06/07/2013 - R7
O juiz da 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro marcou para o dia 18 de julho, às 13h10, a primeira audiência de instrução e julgamento dos acusados de ter responsabilidade no acidente de agosto de 2011, quando o bondinho de Santa Teresa descarrilou e tombou em uma curva, deixando seis mortos e 50 feridos. A circulação do bondinho está suspensa desde então.
Os funcionários da Central (Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística) Gilmar Silvério de Castro (motorneiro), José Valladão Duarte (coordenador de manutenção e operação), Cláudio Luiz Lopes do Nascimento (chefe de manutenção da garagem), Zenivaldo Rosa Corrêa e João Lopes da Silva (assistentes de manutenção dos Bondinhos de Santa Teresa) foram acusados pelo Ministério Público por homicídio simples e lesão corporal simples. Na primeira audiência devem ser ouvidas dez vítimas do acidente.
Para o diretor-secretário da Amast (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa), Álvaro Braga, os verdadeiros culpados não estão sendo julgados.
— É a raia miúda, são pessoas que não tinham o poder para intervir em nada. Os grandes culpados, os verdadeiros não são objeto, não se tornaram réus. Isso cabe à Justiça determinar, nós presumimos que os funcionários não são culpados. Nós fomos solidários a eles, que são a parte fraca dessa história, é onde a corda arrebenta. Essas pessoas foram jogadas aos leões pelos seus superiores.
Apesar da promessa de apresentação do modelo novo do bondinho em fevereiro, nenhum protótipo foi mostrado até o momento. Braga lembra que a Amast defende que o antigo bonde seja adaptado para ter mais segurança e não substituído por um modelo "para turista".
— Nada mais passe livre do que o bondinho de Santa Teresa. Ele é público, não foi concedido, foi mal gerido, mas é nosso, ele foi sabotado pelos seus gestores que queriam privatizá-lo. Ele era 60 centavos, é ecológico, elétrico, popular e não tem catracas. É um símbolo da luta do povo carioca por um sistema de transporte de passageiros digno.
Os moradores de Santa Teresa vão começar neste sábado (6) uma mobilização com panelaços diários, às 20h, para lembrar dos mortos no acidente. No próximo sábado (13) uma passeata vai sair do Largo do Machado até o Palácio Guanabara, na zona sul do Rio, para entregar um dossiê na sede do governo. Eles pedem uma audiência pública para explicar o projeto para o novo bonde e a garantia de que o projeto vai respeitar o abaixo-assinado "O bonde que queremos", além da regulamentação da área de proteção ambiental (APA) de Santa Teresa. A página do evento no Facebook tem mais de 1.400 pessoas confirmadas.
sábado, 27 de julho de 2013
Bondes de Santa Teresa renascem com novos trilhos
02/07/2013 - OGlobo
O bonde é a alma de Santa Teresa
Quem passou por Santa Teresa recentemente já notou a presença de homens uniformizados fazendo medições de ângulos e distâncias nas principais ruas do bairro. É que nas próximas semanas começa a substituição de toda malha de trilhos e rede aérea para a passagem dos 14 novos bondes de Santa Teresa — a previsão é que entrem em operação até o fim do primeiro semestre de 2014. As obras têm início quase dois anos após o acidente com o bondinho, que resultou na morte de seis pessoas, deixou 50 feridos e paralisou o principal meio de transporte da região. Apesar de discordarem do novo modelo do bonde, moradores esperam que com as novas intervenções sejam solucionados problemas considerados básicos como o alargamento de calçadas, a racionalização de postes e a criação de estacionamentos para carros.
Basta caminhar pelas ruas de Santa Teresa, um dos endereços mais charmosos do Rio, para entender o motivo de tanta reclamação. As calçadas são tão estreitas que em alguns pontos, como no Largo dos Guimarães, chegam a medir 40cm de largura. Em alguns pontos, o espaço que já é estreito para o pedestre ainda é obstruído por dezenas de postes — pelo projeto do novo bonde serão construídos mais 39. Num trecho de apenas 50 metros é possível ver dez deles, de diferentes formas e tamanhos, usados para iluminação das ruas, sustentação da rede aérea dos bondes e outros serviços.
