sábado, 28 de julho de 2012

Bondes vão retirar mais de 2 mil ônibus do Centro do Rio

27/07/2012 - Extra.com

O projeto para a criação de seis linhas de bondes no Centro, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), recuperaria não só o charme do início do século XX, mas também retiraria das ruas mais de 2 mil ônibus, pelas contas da Fetranspor. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, bondinhos e coletivos não circularão juntos.

— Onde passar o bonde, não haverá ônibus — diz Arraes, referindo-se, sobretudo, à Avenida Rio Branco, passagem de duas linhas dos também chamados veículos leves sobre trilhos (VLTs).

Só na Rio Branco, trafegam 2.133 coletivos com mais de 22,1 milhões de passageiros por mês e um faturamento bruto anual estimado em R$ 697 milhões nas 146 linhas que cruzam a avenida. Todos esses ônibus desapareceriam e boa parte dessa dinheirama poderia migrar para o Grupo CCR.

A CCR venceu uma concorrência pública para encomendar, por R$ 1,5 milhão, um estudo de viabilidade à consultoria Sinergia Estudos e Projetos para a volta dos bondes modernos, com o lançamento do edital de licitação para a obra previsto para o dia 30 de setembro. A companhia não se pronuncia e nem nega o interesse nos VLTs — que, pelo traçado previsto em seu próprio projeto, serão integrados à sua CCR Barcas, com uma estação na Praça Quinze.

Mas os donos de ônibus estão no páreo. No ano passado, a francesa Transdev, que opera VLTs em nove países, procurou a Fetranspor e uma missão de empresários de ônibus retribuiu a visita, em novembro, em Bordeaux, na França.

Pelo cronograma da Cdurp, a primeira fase de operação das seis linhas deve começar em 2014, tendo como paradas principais a estação das barcas e a Rodoviária Novo Rio. Em 2015, os bondes estarão trafegando pela Rio Branco, no aniversário de 450 anos da cidade. O sistema estará todo completo em 2016.

O bonde do futuro

Além disso, estudos da Cdurp apontam para a eliminação de outros 1.923 ônibus por conta de investimentos em trens, metrô, barcas e na futura Transbrasil, o corredor de coletivos que ligará Deodoro ao Centro.

— Se a CCR ganhar a licitação e cumprir o contrato de concessão, não vejo mal nenhum, e não se pode afirmar antecipadamente que há um conluio. A Barcas não teve mais demanda porque a operação era caótica, afastando o usuário. Quem opera não interessa muito. Se der conta do recado, dentro das regras, ok. O importante não é quem vai operar, mas sim como será operado — afirma José Guerra, engenheiro de transportes da Uerj e ex-presidente da extinta Superintendência Municipal de Transportes Urbanos.

— O que nos importa é que o sistema funcione, que cumpram as regras e que o poder público fiscalize. Não importa quem seja. O negócio é interessante. Se o projeto for todo bem executado, será uma maravilha. Teremos uma outra cidade, toda integrada — diz uma fonte que participa da elaboração dos projetos na região, sem ver motivos contra a participação da CCR na licitação.

Especialista elogia projeto

Sobre a retirada dos ônibus das ruas por onde os bondes passarem, o engenheiro José Guerra é a favor e lembra se tratar de uma ideia dos seus tempos na prefeitura.

— Não haver ônibus onde o bonde passar é bom, com a integração, porque há excesso de coletivos em alguns pontos do Centro. Provavelmente, partiram de um estudo feito há uns dez anos pela prefeitura, reorganizando o transporte de superfície na região. Uma malha de seis linhas, curiosamente, é a que a prefeitura propôs no passado, no tempo do Cesar Maia. O Luiz Paulo Conde, que o sucedeu, teria feito um estudo pelo Instituto Pereira Passos, e nele havia meia dúzia de linhas — diz.

Feito isso, o passo seguinte é o fechamento da Rio Branco entre a Igreja da Candelária e a Cinelândia, como deseja o prefeito Eduardo Paes.

