30/09/2013 - Valor Econômico
Primeiro VLT do país traz outra novidade: será operado e mantido por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP)
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que entra em circulação pelo Rio de Janeiro até 2016, ligará os bairros da região portuária ao centro financeiro e ao Aeroporto Santos Dumont, passando pelas imediações da Rodoviária Novo Rio, Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Cinelândia, Central do Brasil, Praça 15 e Santo Cristo. O custo da obra do sistema, que terá 28 quilômetros de vias, é estimado em R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 500 milhões financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade e o restante viabilizado por meio de contrapartida da prefeitura. Além de tecnologia inédita a ser incorporada e ser o primeiro do país no gênero, o VLT traz outra novidade: será operado e mantido por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Por meio da PPP, a iniciativa privada será responsável pelas obras de implantação do sistema, compra dos trens, operação e manutenção do VLT por 25 anos. O consórcio do VLT Carioca é formado pelas empresas CCR, por meio da CCR Actua, Odebrecht Transport, e Invepar. A Riopar Participações, sócia do Grupo CCR na CCR Barcas, também faz parte, enquanto a BRt - Benito Roggio Transporte tem 2%, e a RATP do Brasil Operações, Participações e Prestações de Serviços para Transporte possui 0,25% de participação.
Composto por operadores dos quatro meios de transportes da cidade (trem, metrô, barcas e ônibus), o grupo de empresas apresentou, em abril, proposta com oferta de R$ 5,9 milhões mensais pagos pela prefeitura durante 25 anos de contrato - valor 1,35% abaixo do teto de R$ 6,040 milhões estimados pelo edital. O pagamento da contraprestação mensal pela prefeitura se dará após o término da obra e início da operação, o que deve ocorrer no prazo de dois anos aproximadamente.
O sistema será integrado ao Bilhete Único Carioca. Quando todas as linhas estiverem em operação, a capacidade chegará a 285 mil passageiros por dia. As composições serão refrigeradas e poderão transportar até 415 passageiros. Com velocidade média de 20 a 40 km por hora, o veículo levará de 10 a 30 mil passageiros por sentido e por hora.
O projeto estará conectado às estações de metrô, trens, barcas, BRT, redes de ônibus convencionais e aeroporto. "Essa integração fará com que o transporte possa ser um indutor de desenvolvimento no centro, já que vai melhorar o trânsito da região central da cidade, diminuindo o tráfego", observa o secretário de Transportes da cidade, Carlos Osório.