22/08/2012 - Jornal do Commercio, Wanilson Oliveira
Contrato prevê investimentos de R$ 1,1 bilhão no projeto. Recursos serão divididos pela Prefeitura e o consórcio vencedor. Duas linhas ficarão prontas até a Copa de 2014
A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) anunciou ontem que deve divulgar o edital de licitação para as obras e operação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Zona Portuária em outubro. Das seis linhas que serão construídas, duas deverão ficar prontas até 2014. As demais entrariam em circulação durante os Jogos Olímpicos de 2016. Serão investidos R$ 1,1 bilhão, divididos entre a Prefeitura e o consórcio vencedor.
De acordo com o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o sistema contará com 42 estações. As primeiras linhas do VLT a serem construídas ligarão a Zona Portuária à Rodoviária Novo Rio - a outra permitirá o acesso à Cidade do Samba. Arraes confirmou ainda que os aportes de R$ 582 milhões da Prefeitura virão do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC), do governo federal.
Licitação
Será considerado ganhador do processo licitatório o consórcio que apresentar a maior fatia de recursos privados, o que diminuiria a participação da Prefeitura no projeto. "Chamamos esse tipo de negócio de concessão patrocinada. Dois anos após a total construção do VLT, a Prefeitura começa a pagar o consórcio", explicou.
Arraes também adiantou que o prazo de concessão, que inicialmente seria de 25 anos, passou a ser de 30 anos por questões econômicas. Além disso, disse o presidente do Cdurp, o consórcio vencedor tem como obrigações preparar a calha de passagem do VLT, instalar os trilhos, comprar e operar o sistema.
Arraes ressaltou que o VLT deve beneficiar aproximadamente 900 mil pessoas, entre moradores e pessoas que passam diariamente pela região portuária. Segundo ele, por se tratar de um veículo de média capacidade, ele pode vir a fazer parte do Bilhete Único Carioca (BUC), podendo operar a integração com trens e metrô.
"Com a instalação do VLT, esperamos diminuir o número de ônibus nas regiões em que ele transitará. O projeto é acima de tudo de sustentabilidade", disse o presidente da Cdurp. Quanto ao valor da passagem ele explicou que pode chegar R$ 3,50, podendo ser usado em um prazo de duas horas.
Referência vem do país vizinho
Ontem, o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, se reuniu com representantes do grupo argentino Puerto Madero Corporaccion, bem como com representantes do governo da Argetina, para discutir projetos de cooperação entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires. No encontro, foram discutidos temas como o desenvolvimento imobiliário e planos de ocupação de áreas.
"Trata-se de um intercâmbio entre as duas cidades. Há dois meses estivemos em Puerto Madero para ver as melhoria na região. Agora, foi a vez dele virem ao Rio", explicou.
Arraes disse que os argentinos ficaram impressionados com o porte das obras e a capacidade da equipe que trabalha nas obras em descobrir e manter descobertas arqueológicas da região.
"O encontro vai nos trazer grandes benefícios. Eles vão contribuir bastante com projetos urbanísticos e de arquitetura", destacou. Nos dias 18 e 19 de outubro, o grupo Puerto Madero vai realizar um seminário, em Buenos Aires, e apresentar tudo o que foi visto e discu¬tido no Rio.
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