— Fechar a Rio Branco seria possível a partir de um enxugamento do sistema de ônibus que chega ao Centro. Os VLTs fariam com que a gente possa organizar melhor o tráfego. O prefeito está certo, mas com a otimização das linhas e de ônibus. Aí, sim, fecharíamos ruas. Mas tem que haver política de transporte público para não atrairmos mais carros, como fizeram com as garagens subterrâneas. Isso colide com quem quer privilegiar o transporte público. Ou se cobra estacionamento caro porque porque não seria para qualquer um — conclui José Guerra.

Fonte: extra.globo.com

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Bondes vão retirar mais de 2 mil ônibus do Centro do Rio

27/07/2012 - Extra.com

O projeto para a criação de seis linhas de bondes no Centro, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), recuperaria não só o charme do início do século XX, mas também retiraria das ruas mais de 2 mil ônibus, pelas contas da Fetranspor. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, bondinhos e coletivos não circularão juntos.

— Onde passar o bonde, não haverá ônibus — diz Arraes, referindo-se, sobretudo, à Avenida Rio Branco, passagem de duas linhas dos também chamados veículos leves sobre trilhos (VLTs).

Só na Rio Branco, trafegam 2.133 coletivos com mais de 22,1 milhões de passageiros por mês e um faturamento bruto anual estimado em R$ 697 milhões nas 146 linhas que cruzam a avenida. Todos esses ônibus desapareceriam e boa parte dessa dinheirama poderia migrar para o Grupo CCR.

A CCR venceu uma concorrência pública para encomendar, por R$ 1,5 milhão, um estudo de viabilidade à consultoria Sinergia Estudos e Projetos para a volta dos bondes modernos, com o lançamento do edital de licitação para a obra previsto para o dia 30 de setembro. A companhia não se pronuncia e nem nega o interesse nos VLTs — que, pelo traçado previsto em seu próprio projeto, serão integrados à sua CCR Barcas, com uma estação na Praça Quinze.

Mas os donos de ônibus estão no páreo. No ano passado, a francesa Transdev, que opera VLTs em nove países, procurou a Fetranspor e uma missão de empresários de ônibus retribuiu a visita, em novembro, em Bordeaux, na França.

Pelo cronograma da Cdurp, a primeira fase de operação das seis linhas deve começar em 2014, tendo como paradas principais a estação das barcas e a Rodoviária Novo Rio. Em 2015, os bondes estarão trafegando pela Rio Branco, no aniversário de 450 anos da cidade. O sistema estará todo completo em 2016.

O bonde do futuro

Além disso, estudos da Cdurp apontam para a eliminação de outros 1.923 ônibus por conta de investimentos em trens, metrô, barcas e na futura Transbrasil, o corredor de coletivos que ligará Deodoro ao Centro.

— Se a CCR ganhar a licitação e cumprir o contrato de concessão, não vejo mal nenhum, e não se pode afirmar antecipadamente que há um conluio. A Barcas não teve mais demanda porque a operação era caótica, afastando o usuário. Quem opera não interessa muito. Se der conta do recado, dentro das regras, ok. O importante não é quem vai operar, mas sim como será operado — afirma José Guerra, engenheiro de transportes da Uerj e ex-presidente da extinta Superintendência Municipal de Transportes Urbanos.

— O que nos importa é que o sistema funcione, que cumpram as regras e que o poder público fiscalize. Não importa quem seja. O negócio é interessante. Se o projeto for todo bem executado, será uma maravilha. Teremos uma outra cidade, toda integrada — diz uma fonte que participa da elaboração dos projetos na região, sem ver motivos contra a participação da CCR na licitação.

Especialista elogia projeto

Sobre a retirada dos ônibus das ruas por onde os bondes passarem, o engenheiro José Guerra é a favor e lembra se tratar de uma ideia dos seus tempos na prefeitura.

