20/12/2012 - O Globo
Moradores querem os bondes nos trilhos
Amast pede que prefeitura intervenha na velocidade excessiva dos micro-ônibus que circulam no bairro
Érica Magni
erica.magni@oglobo.com.br
Drama. Schwarzstein (à esquerda), Marli e Amada: reivindicações
Felipe Hanower
O que sobrou do bonde para moradores e visitantes de Santa Teresa é só uma pintura na parede. E, enquanto o veículo não volta a circular, o bairro vem sofrendo com a falta de mobilidade urbana, com micro-ônibus trafegando em alta velocidade, como ressalta documento da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), cujos membros se reuniram com o secretário municipal de Transportes, Carlos Osório.
O ponto mais urgente abordado pelos moradores foi a necessidade de a prefeitura intervir na redução da velocidade dos micro-ônibus das linhas 006 (Silvestre-Castelo) e 014 (Paula Matos-Castelo) por meio de um dispositivo eletrônico, que não poderia ser convencional. Isso porque as ruas precisariam de um sensor mais elaborado, focado especificamente nos ônibus, e também do mapeamento de pontos perigosos, como curvas acentuadas, onde os acidentes são recorrentes.
- No mês passado, tivemos um acidente com 16 feridos. Um ônibus bateu no poste num dia de chuva. Infelizmente, não foi o primeiro nem será o último, nossas vidas estão em perigo. Precisamos logo da intervenção das autoridades - diz Marli Soares, moradora do bairro.
Segundo moradores, a ausência do bonde circulando pelo bairro tem deixado graves consequências, como desordem urbana, já que Santa Teresa recebe centenas de turistas durante todos os meses do ano, principalmente em período de férias e festas.
- O bonde era o marca-passo da circulação, ele delimitava a velocidade dos veículos, limitava vagas de carros. Agora, todos estacionam onde querem, isso reduz os espaços nas ruas. Essa foi a terceira reunião com a Secretaria de Transportes em menos de três meses. Fomos bem recepcionados e muito foi dito com anseio de melhorias. Mas entendemos que o plano deve ser urgente e eficaz - afirma Jacques Schwarzstein, diretor de transportes da Amast.
Segundo ele, a CET-Rio prometeu enviar um técnico para fazer as marcações dos pontos onde as sinalizações serão instaladas, a fim de minimizar os riscos nas ladeiras com paralelepípedos.
- Precisamos do apoio de todos para mobilizar essas ações com mais rapidez. Ideias inovadoras também são bem-vindas - diz Nilo Amada, morador há 46 anos.
Várias outras questões urgentes foram abordadas, como a garantia de mobilidade segura para os pedestres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário