididos pela Prefeitura e o consórcio vencedor. Duas linhas ficarão prontas até a Copa de 2014

A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) anunciou ontem que deve divulgar o edital de licitação para as obras e operação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Zona Portuária em outubro. Das seis linhas que serão construídas, duas deverão ficar prontas até 2014. As demais entrariam em circulação durante os Jogos Olímpicos de 2016. Serão investidos R$ 1,1 bilhão, divididos entre a Prefeitura e o consórcio vencedor.
De acordo com o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o sistema contará com 42 estações. As primeiras linhas do VLT a serem construídas ligarão a Zona Portuária à Rodoviária Novo Rio - a outra permitirá o acesso à Cidade do Samba. Arraes confirmou ainda que os aportes de R$ 582 milhões da Prefeitura virão do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC), do governo federal.
Licitação
Será considerado ganhador do processo licitatório o consórcio que apresentar a maior fatia de recursos privados, o que diminuiria a participação da Prefeitura no projeto. "Chamamos esse tipo de negócio de concessão patrocinada. Dois anos após a total construção do VLT, a Prefeitura começa a pagar o consórcio", explicou.
Arraes também adiantou que o prazo de concessão, que inicialmente seria de 25 anos, passou a ser de 30 anos por questões econômicas. Além disso, disse o presidente do Cdurp, o consórcio vencedor tem como obrigações preparar a calha de passagem do VLT, instalar os trilhos, comprar e operar o sistema.
Arraes ressaltou que o VLT deve beneficiar aproximadamente 900 mil pessoas, entre moradores e pessoas que passam diariamente pela região portuária. Segundo ele, por se tratar de um veículo de média capacidade, ele pode vir a fazer parte do Bilhete Único Carioca (BUC), podendo operar a integração com trens e metrô.
"Com a instalação do VLT, esperamos diminuir o número de ônibus nas regiões em que ele transitará. O projeto é acima de tudo de sustentabilidade", disse o presidente da Cdurp. Quanto ao valor da passagem ele explicou que pode chegar R$ 3,50, podendo ser usado em um prazo de duas horas.
Referência vem do país vizinho
Ontem, o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, se reuniu com representantes do grupo argentino Puerto Madero Corporaccion, bem como com representantes do governo da Argetina, para discutir projetos de cooperação entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires. No encontro, foram discutidos temas como o desenvolvimento imobiliário e planos de ocupação de áreas.
"Trata-se de um intercâmbio entre as duas cidades. Há dois meses estivemos em Puerto Madero para ver as melhoria na região. Agora, foi a vez dele virem ao Rio", explicou.
Arraes disse que os argentinos ficaram impressionados com o porte das obras e a capacidade da equipe que trabalha nas obras em descobrir e manter descobertas arqueológicas da região.
"O encontro vai nos trazer grandes benefícios. Eles vão contribuir bastante com projetos urbanísticos e de arquitetura", destacou. Nos dias 18 e 19 de outubro, o grupo Puerto Madero vai realizar um seminário, em Buenos Aires, e apresentar tudo o que foi visto e discu¬tido no Rio.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

VLT deverá ser licitado em outubro

21/08/2012 - O Globo, Isabela Bastos

Com as obras do túnel ferroviário sob o Morro da Providência entrando na reta final, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) começa a escolher, em outubro, o consórcio que fará a implantação e a operação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Zona Portuária. Orçado em R$ 1,1 bilhão, o sistema, com seis linhas e 42 estações, já tem garantidos R$ 582 milhões do governo federal, através do PAC da Mobilidade. Mas a implantação dos bondes modernos deverá exigir repasses da prefeitura para cobrir as gratuidades do transporte (idosos e estudantes) e garantir uma tarifa acessível. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o edital deverá prever que o consórcio que apresentar a maior fatia de recursos privados, diminuindo a participação da prefeitura, vencerá a licitação.

- É uma concessão patrocinada. Vamos ter uma parte de obra pública com recursos da União. E haverá remuneração da prefeitura ao consórcio. Esses repasses de recursos públicos serão pagos ao longo do período de concessão. A fatia de recursos privados tem peso na proposta do concorrente - explica Arraes.

Ainda de acordo com o presidente da Cdurp, os cálculos sobre o valor do bilhete do VLT ainda não foram concluídos. Mas a previsão é que ele custe aproximadamente R$ 3,50, podendo ser usado num prazo de duas horas. A engenharia financeira prevê ainda que o VLT faça parte do Bilhete Único Carioca (BUC), podendo operar a integração com trens e metrô. Nesse caso, a arrecadação do BUC, que hoje custa R$ 3, seria rateada pelos meios de transporte. Para viabilizar economicamente o projeto, o prazo de concessão, que inicialmente era de 25 anos, também mudou, passando para 30 anos.