— Dizemos que Santa Teresa é a capital mundial de postes, temos um excesso deles. Também são horrorosos, não obedecem a nenhum estilo, não se adequam ao conjunto do casario e destoam do nosso patrimônio cultural. Aqui cada concessionária coloca o seu e ficou essa coisa anárquica — diz Álvaro Braga, secretário da Associação dos Moradores de Santa Teresa (Amast).
Se não há espaço para pedestres nas calçadas, os pontos de ônibus, agora única opção de transporte público do bairro, acabam muitas vezes sendo improvisados na rua. A consultora ambiental Mariza Goulart adotou uma estratégia. Ela fica na calçada do lado oposto da rua à espera do ônibus. Quando ele se aproxima, ela atravessa e faz o sinal:
— Sentimos falta do nosso bonde, aquele original que custava 60 centavos e funcionava perfeitamente. O bonde é o transporte de Santa Teresa, não o ônibus — dizia ela, bem embaixo do cartaz onde lia-se "Ônibus é para servir e não para matar".
Linda Maxwell, sócia da loja Brechó, explica que o cartaz foi colocado ali depois que uma mulher morreu atropelada por um ônibus há um mês, a poucos metros de sua loja, no Largo dos Guimarães. Ela conta que tem medo de passar naquele trecho da calçada.
— Os ônibus descem em alta velocidade, é assustador. Mas olha quantos carros estão parados em locais proibidos — diz ela, ao apontar para uma fileira de veículos estacionados de forma irregular, sendo um deles bem embaixo da placa de proibição. — Não há espaço para os ônibus e os carros precisam ser rebocados.
Rede antiga ainda provoca acidentes nas ruas do bairro
Quem tem a opção de subir e descer as ladeiras do bairro de carro, enfrenta outro problema: os desníveis de até 10 centímetros nos trilhos do bonde. A Rua Joaquim Murtinho, onde também há postes que ameaçam cair desde que foram atingidos por ônibus desgovernados, é repleta de desníveis e considerada uma das piores por motoristas.
— Já vi carro rasgando o pneu na Joaquim Murtinho, os trilhos estão irregulares e em alguns pontos completamente escorregadios. Desde que o bonde deixou de circular, aumentou o número de carros e de ônibus. O trânsito ficou um perigo — contou o motoqueiro José Lucier.
Estrutura não era adequada
Para o vice-presidente do Crea-RJ, o engenheiro Luiz Cosenza, o desnivelamento dos trilhos tem explicação:
— Foram anos de falta de investimentos no sistema de bondes, não foi de um governo específico. Ali não foram usados trilhos bilabiados, que são específicos para bondes. Colocaram, talvez por falta de recursos, trilhos de trem, que não são apropriados. Isso sem contar os cabos da rede elétrica que já estavam frouxos fazendo com que o motorneiro precisasse sair do bonde e arrumar a fiação. Se o projeto for bem feito, com os trilhos certos e bem colocados, acredito que não dará errado.
A Secretaria da Casa Civil, do governo do estado, ainda não deu detalhes de como será feita a substituição dos trilhos, se haverá fechamento de ruas e por onde começará a obra, que será realizada pelo consórcio Elmo-Azvi, vencedor da licitação. Adiantou, entretanto, que os trilhos atuais serão substituídos pelos bilabiados, num trecho de 17,5 quilômetros. O projeto prevê ainda 28 quilômetros de cabos de energia elétrica, que servem para alimentar os bondes, além da substituição de 39 postes e o acréscimo de outros 39.
Dois anos após tragédia, ainda há dúvidas sobre o trajeto
Outra expectativa dos moradores de Santa Teresa é a volta do traçado original do bonde: o do ramal Silvestre, que vai possibilitar a integração com o bondinho do Corcovado, e o da Rua Francisco Muratori, que liga Santa Teresa à Lapa. O novo modelo do bonde, entretanto, fechado e com menos lugares de passageiros, ainda não foi bem aceito pelos moradores do bairro.
Nesses quase dois anos sem o bonde — o acidente ocorreu no dia 27 de agosto de 2011—, Santa Teresa viveu uma onda de protestos e homenagens aos mortos. No local exato do acidente, na Rua Joaquim Murtinho, foi colocada uma placa, na qual moradores responsabilizam o governo, e foram plantadas flores e uma muda de pau-brasil.
Homenagens em grafite
O motorneiro Nelson da Silva, figura querida do bairro que morreu no acidente, teve o rosto estampado em grafites pela região e até em camiseta de bloco carnaval. O luto também foi mostrado na imagem do bonde com uma lágrima, estampa que acabou se tornando o símbolo da tragédia.
— O bonde é a alma de Santa Teresa. É o transporte por excelência, o mais adequados a nossa topografia e ambiente cultural, e estrutura urbanisticamente o bairro porque substitui os ônibus e induz os motoristas a estacionarem direito seus carros — diz o motorneiro.
Fonte: O Globo/ABIFER
O bonde é a alma de Santa Teresa
Quem passou por Santa Teresa recentemente já notou a presença de homens uniformizados fazendo medições de ângulos e distâncias nas principais ruas do bairro. É que nas próximas semanas começa a substituição de toda malha de trilhos e rede aérea para a passagem dos 14 novos bondes de Santa Teresa — a previsão é que entrem em operação até o fim do primeiro semestre de 2014. As obras têm início quase dois anos após o acidente com o bondinho, que resultou na morte de seis pessoas, deixou 50 feridos e paralisou o principal meio de transporte da região. Apesar de discordarem do novo modelo do bonde, moradores esperam que com as novas intervenções sejam solucionados problemas considerados básicos como o alargamento de calçadas, a racionalização de postes e a criação de estacionamentos para carros.
Basta caminhar pelas ruas de Santa Teresa, um dos endereços mais charmosos do Rio, para entender o motivo de tanta reclamação. As calçadas são tão estreitas que em alguns pontos, como no Largo dos Guimarães, chegam a medir 40cm de largura. Em alguns pontos, o espaço que já é estreito para o pedestre ainda é obstruído por dezenas de postes — pelo projeto do novo bonde serão construídos mais 39. Num trecho de apenas 50 metros é possível ver dez deles, de diferentes formas e tamanhos, usados para iluminação das ruas, sustentação da rede aérea dos bondes e outros serviços.
— Dizemos que Santa Teresa é a capital mundial de postes, temos um excesso deles. Também são horrorosos, não obedecem a nenhum estilo, não se adequam ao conjunto do casario e destoam do nosso patrimônio cultural. Aqui cada concessionária coloca o seu e ficou essa coisa anárquica — diz Álvaro Braga, secretário da Associação dos Moradores de Santa Teresa (Amast).
Se não há espaço para pedestres nas calçadas, os pontos de ônibus, agora única opção de transporte público do bairro, acabam muitas vezes sendo improvisados na rua. A consultora ambiental Mariza Goulart adotou uma estratégia. Ela fica na calçada do lado oposto da rua à espera do ônibus. Quando ele se aproxima, ela atravessa e faz o sinal:
— Sentimos falta do nosso bonde, aquele original que custava 60 centavos e funcionava perfeitamente. O bonde é o transporte de Santa Teresa, não o ônibus — dizia ela, bem embaixo do cartaz onde lia-se "Ônibus é para servir e não para matar".
Linda Maxwell, sócia da loja Brechó, explica que o cartaz foi colocado ali depois que uma mulher morreu atropelada por um ônibus há um mês, a poucos metros de sua loja, no Largo dos Guimarães. Ela conta que tem medo de passar naquele trecho da calçada.