— Não haver ônibus onde o bonde passar é bom, com a integração, porque há excesso de coletivos em alguns pontos do Centro. Provavelmente, partiram de um estudo feito há uns dez anos pela prefeitura, reorganizando o transporte de superfície na região. Uma malha de seis linhas, curiosamente, é a que a prefeitura propôs no passado, no tempo do Cesar Maia. O Luiz Paulo Conde, que o sucedeu, teria feito um estudo pelo Instituto Pereira Passos, e nele havia meia dúzia de linhas — diz.

Feito isso, o passo seguinte é o fechamento da Rio Branco entre a Igreja da Candelária e a Cinelândia, como deseja o prefeito Eduardo Paes.

— Fechar a Rio Branco seria possível a partir de um enxugamento do sistema de ônibus que chega ao Centro. Os VLTs fariam com que a gente possa organizar melhor o tráfego. O prefeito está certo, mas com a otimização das linhas e de ônibus. Aí, sim, fecharíamos ruas. Mas tem que haver política de transporte público para não atrairmos mais carros, como fizeram com as garagens subterrâneas. Isso colide com quem quer privilegiar o transporte público. Ou se cobra estacionamento caro porque porque não seria para qualquer um — conclui José Guerra.

Fonte: extra.globo.com

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

VLT da região portuária do Rio deve começar a circular até 2014

10/07/2012 - Portal 2014

Projeto de sistema sobre trilhos está vinculado ao bilionário Porto Maravilha

VLT do Rio terá primeiras linhas inauguradas até a Copa (crédito: CDURP)

 Pedro Carrion 

Previsto no bilionário projeto Porto Maravilha, que vai revitalizar a zona portuária do Rio de Janeiro até 2016, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) carioca deverá ter suas primeiras linhas inauguradas até a Copa de 2014, informou na última segunda-feira (9) o presidente da Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro), Jorge Arraes. 

Apresentado em audiência pública na Prefeitura do Rio, o VLT deverá ter seu consórcio construtor definido dentro de 30 dias. A empresa vai operar o sistema por 25 anos. Uma semana depois, será publicado o edital, tudo para que a licitação aconteça em 1º de outubro e as obras tenham início em janeiro de 2013.

“Uma composição de VLT pode comportar o equivalente a três ônibus ou 150 carros de passeio. A economia anual com gastos decorrentes do uso de combustíveis fósseis, acidentes de trânsito e saúde pública atingirá R$ 400 milhões”, explicou Arraes

Para a Copa
A primeira etapa da implantação do VLT deverá ser concluída em 2014, quando duas linhas entrarão em funcionamento. As outras quatro devem começar a operar até 2016. 

O novo modelo de transporte público integrado vai promover a conexão entre estações de metrô, trens, barcas, BRTs, redes de ônibus convencionais e aeroporto. Sem conexão com os projetos específicos da Copa, listados na Matriz de Responsabilidades, a implantação do metrô leve do porto carioca tem custo avaliado em R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 500 milhões financiados por recursos federais. 

"A importância de entregar duas linhas prontas já em 2014 é permitir o acesso mais cedo a um modelo de transporte de alta capacidade, baixo índice de poluição e, neste projeto especifico, de conexão entre todos os outros modais. Além de disponibilizar essas linhas durante a Copa do Mundo", afirmou Arraes. 

Uma das linhas, aliás, circulará por um túnel ferroviário abandonado há décadas, que passará por reforma para receber o novo trem. Localizado no Morro da Providência, o túnel foi construído no Século XIX, e era usado para transportar cargas entre o Porto do Rio e Estrada de Ferro Dom Pedro II, local onde hoje existe a Central do Brasil. 

