10/02/2015 - Jornal do Brasil
Dívida chega a mais de R$ 78 milhões. Decisão foi emitida pelo Tribunal Regional do Trabalho
Fernanda Távora*
Moradores de Santa Teresa tiveram uma surpresa na tarde desta terça-feira (10), quando os 14 novos bondes que serviriam o bairro foram penhorados devido a uma dívida trabalhista no valor de mais de R$ 78 milhões. A decisão, emitida pelo juiz Múcio Nascimento Borges, da 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, é resultado de um processo que se arrasta desde 2001 e que, segundo o TRT, vem de "diferenças salariais vencidas e vincendas decorrentes de reajuste de 9,85% a partir de 1º de maio de 2000 e devidas a 1.852 empregados".
O processo está sendo movido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil contra a Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central), que assumiu em 2001 o Sistema de Bondes de Santa Teresa, devido a cisão empresarial da Flumitrens.
Com a decisão da Justiça do Trabalho os 14 novos bondes de Santa Teresa deverão ser lacrados
A sentença do juiz determinou o lacramento e, por consequência, ficam suspensos os procedimentos de teste e utilização dos bondes. Caso a determinação seja descumprida, a Central pode pagar uma multa diária de R$ 10 mil.
A decisão interrompe os primeiros passos para que o bonde de Santa Teresa volte a funcionar. Segundo a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), o atual secretário do Estado de Transportes, Carlos Osório, havia afirmado que uma série de operações assistidas, em que os novos bondes seriam testados nos trechos concluídos das obras entre a Carioca e o Curvelo, teriam início após uma reunião com os moradores, sobre os melhores horários e dias para os procedimentos.
"O objetivo era colocar esses novos bondes em circulação assistida. A equipe da SETRANS (Secretária do Estado de Transportes) iria elaborar uma proposta com os moradores do bairro, seria uma primeira uma fase experimental. Naturalmente que o bairro quer que os bondes circulem, após a publicação dos relatórios sobre os testes que seriam antes da operação. No momento atual, a informação que temos é de que estavam testando os bondes e que com as operações assistidas seria possível simular situações, testar no sol, na chuva, já que é um veículo novo, apesar da cara de antigo", explica o presidente da Amast, Jacques Schwarzstein.
Procurada pelo JB, a Secretaria do Estado de Transportes (SETRANS) não deu seu parecer sobre o caso até o fechamento da reportagem.
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