— Os ônibus descem em alta velocidade, é assustador. Mas olha quantos carros estão parados em locais proibidos — diz ela, ao apontar para uma fileira de veículos estacionados de forma irregular, sendo um deles bem embaixo da placa de proibição. — Não há espaço para os ônibus e os carros precisam ser rebocados.
Rede antiga ainda provoca acidentes nas ruas do bairro
Quem tem a opção de subir e descer as ladeiras do bairro de carro, enfrenta outro problema: os desníveis de até 10 centímetros nos trilhos do bonde. A Rua Joaquim Murtinho, onde também há postes que ameaçam cair desde que foram atingidos por ônibus desgovernados, é repleta de desníveis e considerada uma das piores por motoristas.
— Já vi carro rasgando o pneu na Joaquim Murtinho, os trilhos estão irregulares e em alguns pontos completamente escorregadios. Desde que o bonde deixou de circular, aumentou o número de carros e de ônibus. O trânsito ficou um perigo — contou o motoqueiro José Lucier.
Estrutura não era adequada
Para o vice-presidente do Crea-RJ, o engenheiro Luiz Cosenza, o desnivelamento dos trilhos tem explicação:
— Foram anos de falta de investimentos no sistema de bondes, não foi de um governo específico. Ali não foram usados trilhos bilabiados, que são específicos para bondes. Colocaram, talvez por falta de recursos, trilhos de trem, que não são apropriados. Isso sem contar os cabos da rede elétrica que já estavam frouxos fazendo com que o motorneiro precisasse sair do bonde e arrumar a fiação. Se o projeto for bem feito, com os trilhos certos e bem colocados, acredito que não dará errado.
A Secretaria da Casa Civil, do governo do estado, ainda não deu detalhes de como será feita a substituição dos trilhos, se haverá fechamento de ruas e por onde começará a obra, que será realizada pelo consórcio Elmo-Azvi, vencedor da licitação. Adiantou, entretanto, que os trilhos atuais serão substituídos pelos bilabiados, num trecho de 17,5 quilômetros. O projeto prevê ainda 28 quilômetros de cabos de energia elétrica, que servem para alimentar os bondes, além da substituição de 39 postes e o acréscimo de outros 39.
Dois anos após tragédia, ainda há dúvidas sobre o trajeto
Outra expectativa dos moradores de Santa Teresa é a volta do traçado original do bonde: o do ramal Silvestre, que vai possibilitar a integração com o bondinho do Corcovado, e o da Rua Francisco Muratori, que liga Santa Teresa à Lapa. O novo modelo do bonde, entretanto, fechado e com menos lugares de passageiros, ainda não foi bem aceito pelos moradores do bairro.
Nesses quase dois anos sem o bonde — o acidente ocorreu no dia 27 de agosto de 2011—, Santa Teresa viveu uma onda de protestos e homenagens aos mortos. No local exato do acidente, na Rua Joaquim Murtinho, foi colocada uma placa, na qual moradores responsabilizam o governo, e foram plantadas flores e uma muda de pau-brasil.
Homenagens em grafite
O motorneiro Nelson da Silva, figura querida do bairro que morreu no acidente, teve o rosto estampado em grafites pela região e até em camiseta de bloco carnaval. O luto também foi mostrado na imagem do bonde com uma lágrima, estampa que acabou se tornando o símbolo da tragédia.
— O bonde é a alma de Santa Teresa. É o transporte por excelência, o mais adequados a nossa topografia e ambiente cultural, e estrutura urbanisticamente o bairro porque substitui os ônibus e induz os motoristas a estacionarem direito seus carros — diz o motorneiro.
Fonte: O Globo/ABIFER
sábado, 6 de julho de 2013
Prefeitura do Rio muda projeto, e VLT irá para Rua Primeiro de Março
05/07/2013 - O Globo
Croqui do VLT que circulará pelo Centro e pela região do Porto: mudanças de itinerário - Divulgação/Agência O Globo
RIO - Foi elaborado nesta quinta-feira o novo traçado de mobilidade urbana para vias importantes do Centro. A ideia é inverter a implementação de um BRT e um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Avenida Rio Branco e na Rua Primeiro de Março. O projeto inicial, apresentado por Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em encontro com arquitetos e urbanistas no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), no mês passado, propunha que um BRT cortasse a Rua Primeiro de Março, e que a Avenida Rio Branco fosse contemplada com um VLT.