Confira detalhes do projeto do VLT carioca clicando aqui.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Bonde moderno em túnel do tempo do Império

08/07/2012 - O Globo, Isabela Bastos

VLT da Zona Portuária começa a circular na Copa, com linhas cortando áreas totalmente revitalizados do Centro

Um velho túnel ferroviário, construído ainda no Império e há décadas abandonado, começa a tomar nova forma sob o Morro da Providência. Escavado no século XIX, para dar passagem ao transporte de cargas entre o Porto do Rio e a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Central do Brasil), o túnel de 315 metros está sendo ampliado para receber bondes modernos, que deverão fazer parte da paisagem da Zona Portuária até 2016. O sistema de veículos leves sobre trilhos (VLTs) é uma das obras previstas na esteira do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região. Do pacote também fazem parte novos túneis e avenidas, a demolição do Elevado da Perimetral, a reestruturação de redes subterrâneas de serviços públicos, a construção de museus e a recuperação de bens históricos. Parte dessa revitalização já está pronta e leva colorido à Avenida Barão de Teffé e seu entorno, onde escavações revelaram parte da história do tráfico negreiro no Rio.
Com seis linhas e 42 estações, o VLT deverá entrar em pleno funcionamento no primeiro semestre de 2016. Pelo cronograma da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), contudo, duas linhas começam a operar já na Copa de 2014. Uma delas deverá passar pelo túnel ferroviário. O projeto será apresentado em audiência pública amanhã, às 10h, na prefeitura. Já a concorrência para escolha do consórcio que vai implantar e operar o sistema por 25 anos deverá ocorrer em 30 dias. A previsão é que o vencedor saia em outubro e as obras comecem em janeiro de 2013.
Túnel deve ficar pronto até julho de 2013
Orçado em R$ 1,1 bilhão, o VLT será financiado em parte pela União, que aplicará R$ 532 milhões na obra. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o edital deverá prever que o consórcio adiante o restante dos recursos e só comece a receber a contraprestação da prefeitura depois que as duas primeiras linhas começarem a operar.
- O investimento inicial em material rodante e carros será pago pelo operador. Os custos operacionais do VLT e os lucros virão da bilhetagem - explica.
A engenharia financeira que dará viabilidade econômica ao projeto ainda está sendo finalizada. Mas já está decidido que os passageiros do VLT poderão usar o bilhete único no sistema. A validação dos bilhetes acontecerá nos vagões e nas estações de embarque, que não terão bilheteiros. Fiscais percorrerão as linhas para cobrar o pagamento da passagem. O sistema deverá ter ainda a tecnologia como aliada para evitar eventuais calotes. Sensores poderão fazer a validação automática da passagem mesmo que o bilhete esteja dentro de bolsas ou de peças de vestuário dos passageiros.
Uma das duas linhas a ficarem prontas em 2014 cortará a Zona Portuária, ligando a Rodoviária Novo Rio à Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, passando pelas avenidas Rodrigues Alves e Rio Branco. Já o segundo circuito fará a ligação da Central do Brasil à Praça Mauá, passando pelo túnel ferroviário e contornando a Cidade do Samba.
De acordo com a concessionária Porto Novo, que assumiu em 2011 as obras de revitalização, o túnel ferroviário deverá ficar pronto até julho de 2013. O consórcio terá que deixar preparada ainda a calha de passagem do VLT nas vias públicas que estarão ou já estão em obras.
Redes de água e esgoto serão redimensionadas
A implantação do VLT é uma das faces da revitalização que, entre obras e serviços públicos, deverá ter investimentos de R$ 8 bilhões nos próximos 15 anos. O projeto prevê o desmonte gradual do Elevado da Perimetral a partir de abril de 2013; a reestruturação das redes de água, esgoto, drenagem, gás, telefonia, energia elétrica e iluminação pública de uma região de cinco milhões de metros quadrados; a construção do Museu do Amanhã, cujos primeiros pilares começam a aparecer no Píer Mauá; um reservatório de água no Morro do Pinto; três unidades de tratamento para os rios Comprido, Papa Couve e Maracanã; e o aumento de três para 11 do número de galerias de escoamento de águas pluviais.
O pacote inclui ainda a Avenida Binário, que está sendo construída em paralelo à Avenida Rodrigues Alves, terá dois túneis (sob os morros da Saúde e de São Bento) e duas alças de ligação com o Elevado do Gasômetro. Outra intervenção programada é a transformação da Rodrigues Alves numa via expressa, que terá parte de seu trajeto num túnel. Segundo o diretor-presidente da Porto Novo, José Renato Ponte, dois poços de perfuração desse túnel estão sendo montados na Praça Barão de Ladário, no 1 Distrito Naval e num terreno da Rua Sacadura Cabral.
- Nesses poços, o primeiro trabalho será o de arqueologia. As escavações no Porto têm revelado muitos vestígios históricos - diz José Renato.
Alguns desses vestígios foram expostos pelas obras da primeira fase do Porto Maravilha, iniciada em 2009 com recursos municipais. Num investimento de R$ 139 milhões, foram reurbanizadas 24 vias dos bairros de Saúde, Gamboa e do Morro da Conceição, entre elas as avenidas Barão de Teffé e Venezuela e as ruas Camerino e Sacadura Cabral. Na Barão de Teffé, as escavações para a implantação de tubulações de serviços públicos trouxeram à luz o antigo Cais do Valongo, por onde desembarcavam os escravos durante o Império. A localização do cais determinou mudanças no projeto, para que o sítio arqueológico virasse um memorial aberto à visitação.
Perto dali, as obras restauraram ainda os Jardins do Valongo. Construído em 1906 pelo então prefeito Pereira Passos, o conjunto arquitetônico inclui um antigo mictório público e a Casa da Guarda, que será transformada em centro cultural. O jardim recebeu de volta ainda as estátuas dos deuses Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte, retiradas pela prefeitura da região em 2002, por causa de vandalismo.
O jardim só será aberto à visitação no dia 24 deste mês. Mas muita gente já vem descobrindo que o cais, a praça com canteiros de flores, as ruas do entorno e seu casario carregado de história valem o passeio. O trabalho ainda não acabou. Há canteiros aqui e ali, como no Largo da Prainha. Mas o baticum das máquinas não calou o samba das segundas-feiras na Pedra do Sal.

