domingo, 30 de setembro de 2012

Candidatos à prefeitura do Rio querem municipalização dos bondinhos

08/09/2012 - Jornal do Brasil

O bonde de Santa Teresa é patrimônio do povo do Rio de Janeiro

Por Redação, com RBA - do Rio de Janeiro

aniversário de um ano do acidente com o bondinho de Santa Teresa – que causou a morte de seis pessoas e deixou 56 feridos, em 27 de agosto, no Rio de Janeiro – fez com que a possibilidade de municipalização do sistema de transportes que opera no tradicional bairro carioca se tornasse um dos principais pontos de discussão da campanha eleitoral na cidade. Todos os candidatos à prefeitura dos partidos de oposição defendem que a operação dos bondinhos, interrompida desde a tragédia,deixe de ser prerrogativa do governo estadual, e até mesmo o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição e é correligionário do governador Sérgio Cabral, já admite estudar essa possibilidade se for reeleito.

O candidato Marcelo Freixo (PSOL), que é deputado estadual, propôs a realização de uma auditoria nos contratos firmados entre o governo estadual e a empresaTTrans para a reforma dos bondinhos. Integrantes da Associação dos Moradores eAmigos de Santa Teresa (Amast) afirmam que a empresa – a mesma que em 2005 seresponsabilizou pela fracassada reforma da velha frota – não está respeitando asnormas necessárias para a reforma atual, uma vez que o sistema de transportesdo bairro é considerado patrimônio cultural do Rio de Janeiro: "A lei que tombou os bondes está sendo desrespeitada", diz Freixo, que critica a "omissão"de Paes sobre o assunto.

Tendoa questão da mobilidade urbana como um dos eixos de sua campanha, a candidata verdeAspásia Camargo, que também é deputada estadual, faz coro à crítica contra a adoção de um novo modelo de bondinho em detrimento do modelo histórico e defende o cancelamento da licitação promovida pelo governo estadual: "A administração dos bondinhos de Santa Teresa deve ser transferida ao município", diz a candidatado PV.

OtávioLeite (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM) também se posicionaram pela municipalização dosbondinhos de Santa Teresa. O tucano defende uma gestão em parceria entre a prefeitura e o governo do estado, mas também critica o atual prefeito do Rio "por se ausentar do debate". Já o candidato demista se limitou a classificar a interrupção prolongada do serviço como "um grande desrespeito à população da cidade", enquantosua vice – a deputa estadual Clarissa Garotinho (PR) – foi à tribuna daAssembleia Legislativa do Rio (Alerj) para homenagear o motorneiro NélsonCorreia da Silva, morto no acidente.

Oprefeito Eduardo Paes prega respeito ao governo estadual e afirma que é precisoesperar a conclusão do processo de aquisição e entrada em circulação dos 14novos bondinhos (que custarão R$ 49 milhões) para que se possa discutir uma eventual municipalização do sistema. Como o prazo dado pelo governo estadualpara isso é de dois anos, seus adversários o acusam de fugir da discussão: "Nãoestou fugindo, mas confio na minha reeleição e acredito que isso [a municipalização]possa ser tratado mais tarde", diz o prefeito, que imagina a integração dosbondinhos de Santa Teresa com o sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs)que circularão no Centro do Rio até a Copa do Mundo de 2014.

Impacto ambiental

Entre alguns dos principais candidatos a vereador pela oposição, a ideia demunicipalização dos bondinhos de Santa Teresa também encontra forte respaldo. Overeador Eliomar Coelho (PSOL), que em 2008 apresentou ao Ministério Público umquestionamento sobre o sucateamento do sistema, defendeu a ideia durante reuniãocom representantes da Amast: "Afalta de manutenção e investimento mostram mais um caso de transporte público sucateado com a intenção de se justificar que a iniciativa privada assuma aoperação", diz.

Candidato ambientalista e ex-morador de Santa Teresa, Rogério Rocco (PV)também defende "a volta do bonde tradicional, e não desse bonde novo que estãopretendendo". Ele afirma que, com a municipalização, o sistema utilizado nobairro poderia ser multiplicado em outros pontos da cidade: "A política detransportes do Rio de Janeiro privilegia o ônibus e o carro em detrimento de opções como o bondinho, o transporte hidroviário e outras alternativas que representariam maior mobilidade urbana com menor impacto ambiental. O transporte sobre trilhos é uma boa opção para o Rio", diz, referindo-se à alternativa de transporte viável para Santa Teresa.

Fonte: Jornal do Brasil/RJ


Marcelo Almirante
69 - 9985 7275

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