Durante o debate, a crítica ao projeto foi unânime. Para os arquitetos, não fazia sentido que um BRT passasse por uma rua histórica, repleta de joias arquitetônicas e de calçadas estreitas. Já a Avenida Rio Branco, uma via expressa, com largas calçadas e prédios de pouca importância arquitetônica, seria a rua ideal para receber um BRT, em vez de um VLT. Dois dias após o debate no IAB, a prefeitura já havia declarado a intenção de inverter o projeto, atendendo a críticas dos arquitetos.
— Começamos a analisar e vimos que, mais do que possível, era uma possibilidade excelente, porque passa a ter o VLT, o bonde moderno, na Primeiro de Março, uma rua histórica, o que fica absolutamente compatível. Por outro lado, o BRT, por seu porte, é mais compatível com a Rio Branco. Então temos um ótimo resultado. Foi importante ter aberto essa discussão. O desafio da prefeitura é que a gente promova integração entre diferentes disciplinas, começando a enxergar um projeto por várias óticas. O objetivo era pegar contribuições, e quem ganhou foi a cidade — explicou Fajardo.
Um dos benefícios da implantação de um VLT na Rua Primeiro de Março é repensar o Centro do Rio para além dos dias úteis, quando há grande fluxo de pessoas nessa área. Para Fajardo, um ganho importante é a criação de uma opção de transporte com apelo turístico:
— Durante a semana, o VLT resolve uma mobilidade interna e traz esse novo atrativo cultural e turístico para o Centro, principalmente no final de semana. Quando se fala de projetos urbanos, não existe melhor projeto, é questão de premissa. O desenho anterior era mais funcional, mas, quando tratamos da cidade, nem sempre a funcionalidade é o fator mais importante.
Para Sérgio Magalhães, presidente do IAB, o debate entre governo municipal e especialistas é benéfico e trouxe bons frutos:
— É saudável e positiva a mudança. O debate ocorreu justamente com o objetivo de dar uma contribuição e discutir o melhor para a cidade.
Croqui do VLT que circulará pelo Centro e pela região do Porto: mudanças de itinerário - Divulgação/Agência O Globo
RIO - Foi elaborado nesta quinta-feira o novo traçado de mobilidade urbana para vias importantes do Centro. A ideia é inverter a implementação de um BRT e um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Avenida Rio Branco e na Rua Primeiro de Março. O projeto inicial, apresentado por Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em encontro com arquitetos e urbanistas no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), no mês passado, propunha que um BRT cortasse a Rua Primeiro de Março, e que a Avenida Rio Branco fosse contemplada com um VLT.
Durante o debate, a crítica ao projeto foi unânime. Para os arquitetos, não fazia sentido que um BRT passasse por uma rua histórica, repleta de joias arquitetônicas e de calçadas estreitas. Já a Avenida Rio Branco, uma via expressa, com largas calçadas e prédios de pouca importância arquitetônica, seria a rua ideal para receber um BRT, em vez de um VLT. Dois dias após o debate no IAB, a prefeitura já havia declarado a intenção de inverter o projeto, atendendo a críticas dos arquitetos.
— Começamos a analisar e vimos que, mais do que possível, era uma possibilidade excelente, porque passa a ter o VLT, o bonde moderno, na Primeiro de Março, uma rua histórica, o que fica absolutamente compatível. Por outro lado, o BRT, por seu porte, é mais compatível com a Rio Branco. Então temos um ótimo resultado. Foi importante ter aberto essa discussão. O desafio da prefeitura é que a gente promova integração entre diferentes disciplinas, começando a enxergar um projeto por várias óticas. O objetivo era pegar contribuições, e quem ganhou foi a cidade — explicou Fajardo.