domingo, 8 de julho de 2012

VLT da Zona Portuária começa a circular na Copa

Também fazem parte do Porto Maravilha novos túneis e avenidas e a demolição do Elevado da Perimetral

08/07/2012 - O Globo

Uma criança brinca num dos canteiros da praça do Cais do Valongo Angelo Antônio / O Globo
RIO - Um velho túnel ferroviário, construído ainda no Império e há décadas abandonado, começa a tomar nova forma sob o Morro da Providência. Escavado no século XIX, para dar passagem ao transporte de cargas entre o Porto do Rio e a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Central do Brasil), o túnel de 315 metros está sendo ampliado para receber bondes modernos, que deverão fazer parte da paisagem da Zona Portuária até 2016. O sistema de veículos leves sobre trilhos (VLTs) é uma das obras previstas na esteira do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região. Do pacote também fazem parte novos túneis e avenidas, a demolição do Elevado da Perimetral, a reestruturação de redes subterrâneas de serviços públicos, a construção de museus e a recuperação de bens históricos. Parte dessa revitalização já está pronta e leva colorido à Avenida Barão de Teffé e seu entorno, onde escavações revelaram parte da história do tráfico negreiro no Rio.

Com seis linhas e 42 estações, o VLT deverá entrar em pleno funcionamento no primeiro semestre de 2016. Pelo cronograma da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), contudo, duas linhas começam a operar já na Copa de 2014. Uma delas deverá passar pelo túnel ferroviário. O projeto será apresentado em audiência pública amanhã, às 10h, na prefeitura. Já a concorrência para escolha do consórcio que vai implantar e operar o sistema por 25 anos deverá ocorrer em 30 dias. A previsão é que o vencedor saia em outubro e as obras comecem em janeiro de 2013.

