sábado, 28 de março de 2015

VLT começa a ter via instalada na Zona Portuária e tem testes marcados para o fim do ano

Obras estão em ritmo acelerado para atender cariocas e turistas antes das Olimpíadas. Tarifa deverá ser a mesma do ônibus

POR MARCO GRILLO

28/03/2015 - O Globo

Operários trabalham na obra do VLT na Rua General Luiz Mendes de Moraes, ao lado da rodoviária - Marcelo Carnaval / Agência O Globo


RIO — Os primeiros metros de trilhos já foram colocados, a tarifa está perto de ser definida, e o público terá acesso ao sistema no fim do ano — ainda que em fase de testes operacionais. As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), espécie de bonde moderno, rasgam ruas do Centro e da Zona Portuária em ritmo acelerado para atender cariocas e turistas antes dos Jogos Olímpicos de 2016. A passagem deverá ser idêntica à dos ônibus municipais (hoje R$ 3,40). A tarifa ainda não foi fechada, mas um dos argumentos favoráveis ao preço igual é a integração, já que o novo modal também aceitará o bilhete único — e com validação voluntária, sem cobradores ou roletas em quase a totalidade do percurso.

— É a hipótese mais provável (o valor de R$ 3,40). O que a gente pode afirmar é que a passagem não será mais cara que a do metrô (que subirá para R$ 3,70 em 2 de abril) — afirmou o subsecretário de Projetos Estruturantes da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Gustavo Guerrante.

400 METROS DE TRILHOS JÁ INSTALADOS

A frente mais avançada está na Rua General Luiz Mendes de Morais, no Santo Cristo, nas proximidades da Rodoviária Novo Rio. Na madrugada de quarta-feira, 400 metros de trilhos foram instalados no local. A operação foi complexa. As estruturas — cada uma com 18 metros de comprimento e pesando cerca de uma tonelada — foram levadas em carretas e colocadas sobre os dormentes com a ajuda de operários e de uma máquina.

Outras ações estão acontecendo no trecho que sai da rodoviária e vai até o Aeroporto Santos Dumont, incluindo as Avenidas Rodrigues Alves, Binário, Rio Branco e Beira-Mar. O próximo local a receber os trilhos será a Avenida Binário. O Centro Integrado de Operação e Manutenção, que vai concentrar os sistemas operacionais (como sinalização e energia) e funcionar como oficina para os veículos, está sendo construído no Galpão Gamboa. Esta é a primeira etapa da obra, segundo a Cdurp, responsável pela gestão das intervenções relacionadas ao Porto Maravilha.

A segunda fase consiste na ligação entre a Central e a Praça Quinze. As obras nesse trecho ainda não ganharam a mesma dimensão, mas há ações preliminares em curso, como a remoção de canos, especialmente no entorno da Central. Assim como nos locais afetados pela primeira etapa, haverá alterações no trânsito também no segundo trecho. Uma das questões já definidas é que a Avenida Marechal Floriano, que faz parte do traçado, não será completamente interrompida, por causa da alta demanda de tráfego. O modelo de operação parcial na via ainda está sendo estudado.

O empreendimento é executado pelo Consórcio VLT Carioca, composto por Odebrecht Transport, CCR, Invepar e RioPar Participações, cada uma das empresas com 24,875%. Há ainda os minoritários Benito Roggio Transporte e RATP do Brasil Operações, Participações e Prestações de Serviços para Transporte, com 0,25%. O grupo também vai operar o VLT, com uma concessão que tem prazo de 25 anos. A obra tem custo de R$ 1,157 bilhão. Deste montante, R$ 532 milhões são provenientes da União, e o restante é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP). A iniciativa privada antecipa os R$ 625 milhões e, ao longo do período de concessão, a prefeitura faz os repasses mensais. Recentemente, o prefeito Eduardo Paes afirmou que já adiantou ao consórcio cerca de R$ 150 milhões do valor de responsabilidade do governo federal. A verba foi contingenciada dentro do cenário de ajuste fiscal implementado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ainda não há prazo definido para a União ajustar os pagamentos, mas a prefeitura garante que vai adiantar recursos sempre que necessário.

No fim do ano, alguns trechos do traçado que vai da rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont vão receber passageiros, que poderão andar gratuitamente. Ainda não há garantias de que a circulação será integral, porque não existe a certeza se toda a via será eletrificada a tempo. A operação comercial completa está prevista para o primeiro semestre do ano que vem. Já a do trecho da Central à Praça Quinze está prevista para setembro de 2016.

— A ideia é que as pessoas se familiarizem com o sistema. Até o fim do ano, a gente espera concluir toda a primeira etapa — diz Gustavo Guerrante.

Ao todo, serão 28 quilômetros de extensão, com quatro estações fechadas (Rodoviária, Central, Barcas e Aeroporto), 28 paradas e seis linhas em funcionamento. A previsão é que 300 mil pessoas usem o transporte por dia. Haverá integração com trens, barcas e metrô. Há um protótipo do VLT em exposição na Cinelândia que pode ser visitado de segunda a sexta, entre 9h e 19h, e sábado, das 9h às 14h.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/vlt-comeca-ter-via-instalada-na-zona-portuaria-tem-testes-marcados-para-fim-do-ano-15723718#ixzz3VgiX8I7L 
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