Um dos benefícios da implantação de um VLT na Rua Primeiro de Março é repensar o Centro do Rio para além dos dias úteis, quando há grande fluxo de pessoas nessa área. Para Fajardo, um ganho importante é a criação de uma opção de transporte com apelo turístico:
— Durante a semana, o VLT resolve uma mobilidade interna e traz esse novo atrativo cultural e turístico para o Centro, principalmente no final de semana. Quando se fala de projetos urbanos, não existe melhor projeto, é questão de premissa. O desenho anterior era mais funcional, mas, quando tratamos da cidade, nem sempre a funcionalidade é o fator mais importante.
Para Sérgio Magalhães, presidente do IAB, o debate entre governo municipal e especialistas é benéfico e trouxe bons frutos:
— É saudável e positiva a mudança. O debate ocorreu justamente com o objetivo de dar uma contribuição e discutir o melhor para a cidade.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Prefeitura e Governo federal assinam contrato para implantar VLT no Rio
14/06/2013 - G1
A Prefeitura do Rio e o Governo federal assinaram, na tarde desta sexta-feira (14), termo de compromisso para repasse de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Região Portuária e Centro da cidade.
O projeto, orçado em R$ 1,164 bilhão, receberá R$ 532 milhões do Ministério das Cidades e R$ 632 milhões de contrapartida da Prefeitura.
O VLT vai conectar a Região Portuária ao Centro da cidade e ao aeroporto Santos Dumont, com seis linhas e 42 paradas distribuídas por 28 vias. Quando todas as linhas estiverem em operação, a capacidade do sistema chegará a 285 mil passageiros por dia.
Durante a cerimônia, a presidente Dilma Rousseff afirmou que obras como a do VLT fazem parte do processo de transformação pelo qual o país passa.
"Fico muito feliz porque o VLT [...] e todas as obras em parceria conosco fazem parte dessa transformação do nosso país em um país mais desenvolvido que tem que zelar pelo seu povo", disse a presidente.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, frisou que o VLT, assim como os BRTs, vai melhorar a qualidade de vida dos cariocas.
"A gente tem que, de vez em quando, lembrar as pessoas o que era a nossa realidade antes e o que é nossa realidade hoje. Não tinha obra, não tinha investimento, não tinha paz. Hoje, o Rio é de muita paz e esperança", disse o prefeito, que não comentou os recentes protestos contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, que terminaram em confronto com a polícia.
'Estamos juntos', diz Dilma sobre Cabral
No mesmo evento, a presidente Dilma Rousseff declarou apoio ao governardor do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. "Podem falar o que quiserem. Nós, de nossa parte, estamos juntos", disse a presidente.
A declaração foi dada depois de discurso do governador, que disse que ninguém o separaria da presidente. "Aqueles na política que tentam me dividir com a presidente Dilma não conseguirão. Nós estamos unidos, firmes e olhando o Rio e o Brasil", disse Cabral.
Os partidos de Dilma e de Pezão ensaiam candidatura própria para o Governo do Rio, com disputa entre Luiz Fernando Pezão (PMDB), vice de Cabral, e o senador Lindibergh Farias (PT), que já declarou intenção de se candidatar.
A declarações foram dadas durante cerimônia de assinatura de contrato para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Região da Zona Portuária e Centro, que será entregue totalmente até 2016.
A obra receberá RS 532 milhoes do PAC 2, da Mobilidade. O total de investimento é de RS 1,164 bilhão.
A presidente Dilma Rousseff afirmou que, ao contrário do que dizem os "pessimistas", a economia do Brasil não está mais fraca.
Sobre a alta da inflação, a presidente frisou ainda que a situação está sob controle. "Nós estamos enfrentando talvez a pior crise econômica desde 1929. Esse país tem robustez fiscal, estabilidade inflacionária, ou seja, nos temos a inflação sob controle. Nós temos todas as condições de investir e, ao mesmo tempo, fazer programas sociais", disse a presidente, acrescentando que o Brasil tem uma reserva de U$ 378 bilhões.