Túnel deve ficar pronto até julho de 2013

Orçado em R$ 1,1 bilhão, o VLT será financiado em parte pela União, que aplicará R$ 532 milhões na obra. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o edital deverá prever que o consórcio adiante o restante dos recursos e só comece a receber a contraprestação da prefeitura depois que as duas primeiras linhas começarem a operar.

O investimento inicial em material rodante e carros será pago pelo operador. Os custos operacionais do VLT e os lucros virão da bilhetagem explica.

A engenharia financeira que dará viabilidade econômica ao projeto ainda está sendo finalizada. Mas já está decidido que os passageiros do VLT poderão usar o bilhete único no sistema. A validação dos bilhetes acontecerá nos vagões e nas estações de embarque, que não terão bilheteiros. Fiscais percorrerão as linhas para cobrar o pagamento da passagem. O sistema deverá ter ainda a tecnologia como aliada para evitar eventuais calotes. Sensores poderão fazer a validação automática da passagem mesmo que o bilhete esteja dentro de bolsas ou de peças de vestuário dos passageiros.

Uma das duas linhas a ficarem prontas em 2014 cortará a Zona Portuária, ligando a Rodoviária Novo Rio à Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, passando pelas avenidas Rodrigues Alves e Rio Branco. Já o segundo circuito fará a ligação da Central do Brasil à Praça Mauá, passando pelo túnel ferroviário e contornando a Cidade do Samba.

De acordo com a concessionária Porto Novo, que assumiu em 2011 as obras de revitalização, o túnel ferroviário deverá ficar pronto até julho de 2013. O consórcio terá que deixar preparada ainda a calha de passagem do VLT nas vias públicas que estarão ou já estão em obras.

Redes de água e esgoto serão redimensionadas

A implantação do VLT é uma das faces da revitalização que, entre obras e serviços públicos, deverá ter investimentos de R$ 8 bilhões nos próximos 15 anos. O projeto prevê o desmonte gradual do Elevado da Perimetral a partir de abril de 2013; a reestruturação das redes de água, esgoto, drenagem, gás, telefonia, energia elétrica e iluminação pública de uma região de cinco milhões de metros quadrados; a construção do Museu do Amanhã, cujos primeiros pilares começam a aparecer no Píer Mauá; um reservatório de água no Morro do Pinto; três unidades de tratamento para os rios Comprido, Papa Couve e Maracanã; e o aumento de três para 11 do número de galerias de escoamento de águas pluviais.

O pacote inclui ainda a Avenida Binário, que está sendo construída em paralelo à Avenida Rodrigues Alves, terá dois túneis (sob os morros da Saúde e de São Bento) e duas alças de ligação com o Elevado do Gasômetro. Outra intervenção programada é a transformação da Rodrigues Alves numa via expressa, que terá parte de seu trajeto num túnel. Segundo o diretor-presidente da Porto Novo, José Renato Ponte, dois poços de perfuração desse túnel estão sendo montados na Praça Barão de Ladário, no 1 Distrito Naval e num terreno da Rua Sacadura Cabral.

Nesses poços, o primeiro trabalho será o de arqueologia. As escavações no Porto têm revelado muitos vestígios históricos diz José Renato.

Alguns desses vestígios foram expostos pelas obras da primeira fase do Porto Maravilha, iniciada em 2009 com recursos municipais. Num investimento de R$ 139 milhões, foram reurbanizadas 24 vias dos bairros de Saúde, Gamboa e do Morro da Conceição, entre elas as avenidas Barão de Teffé e Venezuela e as ruas Camerino e Sacadura Cabral. Na Barão de Teffé, as escavações para a implantação de tubulações de serviços públicos trouxeram à luz o antigo Cais do Valongo, por onde desembarcavam os escravos durante o Império. A localização do cais determinou mudanças no projeto, para que o sítio arqueológico virasse um memorial aberto à visitação.