- Essa equação ainda não está fechada. Estamos trabalhando com o valor atual do Bilhete Único Carioca, mas isso deve mudar. Na integração entre o VLT e outro modal, vai valer o preço do BUC. No caso da passagem individual, a ideia é que o prazo de validade seja de duas horas, mas teremos bilhetes com mais viagens e preços diferenciados. A pessoa poderá cruzar o Centro e a Zona Portuária com uma passagem só - diz Arraes.

A previsão é que o túnel ferroviário sob a Providência fique pronto em julho do ano que vem. As obras de recuperação e alargamento da passagem estão sendo feitas pelo consórcio Porto Novo, responsável pela segunda fase do projeto Porto Maravilha. Esse consórcio terá que deixar preparada a calha de passagem do VLT nas vias públicas que estão em obras. O consórcio que vencer a licitação de outubro terá que providenciar a implantação dos trilhos, comprar os vagões e operar o sistema.

Ainda segundo a Cdurp, duas das seis linhas de VLT deverão ficar prontas em 2014. Uma delas cortará a Zona Portuária, ligando a Rodoviária Novo Rio à Avenida Presidente Antônio Carlos, e passando pelas avenidas Rodrigues Alves e Rio Branco. As demais terão que ser entregues até o primeiro semestre de 2016.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Inauguração do VLT de Macaé é atrasada por falta de verba do Governo Federal

06/08/2012 - RJ Inter TV

A inauguração do veículo leve sobre trilhos estava prevista para o dia 29 de julho, mas está atrasado e não há previsão para começar a funcionar.

do RJ INTER TV 2ª Edição

A inauguração do veículo leve sobre trilhos de Macaé estava prevista para o dia 29 de julho, junto com o aniversário da cidade, mas isso não aconteceu. O cronograma está atrasado e não há previsão de quando o VLT vai começar a funcionar. A limpeza e a manutenção dos trilhos não foram concluídas. As estações para embarque e desembarque de passageiros também não estão prontas e até agora, a nova sinalização vertical e horizontal da linha férrea ainda não foi instalada. De acordo com o gerente do projeto, o atraso tem motivo financeiro. O Governo Federal não repassou o dinheiro prometido para o metrô Macaé.

A Prefeitura diz que o projeto do VLT foi contemplado pelo programa Pró-transporte e o dinheiro seria repassado pelo Ministério das Cidades. Com esse impasse, o projeto está parado. Cada composição do VLT terá capacidade para transportar 350 pessoas, a expectativa é que este novo meio de transporte ajude a desafogar o trânsito da cidade principalmente entre o Centro e Imboassica, onde se concentram parte das empresas offshore.

A equipe do IN360 entrou em contato com o Ministério das Cidades para saber porquê o repasse do Governo Federal não foi feito. Ricardo caiado, o responsável pelo programa pró-transporte, informou que o projeto do VLT Macaé foi aprovado, mas o dinheiro ainda não foi liberado dentro do prazo e que isso só vai ser feito no ano que vem depois de uma reapresentação do projeto. Depois dessa resposta tentamos saber com a assessoria do Ministério das Cidades o porquê da verba não ser liberada a tempo mas não obeteve retorno.
 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Inauguração da primeira fase do VLT-Macaé está prevista para julho

26/06/2014 - O Globo Online

O trânsito frequentemente congestionado de Macaé ganhará um alívio no dia 29 de julho, dia de aniversário da cidade. É quando será inaugurada a primeira fase do projeto VLT-Macaé. A sigla, que significa Veículo Leve sobre Trilhos, representa uma esperança de escape para os constantes engarrafamentos na cidade. Nesta primeira etapa, o trem levará do Centro à área sul da cidade (no polo industrial do município), onde fica o bairro de Imboassica. São 12,5 quilômetros de percurso. 

Nesse momento serão cinco estações provisórias, feitas de estrutura tubular, e duas terminais. Por um tempo indefinido, a população poderá usar o serviço gratuitamente. A ideia é que os administradores do transporte possam fazer uma pesquisa sobre a procura pelo veículo. Para todo o projeto foram investidos R$ 80 milhões. 

— É um novo segmento de transporte público. Metade da população da cidade, algo em torno de cem mil pessoas, utiliza ônibus para se locomover. Esperamos reduzir bastante a quantidade de frotas — explica Bráulio Lopes, gerente do projeto VLT Metrô-Macaé. 

Coordenador de operações do VLT, José Carlos Rogel é um dos mais empolgados com o projeto, e garante que o novo meio de transporte vai finalmente convencer o morador a deixar o carro em casa. 

— Não só é mais rápido, como ajuda o meio ambiente. Não usamos o diesel, mas o biodiesel, que é mais limpo — explica. 

Fonte: O Globo Online
Publicada em:: 27/06/2012