As declarações foram dadas durante cerimônia de assinatura de contrato para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Região da Zona Portuária e Centro, que será entregue totalmente até 2016, quando serão realizados na cidade as Olimpíadas.
A obra receberá RS 532 milhões do Ministério das Cidades através do PAC 2, da Mobilidade. O total de investimento é de RS 1,164 bilhão.
Fonte: G1
Publicada em:: 14/06/2013
A Prefeitura do Rio e o Governo federal assinaram, na tarde desta sexta-feira (14), termo de compromisso para repasse de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Região Portuária e Centro da cidade.
O projeto, orçado em R$ 1,164 bilhão, receberá R$ 532 milhões do Ministério das Cidades e R$ 632 milhões de contrapartida da Prefeitura.
O VLT vai conectar a Região Portuária ao Centro da cidade e ao aeroporto Santos Dumont, com seis linhas e 42 paradas distribuídas por 28 vias. Quando todas as linhas estiverem em operação, a capacidade do sistema chegará a 285 mil passageiros por dia.
Durante a cerimônia, a presidente Dilma Rousseff afirmou que obras como a do VLT fazem parte do processo de transformação pelo qual o país passa.
"Fico muito feliz porque o VLT [...] e todas as obras em parceria conosco fazem parte dessa transformação do nosso país em um país mais desenvolvido que tem que zelar pelo seu povo", disse a presidente.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, frisou que o VLT, assim como os BRTs, vai melhorar a qualidade de vida dos cariocas.
"A gente tem que, de vez em quando, lembrar as pessoas o que era a nossa realidade antes e o que é nossa realidade hoje. Não tinha obra, não tinha investimento, não tinha paz. Hoje, o Rio é de muita paz e esperança", disse o prefeito, que não comentou os recentes protestos contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, que terminaram em confronto com a polícia.
'Estamos juntos', diz Dilma sobre Cabral
No mesmo evento, a presidente Dilma Rousseff declarou apoio ao governardor do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. "Podem falar o que quiserem. Nós, de nossa parte, estamos juntos", disse a presidente.
A declaração foi dada depois de discurso do governador, que disse que ninguém o separaria da presidente. "Aqueles na política que tentam me dividir com a presidente Dilma não conseguirão. Nós estamos unidos, firmes e olhando o Rio e o Brasil", disse Cabral.
Os partidos de Dilma e de Pezão ensaiam candidatura própria para o Governo do Rio, com disputa entre Luiz Fernando Pezão (PMDB), vice de Cabral, e o senador Lindibergh Farias (PT), que já declarou intenção de se candidatar.
A declarações foram dadas durante cerimônia de assinatura de contrato para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Região da Zona Portuária e Centro, que será entregue totalmente até 2016.
A obra receberá RS 532 milhoes do PAC 2, da Mobilidade. O total de investimento é de RS 1,164 bilhão.
A presidente Dilma Rousseff afirmou que, ao contrário do que dizem os "pessimistas", a economia do Brasil não está mais fraca.
Sobre a alta da inflação, a presidente frisou ainda que a situação está sob controle. "Nós estamos enfrentando talvez a pior crise econômica desde 1929. Esse país tem robustez fiscal, estabilidade inflacionária, ou seja, nos temos a inflação sob controle. Nós temos todas as condições de investir e, ao mesmo tempo, fazer programas sociais", disse a presidente, acrescentando que o Brasil tem uma reserva de U$ 378 bilhões.
As declarações foram dadas durante cerimônia de assinatura de contrato para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Região da Zona Portuária e Centro, que será entregue totalmente até 2016, quando serão realizados na cidade as Olimpíadas.
A obra receberá RS 532 milhões do Ministério das Cidades através do PAC 2, da Mobilidade. O total de investimento é de RS 1,164 bilhão.
Fonte: G1
Publicada em:: 14/06/2013