Perto dali, as obras restauraram ainda os Jardins do Valongo. Construído em 1906 pelo então prefeito Pereira Passos, o conjunto arquitetônico inclui um antigo mictório público e a Casa da Guarda, que será transformada em centro cultural. O jardim recebeu de volta ainda as estátuas dos deuses Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte, retiradas pela prefeitura da região em 2002, por causa de vandalismo.

O jardim só será aberto à visitação no dia 24 deste mês. Mas muita gente já vem descobrindo que o cais, a praça com canteiros de flores, as ruas do entorno e seu casario carregado de história valem o passeio. O trabalho ainda não acabou. Há canteiros aqui e ali, como no Largo da Prainha. Mas o baticum das máquinas não calou o samba das segundas-feiras na Pedra do Sal.

VLT do Centro

22/05/2011 - Porto Maravilha

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que circulará no Centro e na Região Portuária, ligará toda a área por seis linhas e 42 estações, em 30 Km de vias. O VLT fortalece o conceito de transporte público integrado, que conecta estações de metrô, trens, barcas, BRT, redes de ônibus convencionais e aeroporto. Entre as linhas estão Rodoviária Novo Rio, Aeroporto Santos Dumont, Central do Brasil, Estação Leopoldina e Barcas. A integração com outros meios de transportes vai melhorar o trânsito da região central da cidade, em planejamento voltado à redução da circulação de ônibus, diminuindo o tráfego e o trânsito. As ruas da Região Portuária já começaram a ser preparadas para receber o novo tipo de transporte.

O sistema terá 42 estações, seis linhas e 30 km em vias. A distância média entre as estações é de 400 metros. Cada vagão comporta até 450 passageiros, e o tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar de 5 a 15 minutos, de acordo com a linha.

No Brasil, não há nada parecido com o futuro VLT do Rio. Mesmo no mundo, o modelo é inédito. Os trens não têm fios superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia. Haverá um terceiro trilho energizado em alguns trechos e nas paradas. A cada frenagem, também há geração de energia - que será armazenada por um equipamento chamado supercapacitor. Essas tecnologias já são utilizadas no mundo, mas somente em separado. O que ainda não existe é a combinação desses dois sistemas, conferindo segurança e economia. O projeto contempla acessibilidade aos portadores de deficiência física em todos os vagões e exige a instalação de ar-condicionado.

A previsão é de que primeira etapa de instalação do VLT seja concluída em 2014, com duas linhas em funcionamento. As outras quatro entram em operação até 2016. A implantação do novo meio de transporte tem custo avaliado em R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 500 milhões financiados por recursos federais, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e o restante viabilizado por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada).

Vídeo sobre o VLT
 Apresentação sobre o VLT

Última atualização: 22/05/2011

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Empresa paulista que tem contrato com Metrô e Supervia reformará bondinhos

04/07/2012 - O Dia Online

Só o protótipo do novo bonde deve ficar pronto em 18 meses

Por Chistina Nascimento

Rio -  A empresa  paulista TTrans Sistemas de Transportes S/A, que já presta serviço para o MetrôRio e a SuperVia, deve ser a responsável pelos novos 14 bondes que vão circular em Santa Teresa.

Aabertura dos envelopes do processo de licitação ocorreu nesta terça-feira, mas, segundo o governo do estado, ainda serão analisados os recursos e documentações das empresas participantes da concorrência pública antes da divulgação oficial da escolhida.

Quatro empresas se inscreveram para participar da concorrência, mas apenas duas atendiam aos pré-requisitos do edital. Em 2011, a TTrans firmou contrato contrato com a Central Logística, do governo do estado, para manutenção de bondes.

Este ano, a companhia assinou contrato com o MetrôRio para fornecer suporte técnico, acompanhar e fiscalizar dos 19 trens comprados na China. Já a SuperVia contratou a empresa para a instalação de ar-condicionado em 30 trens ano passado.

Em 2005, a TTrans já havia assinado outro acordo com a Central Logística para restauração de 14 bondes — o mesmo número que agora será fabricado pela empresa paulista.

A finalização do processo de licitação não significa que o sistema de transportes em Santa Teresa vai voltar a operar logo. Somente o protótipo do bondinho, que terá 24 lugares, demora um ano e meio para ficar pronto. Dessa maneira, o primeiro carro só deve ser entregue ao Estado no fim de 2013. A revitalização total só será concluída em 2014.

Mais trechos licitados

Outros dois editais — para aquisição de trilhos adequados e para reformulação das estações Carioca e Silvestre — devem ficar prontos no próximos dias. A revitalização do sistema de bondinhos de Santa Teresa deverá incluir a circulação dos veículos sobre trilhos durante toda a madrugada.

A previsão é criar um circuito cultural Lapa-Santa Teresa. Ano passado, cinco pessoas pessoas morreram e 57 ficaram feridas após o bondinho descarrilar quando descia a Rua Joaquim Murtinho. Entre os mortos, estava o motorneiro.

Prefeitura do Rio inicia processo de licitação para VLT

06/07/2012 - Valor Econômico

A Prefeitura do Rio abrirá nesta segunda-feira prazo para consulta pública do edital de implantação do sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da região portuária e do centro. A informação foi publicada no "Diário Oficial do Município".

Os interessados em participar da concorrência na parceria público-privada (PPP) terão até o dia 9 de agosto para fazer críticas e questionamentos. O governo federal anunciou em março que deverá investir R$ 500 milhões no projeto por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade. A licitação tem o objetivo de formar uma PPP patrocinada.

No modelo proposto, os recursos federais entram como parte do financiamento. O restante será pago por contraprestação pública em prazo determinado por contrato. O edital deverá ser publicado sete dias após o término da consulta.

Mais informações sobre o VLT em http://www.portomaravilha.com.br/web/esq/projEspVLT.aspx

Rio recebe propostas para bondes

03/07/2012 - O Dia Online

 Protótipo do novo bonde de Santa Teresa fica pronto em 18 meses
A empresa paulista TTrans Sistemas de Transportes S/A, que já presta serviço para o MetrôRio e a SuperVia, deve ser a responsável pelos novos 14 bondes que vão circular em Santa Teresa.

A abertura dos envelopes do processo de licitação ocorreu nesta terça-feira, mas, segundo o governo do estado, ainda serão analisados os recursos e documentações das empresas participantes da concorrência pública antes da divulgação oficial da escolhida.

Quatro empresas se inscreveram para participar da concorrência, mas apenas duas atendiam aos pré-requisitos do edital. Em 2011, a TTrans firmou contrato com a Central Logística, do governo do estado, para manutenção de bondes.

Este ano, a companhia assinou contrato com o MetrôRio para fornecer suporte técnico, acompanhar e fiscalizar dos 19 trens comprados na China. Já a SuperVia contratou a empresa para a instalação de ar-condicionado em 30 trens ano passado.

Em 2005, a TTrans já havia assinado outro acordo com a Central Logística para restauração de 14 bondes — o mesmo número que agora será fabricado pela empresa paulista.

A finalização do processo de licitação não significa que o sistema de transportes em Santa Teresa vai voltar a operar logo. Somente o protótipo do bondinho, que terá 24 lugares, demora um ano e meio para ficar pronto. Dessa maneira, o primeiro carro só deve ser entregue ao Estado no fim de 2013. A revitalização total só será concluída em 2014.

Mais trechos licitados

Outros dois editais — para aquisição de trilhos adequados e para reformulação das estações Carioca e Silvestre — devem ficar prontos nos próximos dias. A revitalização do sistema de bondinhos de Santa Teresa deverá incluir a circulação dos veículos sobre trilhos durante toda a madrugada.

A previsão é criar um circuito cultural Lapa-Santa Teresa. Ano passado, cinco pessoas morreram e 57 ficaram feridas após o bondinho descarrilar quando descia a Rua Joaquim Murtinho. Entre os mortos, estava o motorneiro.

Foto: Reprodução